Calciopédia
·31 de janeiro de 2024
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Ao procurar por “Fabio Quagliarella” na caixa de pesquisa do YouTube, você se depara com vários compilados de gols do italiano. À medida que os vídeos começam a ser reproduzidos, você é impactado com o extenso repertório do ex-atacante diante das redes: tentos de direita, de esquerda, de cabeça; de longe, de perto; de puxeta, de cobertura, de calcanhar. Uma plasticidade absurda para marcar golaços. Se o Brasil consagrou Dodô como o artilheiro dos gols bonitos, a Itália contemplou Quaglia, guardada as devidas proporções. Torcedor do Napoli, o campano ganhou títulos pela Juventus, decidiu um histórico Derby della Mole a favor do Torino, alcançou a idolatria na Sampdoria e se tornou o jogador mais velho a balançar as redes pela seleção italiana. Sem dúvidas, muita história para contar.
Embora tenha nascido em Castellamare di Stabia, nos arredores de Nápoles, Quagliarella começou a sua trajetória futebolística no Piemonte, no norte da Itália. Fabio entrou para a base do Torino com apenas 10 anos e estreou pelo time aos 17, durante a vitória por 2 a 1 sobre o Piacenza, pela última rodada da Serie A 1999-2000. Os granata acabaram rebaixados à segundona.
Em sua primeira passagem pelo Torino, Quagliarella, então um garoto com aparições pelas seleções sub-17 e sub-19 da Itália, teve pouquíssimas oportunidades. Em 2000-01, sequer entrou em campo na campanha de retorno dos grenás à elite. No ano seguinte, fez quatro partidas na Serie A. Era pouco e, no intuito de que a joia amadurecesse, o Toro o emprestaria à Fiorentina – então chamada de Florentia Viola, porque falira e a nova sociedade formada ainda não havia sido liberada para usar o antigo nome – e ao Chieti, nas divisões inferiores.
Quagliarella começou a brilhar como goleador na Sampdoria, equipe em que viria se consagrar mais tarde (New Press/Getty)
Nesse período inicial da carreira, o jovem Quagliarella viveu um drama que marcaria a sua carreira. Em 2001, Fabio sofreu uma grande perda: Niccolò Galli, seu amigo desde a base do Torino e colega de quarto na seleção sub-17, morreu em um acidente de carro. No Bologna, o filho de Giovanni Galli, goleiro tricampeão mundial pela Itália, portava a camisa 27. Após a tragédia, o clube emiliano optou por aposentar a numeração que o zagueiro usava, e Quagliarella decidiu adotar o número em seus uniformes, sempre que pôde, até o final de sua trajetória esportiva.
Em 2002, Quagliarella foi emprestado à Florentia Viola, que disputava a quarta divisão devido à falência da então Fiorentina, e disputou 15 partidas da campanha que terminaria com o acesso à Serie C1. Antes disso, em janeiro de 2003, o atacante terminou repassado ao Chieti, que disputava a categoria acima, e representou o clube dos Abruzos por um ano e meio. Fabio se destacou muito em 2003-04, quando marcou 17 dos 39 gols dos neroverdi na terceirona.
Após as experiências nas divisões inferiores, Quagliagol seria aproveitado pelo Torino a partir da temporada 2004-05, na segundona. Atacante versátil, de muita movimentação e finalização acima da média, ele contribuiu para o acesso do clube grená, que não pôde assumir a vaga na elite porque faliu. Sem contrato, o atacante aceitou uma proposta da Udinese e foi emprestado ao Ascoli, que foi promovido à Serie A devido à bancarrota do Toro.
Na Udinese, Fabio fez uma dupla de sucesso com Di Natale (AFP/Getty)
Quagliarella virou titular no time comandado por um jovem Marco Giampaolo, ladeado por Massimo Silva. Entretanto, Fabio não era o principal responsável por marcar gols, sendo coadjuvante do veterano Marco Ferrante. Tanto é que anotou seu primeiro gol na primeira divisão somente em dezembro de 2005, quando garantiu o triunfo dos bianconeri sobre o Treviso. Ele terminaria a campanha de meio de tabela do Ascoli com três bolas na rede em 33 jogos e continuaria sua peregrinação pelo Belpaese.
