Trivela
·25 de fevereiro de 2023
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·25 de fevereiro de 2023
Em mais uma edição do icônico dérbi madrilenho entre Real Madrid e Atlético, faltaram grandes lances e alguma emoção, mas houve histórias interessantes no empate entre 1 a 1, neste sábado (25), no Santiago Bernabéu. E sem dúvida, a mais relevante delas é a do jovem uruguaio Álvaro Rodríguez, que saiu do banco e marcou seu primeiro gol como profissional, pela equipe merengue.
Se a situação em La Liga parece claramente estar destinada a cair no colo do Barcelona, Real Madrid e Atlético fizeram uma disputa que valia muito mais honra do que pontos. Quer dizer, ao menos para os comandados de Carlo Ancelotti. Poupando algumas peças do time que varreu o Liverpool no meio de semana, o Real encarou um Atleti igualmente desfigurado, sem Rodrigo De Paul, Geoffrey Kondogbia e Sergio Reguilón.
Até os 15 minutos finais, o clássico falhou em entregar algum entretenimento, seja em chances de gol ou jogadas de efeito. Do contrário: favorecendo o plano de Diego Simeone em não perder a partida de qualquer maneira, o jogo ficou amarrado demais e a gosto dos colchoneros. É um momento peculiar para o Atlético, que não quer perder o quarto posto na tabela, credenciando a equipe a mais uma participação na Liga dos Campeões. Nesta temporada, Simeone e seus comandados já ficaram em último na fase de grupos continental, em uma grande decepção.
Isso pesou para que a partida fosse mais enviesada para bolas afastadas e uma marcação bastante próxima dos articuladores de jogo do Real, que teve mais a posse e soube trabalhar mais as ações no campo adversário. No entanto, Vinícius esteve sempre bem acompanhado e não rendeu gols ou assistências como era de se esperar.
O primeiro lance relevante veio aos 23 minutos da primeira etapa, quando o lateral Reinildo Mandava se lesionou com gravidade em uma dividida. O moçambicano torceu o joelho na linha de fundo e precisou sair da partida, dando lugar a José Giménez. Ainda não se sabe a gravidade da lesão, mas é certo de que o defensor não ficará pouco tempo de molho. A missão defensiva do Atleti, que já era difícil, ficou ainda mais sofrida. Curiosamente, Giménez provaria seu valor no quarto de hora final do clássico, subindo mais alto que todo mundo em um escanteio e fazendo o primeiro gol. Mas não vamos colocar o carro à frente dos bois.
Falou em drama, falou do Atlético de Madrid. Especialista em tornar partidas em obras de alta carga dramática, o time alvirrubro perdeu Ángel Correa no minuto 64, por uma estupidez sem tamanho. Em uma cobrança de lateral, o argentino cotovelou Antonio Rüdiger no peito e foi expulso sem direito a conversa. O lance, considerado como conduta violenta, tirou um atleta crucial de campo e piorou o cenário para os visitantes.
Entretanto, estamos falando de uma partida de futebol. Suscetível às mais loucas reviravoltas, aos mais improváveis roteiros e sem dúvida, os mais improváveis heróis. Os dois, um de cada lado, saíram do banco de reservas para marcar. Giménez, como já antecipado, brilhou no minuto 78′ para chocar a torcida madridista. O passe foi de Antoine Griezmann, que até foi voluntarioso no dérbi. De cabeça, o uruguaio injetou ânimo nas veias dos atleticanos.
E aí chegamos a Álvaro Rodríguez. Também uruguaio, também alternativa de segundo tempo, também alto e bom nas jogadas pelo alto. O jovem, que faz apenas sua segunda partida como profissional, entrou um minuto antes do gol de Giménez. E aos 85′, quando o Real já começava a sentir o peso de perder um clássico em seus domínios após sete anos, foi dele a cabeçada que incendiou as arquibancadas locais. Voando acima da linha defensiva colchonera, Álvaro marcou um gol de alívio para o time da casa.
E foi só. O empate foi coerente com o clima mais ameno envolvendo o dérbi, não houve registro de provocação direcionada a Vinícius Jr; como nos últimos meses. E quem menos lamentou foi o Atlético, obviamente, que pôde somar um ponto mesmo estando desfalcado de seu melhor defensor e com um atleta a menos por conta da expulsão de Correa.
A tabela não faz nenhum dos dois esboçarem um sorriso. O Real, com o resultado, vê o Barcelona com sete pontos a mais e um jogo a fazer na tarde de domingo (26). O foco volta a ser a Liga dos Campeões. Ao Atlético, resta encontrar uma alternativa confiável a Reinildo, e tentar aparar os cascos para o resto da competição. O quarto lugar está de ótimo tamanho para quem tem feito tão pouco recentemente.