
Calciopédia
·17 de outubro de 2025
Na 7ª rodada, Roma e Inter fazem duelo que pode mudar o topo da tabela da Serie A

In partnership with
Yahoo sportsCalciopédia
·17 de outubro de 2025
Nas últimas prévias das rodadas nós salientamos como o calendário da Serie A tem proporcionado grandes jogos a cada fim de semana – e voltaremos a fazer isso agora, já que a sequência de jogaços se estenderá até meados de dezembro. Nesta jornada, teremos dois: um deles, entre Roma e Inter, vale a briga pela liderança do campeonato; o outro, que coloca frente a frente Milan e Fiorentina, mexe com os dois lados da tabela, visto que os rossoneri lutam pela ponta e a Viola tenta reagir no torneio. Importante salientar que o Napoli viaja para encarar um Torino irregular e pode se aproveitar dos compromissos complicados dos adversários para se isolar no topo da classificação.
A rodada ocorre após cerca de 15 dias de pausa, devido à data Fifa de outubro, e alguns times terão que administrar lesões de atletas que estavam à serviço de suas seleções – a exemplo do Milan, que perdeu Pulisic e Rabiot; da Fiorentina, que luta para recuperar Kean; e do Como, que não terá Addai. Confira, a seguir, a prévia dos principais jogos do fim de semana.
Roma x Inter
Separadas na tabela por apenas três pontos, Roma e Inter se encontram no sábado, num dos duelos mais emblemáticos do futebol italiano. O antagonismo entre as equipes foi grande na década de 2000, quando ambas protagonizaram brigas diretas pelo scudetto, e pode ganhar novos contornos na atual temporada, visto que os giallorossi lideram a Serie A ao lado do Napoli, o que não acontecia desde 1989, e podem ser alcançados pelos nerazzurri, em caso de derrota em casa. Neste fim de semana, teremos também um embate entre a melhor defesa da competição – a mandante, com apenas dois gols sofridos – e o ataque mais prolífico – o visitante, com 17 marcados.
Falando em gols, aliás, nenhum outro confronto produziu tantos no campeonato: são 532 no total, com 299 marcados pela Inter e 233 pela Roma. E há a chance de um novo marco ser estabelecido. Se balançar as redes no Olímpico, a equipe nerazzurra se tornará a primeira a atingir 300 tentos contra uma mesma adversária na elite do futebol italiano. Um dos fortes candidatos a estufar o barbante e entrar para a história é Lautaro, que colocou a bola na casinha quatro vezes nos últimos três jogos e foi algoz da Loba no Olímpico no encontro de outubro de 2024. O argentino busca anotar pela quarta partida consecutiva, algo que só conseguiu em três momentos de sua trajetória pela Beneamata, sendo o mais recente em janeiro de 2025.
A Roma venceu o último embate, em abril, no Giuseppe Meazza, encerrando uma longa sequência desfavorável de 15 partidas contra a Inter, com apenas uma vitória no período. Agora, busca algo que não consegue desde 2016-17: duas vitórias seguidas sobre a rival na Serie A. O obstáculo, porém, é considerável. A Beneamata está invicta há oito visitas ao Olímpico, venceu as quatro últimas e não perde para os giallorossi no estádio desde 2016. Entretanto, os nerazzurri jamais enfileiraram nove pelejas de invencibilidade na casal da rival.
O momento das equipes é alvissareiro. A Roma venceu cinco dos seis primeiros compromissos e, caso triunfe novamente, atingirá seis vitórias nas sete partidas inaugurais de uma temporada pela quinta vez na história – feito que sempre precedeu vice-campeonatos ou um scudetto; no caso, o de 2000-01. Como falamos, o time de Gian Piero Gasperini, ex-técnico da Inter, também ostenta a melhor defesa da liga, com apenas dois gols sofridos, desempenho que o coloca lado a lado com as retaguardas mais sólidas já vistas na história romanista após seis jornadas, o que só ocorrera em 1935, 1991 e 2013. O técnico, aliás, estabeleceu seu mais positivo início defensivo e em pontos somados (15) pela Serie A.
