Território MLS
·07 de dezembro de 2024
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O New York Red Bulls busca redenção na MLS Cup 2024 após quase vencer em 2008. Será que finalmente conquistarão outro título?
Pode parecer clichê, mas finais no futebol não se jogam—se vencem. Dentro desse paradigma, o New York Red Bulls chegou perto em 2008, mas acabou derrotado pelo Columbus Crew em sua única aparição na MLS Cup.
Torcer pelo clube significa encarar uma realidade conflitante. É necessário entender que a filosofia do clube é, acima de tudo, desenvolver e formar jogadores, seguindo o bem-conhecido modelo Red Bull. Essa abordagem, no entanto, geralmente não é bem recebida pela torcida, que anseia por contratações de alto nível. Assim, surge o eterno dilema e a frustração pela falta de grandes troféus. Os torcedores “energéticos” não estão mais satisfeitos em comemorar conquistas simbólicas, como ter o melhor desempenho na temporada regular da MLS—feito alcançado três vezes.
No final da última temporada da MLS, a direção do New York Red Bulls decidiu abrir a carteira, investindo quase US$ 6 milhões para contratar Emil Forsberg, um experiente meia-atacante sueco vindo do clube-irmão Red Bull Leipzig. A esperança era que, com Forsberg em campo, a equipe, comandada pelo técnico novato Sandro Schwarz, pudesse competir com os principais rivais da Conferência Leste.
Emil Forsberg – New York Red Bulls (John Perdicaro / Territorio MLS)
A temporada regular começou com uma agradável surpresa: Forsberg se adaptou perfeitamente ao time, que permaneceu entre os quatro primeiros por boa parte da campanha.
O problema surgiu quando Forsberg foi convocado para a seleção sueca e voltou ao clube com uma lesão na perna, afastando o líder técnico da equipe por boa parte da segunda metade da temporada.
A inconsistência começou a tomar forma, expondo as fraquezas de um elenco carente de estrelas de peso. Erros frequentes cobraram seu preço na equipe de Sandro Schwarz, que terminou a temporada em sétimo lugar na Conferência Leste—um resultado longe de inspirar empolgação ou entusiasmo.
Outra eliminação na primeira rodada do principal evento da liga. Os torcedores já previam que o Columbus Crew, adversário daquela distante MLS Cup, demonstraria sua superior qualidade técnica e avançaria na competição.
Eliminar o Columbus Crew parecia tarefa impossível diante do panorama final da temporada regular. Inclusive, na última rodada da MLS, a equipe de Ohio bateu o próprio New York, na Red Bull Arena, por 3 a 2 e sem utilizar força máxima.
Na hora da decisão, entretanto, as figuras de destaque dos Red Bulls voltaram a exibir atuações convincentes. O goleiro Carlos Coronel e o volante Felipe Carballo foram decisivos no triunfo na partida inicial da série de três, em Ohio. Coronel fechou o gol e o volante uruguaio anotou o gol da vitória por 1 a 0, energizando os Energéticos para o duelo em Harrison.
Na segunda partida, empate emocionante por 2 a 2 e triunfo nos pênaltis garantiram o New York Red Bulls na fase seguinte. E que fase! Confronto com o New York City, time que, em setembro, goleou os Red Bulls por 5 a 1.
O regulamento da MLS não é algo para noós, terráqueos. Se na fase anterior dos playoffs, o vencedor era decidido em série melhor de três jogos, agora seria partida única, na casa do melhor ranqueado.
No Citifield, mais uma atuação de galã de Carlos Coronel. O goleiro brasileiro fechou o gol novamente, Carballo anotou outro golaço, dessa vez fora da área e Dante Vanzeir fechou o caixão do New York City.
O próximo adversário viria da Flórida: o Orlando City e seu ataque poderoso liderado por Facundo Torres, um dos melhores meia-atacantes da MLS.
Se contra Columbus e New York City a defesa dos Red Bulls foi amplamente testada, diante do Orlando City, o técnico Sandro Schwarz congestionou o meio, dando mais segurança à sua defesa. E foi através de um defensor que veio o gol da classificação para a MLS Cup: o zagueiro Andrés Reyes apareceu livre na área do Orlando e, após cruzamento de John Tolkin, testou para o fundo do gol adversário, garantindo o New York Red Bulls na grande decisão da MLS após 16 anos de ausência.
A hora é agora
Riqui Puig, principal criador de jogadas do LA Galaxy rompeu os ligamentos do joelho direito e não enfrenta os Energéticos. Fato que aumentou ainda mais a confiança da torcida vermelha.
Para Mark Fishkin, host do podcast “Seeing Red”, a confiança no título vem do espírito de equipe. “O time joga com confiança. Estão jogando como equipe, reconhecem suas forças e não cometem erros. E Emil Forsberg”, diz.
De fato, Emil Forsberg é a liderança técnica que faz a diferença em campo, seja no ataque, na distribuição de jogadas, seja no controle do ritmo de jogo e até mesmo na defesa.
O autor deste texto espera romper com o jejum de conquistas de New York e aposta em um triunfo por 2 a 1. É hora de fazer acontecer. Let’s go, Red Bulls!