Calciopédia
·12 de dezembro de 2025
Na 15ª rodada da Serie A, a Fiorentina tentará virar a chave em confronto direto

In partnership with
Yahoo sportsCalciopédia
·12 de dezembro de 2025

A 15ª rodada da Serie A chega com um desenho pouco habitual para o topo da tabela, considerando a maratona de grandes jogos até aqui. Milan, Napoli e Inter – separados por apenas um ponto e protagonistas de uma disputa que promete se arrastar até maio – encaram compromissos que, no papel, oferecem menos turbulência do que as semanas anteriores: antes de viajarem para a disputa da Supercopa Italiana na Arábia Saudita, enfrentam, respectivamente, Sassuolo, Udinese e Genoa, que devem concluir o certame do meio da tabela para baixo. Isso desloca o foco da jornada para outras zonas da classificação, onde a tensão é mais densa e o peso dos resultados se mede em urgência, ambição e sobrevivência.
É lá embaixo que a rodada ganha o seu jogo mais dramático: a lanterna Fiorentina, ainda sem vencer após 14 partidas e já pressionada por um ambiente imerso em desespero, recebe o Verona, penúltimo após ganhar seu primeiro compromisso, com a Atalanta, em um duelo que tem cheiro de virada de chave – ou de colapso definitivo. No pelotão europeu, o fim de semana oferece dois confrontos diretos que podem embaralhar a corrida por vagas em torneios continentais: a Roma, quarta colocada e ferida pela derrota para o Cagliari, começou a se reconstruir com vitória sobre o Celtic, pela Liga Europa, e enfrenta a sensação Como, que tomou um duro golpe da Inter mas segue sólido na disputa. Já o Bologna, quinto e ainda estável após o empate esperado com a Lazio, mede forças com uma Juventus que caiu diante do Napoli e precisa reagir imediatamente para não se ver desalojada da briga maior. Confira, a seguir, a prévia dos principais jogos da jornada.
Fiorentina x Verona
Com números alarmantes, técnicos pressionados e trajetórias que se cruzam em momentos de vulnerabilidade, Fiorentina (lanterna) e Verona (penúltimo colocado) farão um confronto importantíssimo na parte baixa da tabela. Um duelo, que, aliás, representa algo muito maior: não será apenas um jogo de seis pontos, mas sim um capítulo com potencial para redefinir o rumo de toda a temporada para quem sobreviver a essa noite no Artemio Franchi.
A Viola chega à 15ª rodada como lanterna absoluta, ainda sem vencer, presa em um ciclo incapacitante de frustração que já ameaça transformar a temporada em drama histórico – apesar da reação na Conference League. O Verona, por sua vez, embora também enterrado na zona de rebaixamento, desembarca em Florença com um sopro de confiança raro: venceu a Atalanta na última jornada e tenta, pela primeira vez desde março de 2024, emendar duas vitórias consecutivas. O pesado duelo também carrega consigo ecos de 2022-23, quando o próprio Hellas, partindo de uma situação quase tão ruim quanto a atual da Fiorentina, conseguiu se salvar do descenso após somar apenas seis pontos nas primeiras 14 jornadas.
O Franchi, no entanto, costuma contar outra história quando essas equipes se encontram. A Fiorentina venceu as últimas três partidas em casa pela liga contra o Verona, revertendo um ciclo anterior bem menos favorável, e tenta transformar essa memória em combustível num momento em que cada detalhe pesa. O risco de nova queda é real: as duas derrotas recentes deixam a Viola à beira de repetir a sequência negativa de fevereiro de 2025 – e, naquela ocasião, o terceiro tropeço veio justamente contra o Hellas. Para piorar o clima, Paolo Vanoli ainda não venceu em quatro jogos à frente da equipe pelo campeonato (somou dois empates e duas derrotas) e pode igualar marca sombria: nenhum técnico gigliato começou com cinco compromissos sem vitória na Serie A desde Ottavio Bianchi em 2002, ano de rebaixamento.
O jogo tende a ser frenético, não por eficiência, mas justamente pela ineficiência. Fiorentina (6,8%) e Verona (6,5%) têm duas das piores taxas de conversão do campeonato. São equipes que conseguem criar, mas se atrapalham demais na definição das jogadas. Nesse contexto, os talentos individuais ganham peso. Kean, ex-Hellas, costuma se sentir confortável diante de seu antigo time: conta com cinco gols em seis duelos, incluindo sua única tripletta na Serie A, anotada justamente no Franchi, e surge como possível antídoto para a anemia ofensiva viola. Do outro lado, o brasileiro Giovane é um dos cinco únicos atacantes da liga com pelo menos três tentos e três assistências – quatro passes decisivos, em seu caso.
Prováveis escalações
Fiorentina: De Gea; Pongracic, Pablo Marí, Ranieri; Dodô, Mandragora, Nicolussi Caviglia, Sohm, Parisi; Gudmundsson, Kean.
Verona: Montipò; Nuñez, Nelsson, Bella-Kotchap; Belghali, Gagliardini, Al-Musrati, Bernede, Frese; Giovane, Mosquera.
Bologna x Juventus
