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·29 de julho de 2025
Noronha quer excluir 170 mil sócios das eleições

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·29 de julho de 2025
O processo eleitoral do Benfica está em risco de dar um passo atrás. A possibilidade de introduzir o voto eletrónico para os sócios nas regiões autónomas e no estrangeiro pode vir a ser travada — não por falta de meios ou segurança, mas por bloqueio político puro e duro.
Na reunião promovida pela Mesa da Assembleia Geral, estiveram presentes representantes de todas as listas – menos a de Rui Costa – e discutiu-se a introdução deste avanço democrático. Mas bastou uma oposição clara, a de João Noronha Lopes, para ameaçar inviabilizar a medida, uma vez que o regulamento exige unanimidade.
Cristóvão Carvalho foi o primeiro a reagir, defendendo um sistema “moderno, auditado e acessível a todos os sócios do Benfica, estejam onde estiverem”. João Diogo Manteigas também mostrou abertura à medida, desde que asseguradas as condições de fiabilidade e transparência. A única candidatura a dificultar o processo foi a de Noronha Lopes.
Não é novidade. João Noronha Lopes continua a sua campanha elitista, tentando transformar os sócios do Benfica em sócios de primeira (os de Lisboa) e sócios de segunda (todos os outros). A velha lógica repete-se: quanto menos votarem, melhor.
Pode vir a dizer que defende o voto por correspondência, uma solução ultrapassada, dispendiosa, cheia de riscos: prazos curtos, extravios, votos anulados por erros de preenchimento. Ou seja: menos fiável e com menor participação.
E que fique claro: não estamos a falar de Casas do Benfica. Estamos a falar de mais de 170 mil sócios que vivem nas ilhas e no estrangeiro, e que têm exatamente o mesmo direito de voto que qualquer outro Benfiquista.
O Benfica é um clube global, não um clube de bairro. E quem quer liderá-lo tem de garantir o direito ao voto de todos os seus sócios, independentemente da morada. A democracia no Benfica não pode ficar refém de estratégias eleitorais.