Trivela
·26 de novembro de 2022
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·26 de novembro de 2022
A Tunísia desperdiçou uma grande chance neste sábado. Poderia ter chegado à última rodada para enfrentar a França em situação melhor. Levou um gol da Austrália no primeiro tempo e teve dificuldades, mas melhorou bastante no segundo. No entanto, não conseguiu buscar sequer o empate porque o seu sistema ofensivo não funcionou. A única boa notícia foi Naïm Sliti, novidade de Jalel Kadri, que pelo menos tentou alguma coisa e não errou tanto assim.
Os africanos dividiram a posse de bola com a Austrália e não deram um chute no alvo antes do intervalo. No segundo tempo, adotaram uma postura diferente, conseguiram empurrar o adversário para trás e não sofreram na defesa. O ataque, porém, não produziu muitas chances boas, geralmente pecando no último passe ou na finalização. Ainda exigiu quatro defesa de Mathew Ryan. Wahbi Khazri teve seus primeiros minutos no Catar e não conseguiu mudar o panorama ou criar oportunidades de maior qualidade.
Quem acabou se destacando foi mesmo Sliti, um jogador de lado de campo que atua no Al-Ettifaq, da Arábia Saudita, desde 2019. Nasceu em Marselha, no sul da França, 30 anos atrás, e começou sua carreira pelo Sedan, da segunda divisão. Depois de passar pelo Red Star, chegou à Ligue 1 pelo Lille, em 2016. Teve certo destaque na temporada seguinte, emprestado ao Dijon, com sete gols e seis assistências. Ajudou seu clube a ficar em um bom 11º lugar. Após quase cair em 2018/19, ainda com o Dijon, transferiu-se para o Al-Ettifaq, um time de meio de tabela da liga nacional.
Francês de nascimento como dez dos convocados pela Tunísia, Sliti disse em entrevista ao site da Fifa que começou a jogar futebol depois da Copa do Mundo de 1998, quando Zinedine Zidane fez dois gols na decisão contra o Brasil. Estava animado com a expectativa de enfrentar a França na última rodada. Um jogo que agora a Tunísia terá que vencer para ter uma chance de se classificar às oitavas de final pela primeira vez.
Estreou pela seleção em 2016, com um gol e uma assistência contra Djibouti, e foi titular em duas partidas da Copa do Mundo da Rússia. Veterano de três edições da Copa Africana de Nações, começou no banco de reservas no Catar. Entrou no segundo tempo do empate com a Dinamarca na estreia, que deu esperanças à Tunísia. Ganhou a confiança de Jalel Kadri para substituir Anis Slimane na escalação para enfrentar a Austrália.
E não é que foi brilhante. Tentou mais do que acertou. Foi responsável por quase metade dos 25 cruzamentos da Tunísia, mas acertou apenas um. Deu dois passes para finalização. Cavou algumas faltas e contribuiu na parte defensiva com três desarmes. Mais do que os números, era visível que parecia o atacante mais confiante da sua seleção, tentando partir para cima e criar alguma coisa. Não foi super bem sucedido nisso, e a derrota acabou sendo inevitável.
Agora, Jalel Kadri terá que pensar o time para enfrentar a seleção francesa. Manterá o trio de ataque? Wahbi Khazri ganhará sua primeira chance como titular? Não há muita coisa a perder contra uma das favoritas ao título, um jogo especial para muitos tunisianos que tem laços familiares com a França, como Naïm Sliti, que deixou uma boa impressão em meio às dificuldades ofensivas da Tunísia.