Bologna e Juventus chegam à 15ª rodada espelhados em ambições, mas separados por sensações opostas e momentos distintos: de um lado, um time estável; de outro, uma equipe que ainda não deslanchou. Os rossoblù, na quinta posição, vivem uma de suas melhores largadas na era dos três pontos – somaram 25 em 14 rodadas, marca só inferior à de 2002-03 – e podem até superá-la se vencer no Renato Dall’Ara, já que, naquela temporada, só empataram na 15ª jornada. Já a Velha Senhora, sétima, tenta não perder contato com a zona de classificação à Champions League, mas encara fase irregular também sob Luciano Spalletti, cuja média de 1,60 pontinho por jogo é a mais baixa para um treinador bianconero desde Luigi Delneri, que tinha 1,53 por partida em 2010-11. Em um mês e meio de trabalho, o técnico não mudou a rotação da gigante de Turim.
O confronto acontecerá no meio de uma sequência improvável: os últimos cinco confrontos entre as equipes terminaram empatados. Nunca houve seis empates seguidos neste duelo em toda a história da Serie A. O Bologna, inclusive, entrará em campo com um alerta aceso. A derrota em casa para a Cremonese interrompeu sua solidez no Dall’Ara, e o time não perde duas seguidas diante de sua torcida desde janeiro de 2022. A visita da Juventus, portanto, é também um teste de maturidade: confirmar a boa fase ou permitir que a confiança se fragilize. Ainda assim, os rossoblù confiam no peso dos próprios números. Sobretudo nos de Orsolini, que já marcou duas vezes contra a Juve no estádio e e pode alcançar uma marca histórica – chegar a 100 participações diretas em gols pelo clube na Serie A, algo inédito desde que o campeonato passou a ser disputado por 20 clubes, em 2004.
A Juventus, por sua vez, chega pressionada pelos resultados longe de casa. São três derrotas nas últimas cinco partidas, tantas quanto em suas 25 viagens anteriores somadas, e apenas um jogo sem sofrer gols nas derradeiras 13 pelejas como visitante. A insegurança defensiva, somada ao ataque que produz menos que na temporada passada, faz com que o time esteja pior em praticamente todos os indicadores em comparação à 14ª rodada de 2023-24 – além de um ataque mais improdutivo, foi mais vazada, pontuou menos e está mais distante do topo da tabela. O que mantém o time vivo na parte alta da classificação é, principalmente, o talento explosivo de Yildiz, que soma oito participações diretas em tentos e tem o quarto melhor desempenho da liga no quesito. O turco, aliás, já balançou as redes em sua única visita ao Dall’Ara.
Roma x Como
Roma e Como se enfrentam no Olímpico num duelo que opõe duas das sensações da temporada. Os giallorossi, atualmente em quarto lugar, convivem com a melhor defesa do campeonato – apenas oito gols sofridos – mas chegam pressionados após duas derrotas consecutivas por 1 a 0 na Serie A. A equipe atualmente treinada por Gian Piero Gasperini não perde três jogos seguidos pelo campeonato desde o fim de 2024, e não soma três derrotas consecutivas sem balançar as redes desde 1985, o que dá a dimensão da urgência por uma resposta. A visita dos lariani, porém, não é exatamente confortável: mesmo com o tropeço pesado contra a Inter, o time de Cesc Fàbregas ainda carrega uma identidade única na máxima categoria, além de ser bastante competitivo, organizado e seguro defensivamente.
O histórico recente também dá tons interessantes ao encontro. Não houve empates entre as equipes nas últimas oito partidas: seis vitórias da Roma e duas do Como, com cada uma vencendo seu duelo em casa na temporada passada. A propósito, os lariani conquistaram sua única vitória sobre os giallorossi na capital em 1950, na primeira vez que visitou a rival: a tendência posterior foi de domínio romanista, com oito triunfos e quatro empates nas 12 visitas subsequentes. Pelo campeonato, o time lombardo tenta, ainda, evitar uma segunda derrota consecutiva como visitante, algo que não acontece desde março, e impedir uma sequência de pelejas fora de casa sem marcar gols que não ocorre há mais de um ano. Para uma formação que só havia sofrido mais de um gol numa única ocasião antes de ser goleada pela Inter, o jogo também funciona como um teste de reação.
Para a Roma, o duelo será decisivo para reverter a oscilação recente e manter o time dentro do pelotão da Champions League. O fator casa e o histórico recente favorecem a Roma, que também mostrou reação ao trucidar o Celtic, na Escócia, pela Liga Europa. No entanto, o Como chega competitivo e com um estilo de jogo que costuma incomodar adversários que tentam controlar ritmo e espaço. Entre um anfitrião que precisa reconstruir confiança na liga e um visitante ávido para provar que o tropeço anterior foi apenas um desvio, o confronto promete ser intenso e estratégico e ter interferência direta na luta por vagas nas competições continentais da próxima temporada.
Sexta, 12/12, 16h45 Lecce x Pisa
Sábado, 13/12, 11h Torino x Cremonese
Sábado, 13/12, 14h Parma x Lazio
Sábado, 13/12, 16h45 Atalanta x Cagliari
Domingo, 14/12, 8h30 Milan x Sassuolo
Domingo, 14/12, 11h Udinese x Napoli
Domingo, 14/12, 14h Genoa x Inter
Ao vivo


Ao vivo


Ao vivo





































