Trivela
·12 de dezembro de 2022
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Luis de la Fuente deu a sua primeira entrevista como técnico da seleção principal da Espanha nesta segunda-feira, em Madri. Ele foi confirmado junto com a demissão de Luis Enrique, no último dia 8. O treinador foi perguntado sobre o retorno de veteranos como Sergio Ramos, o que ele não descartou. Também falou sobre os critérios para convocar jogadores e ainda disse que fica feliz se jogadores como Sergio Busquets quiserem continuar. O ex-jogador e ex-técnico da seleção sub-21 também rebateu os questionamentos sobre falta de experiência.
Na coletiva de imprensa, Luis de la Fuente foi perguntado sobre jogadores que foram preteridos por Luis Enrique, como Sergio Canales, Sergio Ramos e Iago Aspas. “Todos que são selecionáveis têm as mesmas oportunidades. Temos uma ideia formada, mas ninguém tem a porta fechada. Não vou entrar em polêmicas com Sergio Ramos. Todos que estão para vir e são selecionáveis podem ser convocados”, disse. Também citou o volante Sergio Busquets. “Conto com ele porque tem muito a oferecer. Celebro que queira continuar”.
O ex-treinador do time sub-21 da Espanha ainda comentou sobre uma possível mudança de sistema. “O modelo é inegociável, mas o sistema se adapta. Vamos adicionar conceitos, matizes, tentaremos melhorar e trazer o que acreditamos que nos ajudará a melhorar. Não estamos fechados a nada”, respondeu o técnico.
De la Fuente foi perguntado sobre a desconfiança em relação ao seu currículo para poder assumir a seleção e ele respondeu de forma direta. “Fui jogador profissional e internacional por 15 anos em todas as categorias, menos na principal. Se alguém conhece o futebol espanhol, sou eu. Convivi com estrelas da sub-19, sub-21. Sou ex-jogador e sei como pensam. Não tenho problemas em falar na cara para eles. Os tratarei como todo mundo. Não tenho nenhuma vertigem porque, com toda modéstia do mundo, também já passei por isso. Simplesmente peço tempo, então que depois vocês avaliem”, declarou.
“Buscaremos mais transições, mais pontos de finalização… Tudo que podemos melhorar. Há seleções que trouxeram coisas que gostei, como Alemanha, França e Marrocos. Queremos ser melhores que o rival. Gosto de dominar o jogo e de bons jogadores. Gosto de uma equipe completa com diferentes registros. Temos jogadores tão bons que saberão interpretar”.
“Gosto de dar liberdade aos jogadores dentro do equilíbrio e ordem, mas prefiro ter um goleiro que, além disso, bom, defenda. Temos bons goleiros e eles nos trarão o que esperamos”.
“Sou um defensor do talento, que deve ajudar o jogo coletivo. Mas não gosto de cercear as virtudes do jogador. Ao contrário, coloco o sistema para potencializar o jogo do jogador. Essa liberdade tem que estar vinculada ao jogo coletivo. Tentaremos tirar o melhor de cada jogador”.
“Agora temos que ir partida a partida. O teto da seleção? O teto é trabalhar para ganhar tudo. Sou otimista, porque há bons jogadores”, declarou. “Eu quero ter uma relação com vocês [imprensa] e com os torcedores, que haja 48 milhões de jogadores e nos sintamos uma equipe. É verdade que na Espanha somos muito fiéis à nossa seleção e quero recuperar o espírito de 2010, a ilusão”.
Um dos tópicos que foi discutido no Brasil, a ausência de um trabalho de psicologia, também foi abordado na Espanha. O novo técnico deixou claro que considera este um aspecto importante. “O trabalho do psicólogo é muito importante para nós e também para os jogadores. López Vallejo conhece o futebol e será um apoio importante”, disse.
“Para jogar com a Espanha é preciso ter qualidade, talento e estar em um bom momento. A seleção não é um clube. Aqui se você tem um dia ruim, você volta para casa. Temos que chamar os que em cada momento estejam melhores. O talento do jogador jovem espanhol não há em lugar nenhum. Há jogadores que foram tocados pela varinha de Deus, como acontece com Gavi. Mas animo a todos a trabalhar para ser cada dia melhores. Eric Garcia encaixa em nosso modelo e gosto. Talvez em um determinado momento se pressionou demais, mas é parte do futebol”.