Em 2006-07, a Sampdoria investiu em metade do passe de Quagliarella, que se tornou sua nova contratação. O atacante começou como reserva de Francesco Flachi, mas simplesmente deslanchou em Gênova. Marcou gols plásticos, como a puxeta que deu o triunfo sobre a Reggina ou a maravilha do meio-campo no empate com o Chievo, e foi o destaque ofensivo da equipe, com 13 gols e duas assistências em 35 jogos da Serie A.
Certamente, o primeiro dos gols – o segundo de sua passagem, já que castigara o Benevento na Coppa Italia anteriormente – foi o mais gostoso. Contra a Atalanta, na sétima rodada da Serie A, Quagliarella abriu o placar aos 4 minutos e fez o mais rápido do fim de semana. Por causa disso, ganhou um presentaço: um quilo de queijo Montasio por quilo corporal. Fabio, que pesava 73 kg, ainda fez troça ao amarrar algumas pedras à cintura na hora da pesagem para chegar a 78 kg e levar mais da iguaria para casa.
Com a camisa da Udinese, o atacante teve um biênio de sucesso, com direito a ótimo desempenho na Copa Uefa (New Press/Getty)
Contando com o brilho do “homem do queijo”, a Samp de Walter Novellino foi nona colocada da Serie A e ainda chegou às semifinais da Coppa Italia, sucumbindo à Inter. O bom desempenho pela equipe doriana o levou ao selecionado italiano principal: em março de 2007, com 24 anos, estreou pela Nazionale. Comandada por Roberto Donadoni, a Itália venceu a Escócia, por 2 a 0, em jogo válido pelas Eliminatórias da Eurocopa de 2008.
Sampdoria e Udinese travaram uma batalha para contar com o futebol do emergente Quagliarella na temporada 2007-08. No fim das contas, as duas agremiações não entraram num acordo para a renovação da copropriedade nem mesmo por um valor que satisfizesse a vendedora. Assim, a situação foi resolvida à moda antiga, conforme regulamento específico da Federação Italiana de Futebol – FIGC para solucionar esses imbróglios: ofertas às escuras, submetidas através de cartas lacradas. Os blucerchiati propuseram 6,5 milhões de euros; os bianconeri, 7,3 mi. Assim, Fabio finalmente atuaria pela equipe de Údine.
No Friuli, Quaglia formou trio de ataque envolvente com Antonio Di Natale e Simone Pepe ou Asamoah Gyan, manteve a boa média de gols (anotou 12) e auxiliou os comandados de Pasquale Marino a se classificarem à Copa Uefa. No campeonato, o camisa 27 fez valer a lei do ex e anotou uma doppietta contra a Sampdoria: com os dois tentos, o time friulano virou sobre os dorianos, 3 a 2. Ele foi convocado à Euro 2008, mas entrou em apenas um jogo – contra a Romênia, pela segunda rodada da fase de grupos – e não conseguiu impedir a eliminação nas oitavas de final para a Espanha, que se sagraria campeã.
Quagliarella realizou o sonho de defender o Napoli, seu time do coração, mas a sua passagem pelos azzurri viraria um pesadelo (Getty)
Na temporada 2008-09, Quagliarella ajudou a Udinese a alcançar as quartas de final da Copa Uefa. Os bianconeri caíram para o Werder Bremen. Com oito gols, o italiano ficou em terceiro na lista de artilheiros da competição continental, atrás apenas do brasileiro Vágner Love e do croata Ivica Olic. Nas competições nacionais, os friulanos repetiram o sétimo lugar na Serie A e foram até as quartas da Coppa Italia. Finalizada a temporada de clubes, na qual totalizou 21 tentos, o bomber foi convocado por Marcello Lippi para a Copa das Confederações, mas a Squadra Azzurra fez péssima campanha e sequer avançou ao mata-mata do torneio.