Do outro lado, a Inter de Cristian Chivu, ex-jogador giallorosso, vive um bom começo de temporada, com cinco vitórias consecutivas entre todas as competições. Os nerazzurri não emendam seis desde o período avassalador de janeiro a março de 2024, quando chegaram a 13 triunfos seguidos – ou seja, na penúltima campanha sob o comando de Simone Inzaghi.
Prováveis escalações
Roma: Svilar; Çelik, Mancini, Ndicka; Wesley, Koné, Cristante, Tsimikas; Soulé, Pellegrini; Dovbyk.
Inter: Sommer; Akanji, Acerbi, Bastoni; Dumfries, Barella, Çalhanoglu, Mkhitaryan, Dimarco; Bonny, Lautaro.
Como x Juventus
Contestada pela irregularidade, a Juventus viaja até a Lombardia para enfrentar um adversário ambicioso e que pode terminar a rodada na zona de classificação para competições europeias. O Como, porém, precisa superar um retrospecto muito negativo contra a Velha Senhora para sonhar em chegar aos mesmos 12 pontos da rival de domingo.
O histórico pesa de forma quase esmagadora a favor da Juventus: são 23 jogos consecutivos sem derrota dos bianconeri diante dos lariani na Serie A, com 14 vitórias e nove empates. O último triunfo do Como sobre a Juve remonta a 20 de janeiro de 1952, um 2 a 0 no estádio Giuseppe Sinigaglia. Desde então, as duas equipes tomaram rumos opostos, já que a gigante do Piemonte continuou a ostentar hegemonia nacional e os lombardos passaram longos períodos longe da elite, até tomarem novo rumo com o atual projeto financiado pelos irmãos Hartono.
A superioridade juventina também se reflete nos confrontos recentes: a equipe de Turim foi uma das únicas, ao lado de Milan e Inter, a vencer o Como em ambos os duelos da última temporada. Ainda assim, o cenário atual sugere que os lariani vivem um momento de maior estabilidade. O time de Fàbregas vem de três jogos de invencibilidade em casa, com uma vitória e dois empates. Se evitarem nova derrota no Sinigaglia, os comascos alcançarão um feito que não ocorre desde 1986-87: ficarem invictos nas quatro primeiras partidas como mandantes em uma temporada de Serie A. Vale destacar que os biancoblù têm vencido menos do que o esperado e somam três igualdades nos derradeiros quatro compromissos, número que iguala o total dos 21 anteriores.
Pelo lado da Juventus, há mais regularidade do que brilho. O time de Igor Tudor atravessa uma sequência curiosa: cinco empates consecutivos em competições oficiais, algo que não acontecia desde abril de 2006, nos tempos de Fabio Capello. Apenas uma vez na história o clube empatou mais jogos seguidos (oito, em 1971). Apesar disso, a equipe segue invicta nas seis primeiras rodadas, como em 11 das últimas 15 temporadas, mantendo sua solidez defensiva como marca registrada. Agora, com a lesão de Bremer e a escassez de opções para a zaga, esse fator será posto à prova.
Curiosamente, o duelo também reúne duas das defesas menos vazadas e menos exigidas do campeonato. Nenhum time permitiu menos finalizações certas que o Como (16, tal qual o Napoli), e a Juventus aparece logo atrás, com 17 – empatada com Roma e Bologna. É um dado que prenuncia um confronto de paciência, controle e dificuldades para os atacantes.
No plano individual, as atenções se dividem entre um veterano e uma promessa que está se consolidando. Morata, que viveu seus melhores anos vestindo a camisa da Juventus, com 185 jogos e 59 gols, reencontra a equipe que mais marcou sua carreira. Porém, nunca conseguiu balançar as redes em sete duelos como adversário da Vecchia Signora. Já o jovem Yildiz, protagonista do novo ciclo bianconero, tenta encerrar uma seca incômoda: quatro partidas sem participar de tentos, depois de um período em que foi o jogador mais influente da Serie A desde a chegada de Tudor, com 15 participações diretas em 19 partidas.
