MundoBola Flamengo
·06 de novembro de 2025
Não dá pra sonhar grande se você está preso em erros pequenos

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·06 de novembro de 2025


O empate no Maracanã contra o Internacional, hoje 15º colocado e brigando contra o rebaixamento. A derrota pro Cruzeiro com um pênalti bisonho nos acréscimos. A derrota para o Santos, com um gol aos 38 do segundo tempo marcado por um Neymar que estava quase andando de muletas no campo. O empate sofrido diante do Ceará, também no segundo tempo, em cruzamento de Lucas Mugni. Mais um empate, agora dentro de casa, para o Grêmio, com outro pênalti lamentável no apagar das luzes. A derrota pro Bahia após uma expulsão infantil no começo do jogo, a derrota para o provável rebaixado Fortaleza, numa partida vergonhosa. E claro, o empate desta quarta-feira, diante do São Paulo, graças à expulsão infantil de Gonzalo Plata quando vencíamos por 2x1.
Só nestes dois parágrafos você tem aí, imaginando que os empates poderiam ser vitórias e as derrotas poderiam ser empates, 12 pontos que o Flamengo, durante esse Campeonato Brasileiro, fez questão de não apenas jogar no lixo como descer com o lixo até a caçamba na frente do prédio, esperar o caminhão da limpeza urbana passar e, com cumprimentos efusivos ao lixeiro, garantir que fossem levados até o aterro sanitário mais distante.
Pontos que fazem imensa diferença numa disputa apertada como a que vivemos diante do Palmeiras - e que, com certeza, seria bem menos apertada se não cometessemos tantos erros - e que explicam como o time que tem o melhor ataque, a melhor defesa e venceu o seu principal adversário no turno e no returno, consegue ainda assim não apenas não ser líder do torneio, como ir se colocando numa situação cada vez mais complicada na disputa pelo título.
Porque o fato de que a atual equipe rubro-negra tem qualidade de sobra, ninguém discute. Os números citados anteriormente afirmam, a posição de finalista da Libertadores comprova. Mas num torneio de pontos corridos onde temos 38 finais de campeonato e a vitória contundente diante de um favorito vale tantos pontos quanto o triunfo com gol contra de joelho diante de uma equipe virtualmente rebaixada, o constante empilhamento de erros colocou diante do Flamengo uma imensa jenga de vacilos, que cada vez mais ameaça cair e soterrar os planos do nono título brasileiro.
E empate diante do São Paulo é um grande exemplo dessa tendência. O Flamengo fazia uma grande partida? Com certeza não. A defesa estava perdida, Pulgar e Saul pareciam inimigos de longa data cuja intenção era prejudicar um ao outro, nosso ataque escorregava e tropeçava como se estivesse num campo de futebol de sabão da colônia de férias do SESC. Mas ainda assim a vitória estava vindo. Com complicações, com um certo constrangimento e dificuldade, mas ela parecia bem encaminhada. Mas o time, obviamente, precisava vacilar.
Num lance bobo, sem perigo, ainda no campo do adversário, Gonzalo Plata, um homem que precisa urgentemente ser tratado por uma junta multidisciplinar que envolva uma psicóloga, um psiquiatra, uma benzedeira, um pastor, um padre e um líder de organizada com um porrete, deu uma das soladas mais desnecessárias da história do esporte, levando assim um dos cartões vermelhos mais imbecis já registrados desde a implementação desta cor de cartão em 1974.
O resultado foi o Flamengo sendo acuado, o que levou ao gol de empate, o que levou a mais dois pontos perdidos, o que pode levar ao Palmeiras, já amanhã, ampliando sua vantagem para três pontos e novamente complicando bastante nossas ambições na briga por esse título. Tudo isso por conta de mais um mole, tudo isso por mais um vacilo, tudo isso porque o Flamengo, que mostrou ser capaz de se agigantar nos jogos grandes, segue se enrolando por conta dos erros pequenos.
Ainda estamos na briga? Com certeza, porque enquanto a matemática permitir o sonho, ele precisa ser sonhado. Mas um time que quer brigar pelo título, um time que tem ambições de vencer um torneio grande como o Brasileiro, precisa entender que não existe tanto espaço pra descontrole, não existe tanta margem pra vacilo, não existe gordura o bastante que seja capaz de contrabalançar certos níveis de desconcentração, infantilidade e burrice que estão sendo apresentados. Tudo tem limite e corremos o risco de ter ultrapassado o nosso.









































