Num mercado pouco movimentado no Mestalla, Castillejo se torna o principal negócio do Valencia até o momento | OneFootball

O Valencia atravessa uma intertemporada conturbada, com mudanças no comando, do presidente ao técnico. Por enquanto, isso não resulta num mercado de transferências promissor aos Ches. Até a última semana, o único reforço confirmado era a contratação definitiva do atacante Hugo Duro. Já nesta terça-feira, os valencianos apresentaram Samu Castillejo como nova opção para o setor ofensivo. O ponta de 27 anos é uma pechincha para a diretoria: chega sem custos, liberado de seu último ano de contrato com o Milan. Porém, deixa dúvidas sobre o quanto realmente renderá.

“Estou muito contente, quase vim em janeiro e fiz tudo o que estava ao meu alcance para chegar aqui. Graças a Gattuso tudo aconteceu muito mais rápido e posso estar aqui. Quando chegar vou falar com ele mais tranquilamente, mas todos o conhecem, é um vencedor e tem uma grande mentalidade”, afirmou Castillejo, em sua primeira entrevista.

Castillejo possui mais de 100 partidas disputadas por La Liga. Formado pelo Málaga, transferiu-se ao Villarreal depois de despontar cedo na Andaluzia e fez boas temporadas com o Submarino Amarelo. Foram três anos como titular no Madrigal, com gols e assistências. Tanto é que o Milan desembolsou €21 milhões numa contratação que parecia fazer sentido. Ficou a decepção, em mais um dos tantos tiros n’água dos rossoneri no período.

A passagem de Castillejo por Milão não é totalmente descartável. Teve momentos de pontual destaque, mesmo sem se firmar como titular. De qualquer maneira, acabaria lembrado como uma aposta frustrada que não se punha como a estrela que o time precisava. Durante a última temporada, o ponta mal apareceu em campo, com problemas de lesão e também pouca relevância na rotação. Disputou somente cinco partidas na campanha do título da Serie A, com destaque às duas assistências na virada maluca contra o Verona durante o primeiro turno.

O Milan preferiu facilitar a saída de Castillejo antes do fim de seu contrato. A mudança para o Valencia parece boa ao jogador de 27 anos. Retorna ao seu país e a um clube de tradição, mesmo com a falta de rodagem nos últimos meses. A questão é mesmo se os Ches precisam de um jogador como o Castillejo que naufragou no San Siro. O ponta também se coloca como um retrato da falta de ambição do clube, que precisava estar bem mais ativo no mercado de transferências.

Outro ponto favorável a Castillejo é o reencontro com Gennaro Gattuso, novo treinador do Valencia. Os dois trabalharam juntos no Milan e a contratação teve o aval do comandante. Mas ainda não parece nada suficiente para acreditar numa reviravolta dos valencianos no Campeonato Espanhol. Se o time não sofreu tantas perdas significativas além de jogadores que estavam emprestados, quase ninguém chegou. É pouco para uma camisa tão tradicional e tão representativa em La Liga. Com a gestão de Peter Lim, os Ches permanecem sem grandes perspectivas de melhora.