Com as lesões de Pulisic e Rabiot no Milan, Rafael Leão terá liderança posta à prova contra a Fiorentina (Getty)
Milan x Fiorentina
O San Siro, neste fim de semana, será palco de um duelo de opostos: o Milan em busca de consistência para sonhar alto, e a Fiorentina tentando quebrar um jejum que ameaça se transformar numa crise ainda maior. E que pode custar a cabeça de Stefano Pioli, ex-técnico rossonero, que voltará ao Giuseppe Meazza pela primeira vez desde que deixou o Diavolo, em 2024.
Os times já se enfrentaram em 170 oportunidades pela Serie A, e o retrospecto pende claramente para o lado rossonero: 78 vitórias, 45 empates e 47 derrotas. Apenas contra a Roma (80) o Milan venceu mais vezes no Campeonato Italiano, e só a Juventus derrotou a Viola em mais ocasiões (82). Mas, curiosamente, o momento recente equilibra o duelo: a equipe de Milão não vence a adversária de Florença há duas partidas, nas quais foram registradas um empate e uma derrota. Agora, tenta evitar uma sequência negativa de três duelos, que não ocorre desde 2015.
O reencontro vem em um contexto especial para Pioli, que na visita ao San Siro completará sua 500ª partida como técnico na Serie A. O treinador, que foi justamente o último técnico do Milan a bater a Fiorentina, em 2024, soma 217 vitórias na elite – 108 delas à frente do clube rossonero. Caso saia vencedor, entrará para um seleto grupo de treinadores com mais de 218 triunfos, ao lado de nomes como Massimiliano Allegri, Giovanni Trapattoni, Luciano Spalletti e Gian Piero Gasperini.
O Milan de Allegri chega em boa fase: são cinco jogos de invencibilidade (quatro vitórias e um empate), sustentados por uma solidez defensiva que remete à equipe de 2006-07 – a última a começar um campeonato com quatro jogos sem sofrer gols nas seis primeiras rodadas. Se mantiver o ritmo, o time pode alcançar pela primeira vez na era dos três pontos cinco clean sheets nas sete primeiras partidas. E, se vencer, igualará a sua melhor sequência desde 2024, quando era comandado por… Pioli.
A Fiorentina, por outro lado, vive um início turbulento. Sem vitórias nas seis primeiras rodadas (três empates e três derrotas), a equipe repete campanhas ruins vistas apenas em 1935-36 e 1977-78. Além disso, a formação de Pioli já desperdiçou oito pontos depois de sair na frente no placar – o pior desempenho da Serie A atual.
Em campo, teremos um interessante duelo entre dois atacantes. Rafael Leão é algoz da Fiorentina e soma quatro gols contra a Viola, inclusive o primeiro que anotou no campeonato, em 2019, e tenta retomar o caminho das redes após duas partidas em branco – ele nunca passou seus três jogos inaugurais na Serie A sem encontrar as redes. Pressionado pelo mau momento, aliás, o português precisará suprir o decisivo Pulisic, que ficará pelo menos duas semanas parado; assim como o meia Rabiot, importante neste início de ciclo de Allegri. Do outro lado, Piccoli deverá substituir o lesionado Kean, que pode não jogar. O reforço gigliato ainda persegue o primeiro gol contra o Diavolo, após oito confrontos e 477 minutos em campo. É o adversário contra quem mais atuou sem balançar as redes na elite italiana.
Sábado, 18/10, 10h Lecce x Sassuolo Pisa x Verona
Sábado, 18/10, 13h Torino x Napoli
Domingo, 19/10, 10h Cagliari x Bologna Genoa x Parma
Domingo, 19/10, 13h Atalanta x Lazio
Segunda, 20/10, 15h45 Cremonese x Udinese