Torcedor do Napoli e nascido na região metropolitana de Nápoles, Quagliarella só conseguiu realizar o sonho de defender o time do coração quando já tinha 26 anos. Os partenopei pagaram 16 milhões de euros e ainda cederam o restante dos direitos econômicos de Maurizio Domizzi à Udinese. Com salário de 1,8 milhão anuais mais bônus ligados a desempenho, o italiano se tornou o jogador mais bem pago do elenco azzurro. Foi titular absoluto na temporada 2009-10, sob as ordens, primeiro, de seu velho conhecido Donadoni e, depois, de Walter Mazzarri.
Em janeiro de 2010, Fabio ganhou um Oscar da Associação de Jogadores Italianos – AIC por ter marcado o gol mais bonito da temporada anterior: contra o Napoli, no San Paolo, o bomber recebeu passe de Mauricio Isla e tirou da cartola um improvável voleio de fora da área, que deixou o goleiro Nicolás Navarro imóvel debaixo das traves. O tento saiu no último minuto da partida e impediu a derrota da equipe friulana em Nápoles: 2 a 2.
O goleador foi reserva na Juventus, equipe pela qual conquistou os seus principais títulos (Getty)
Voltando ao cenário do Napoli, Quagliarella foi às redes em seu segundo jogo pelos azzurri: anotou dois tentos e se tornou o destaque da vitória por 3 a 1 sobre o Livorno, em Nápoles. Ele cravou outras duas doppiette no decorrer do campeonato, além de ter saboreado vitória ante a rival Juventus no turno e no returno – neste último, marcou e deu assistência no triunfo por 3 a 1. Destaque do setor ofensivo, juntamente a Ezequiel Lavezzi e Marek Hamsík, Fabio concluiu a temporada com 11 gols e ajudou o time azzurro a se classificar para a Liga Europa. A bomba de longa distância contra a Atalanta, em Bérgamo, foi o mais belo golaço do camisa 27 em 2009-10.
Em boa fase no Napoli, Quagliarella foi convocado para a Copa do Mundo de 2010. Com péssima campanha, os italianos, defendendo o tetracampeonato mundial na época, caíram na fase de grupos. O campano, pelo menos, anotou um dos tentos mais bonitos da Copa: na derrota por 3 a 2 para a Eslováquia, o artilheiro deu uma cavadinha de fora da área e mandou a Jabulani no ângulo. De volta ao Belpaese após a eliminação precoce na África do Sul, o jogador acabou sendo emprestado à Juventus, o que fez a torcida napolitana ficar furiosa e se voltar contra ele. A transferência também gerou insatisfação em torcedores do Torino, clube pelo qual o artilheiro começara a carreira.
O fato é que Quagliarella passou os sete anos seguintes de sua carreira convivendo com vaias a cada visita ao San Paolo – estádio rebatizado como Diego Armando Maradona, posteriormente – e com mensagens ofensivas de torcedores napolitanos em redes sociais. O que ninguém sabia é que o atacante havia deixado o Napoli porque estava sendo ameaçado – algo que durou cinco anos. Um policial do setor de combate a crimes cibernéticos lhe chantageava e ameaçava seus familiares através de cartas em que acusava, sem fundamentos, o atacante de envolvimento com a camorra e manutenção de relações sexuais com menores de idade.
Jogador de muitos clubes, inclusive rivais, Quaglia também teve uma passagem relevante pelo Torino (Getty)
O caso corria em segredo de justiça e veio à tona apenas em fevereiro de 2017, com a condenação do oficial corrupto. Instantaneamente, Fabio foi perdoado pela torcida azzurra, que selou a reconciliação com uma carta aberta e uma homenagem presencial, quando o atacante, que já atuava pela Sampdoria, retornou à cidade. Porém, voltando à ida do atleta à Juventus, em agosto de 2010, Quagliarella participou da reconstrução da Vecchia Signora e do início de sua hegemonia em território nacional.
Mesmo saindo do banco na maioria das vezes, o atacante sempre foi muito útil em Turim e marcou gols de enorme plasticidade. Ele chegou a ser artilheiro do time juventino em 2010-11, ainda que tenha perdido todo o segundo turno da temporada após romper o ligamento cruzado anterior do joelho direito – a Juve contratou, em janeiro de 2011, Luca Toni para substituí-lo.
Em junho daquele ano, a Velha Senhora comprou Quagliagol em definitivo junto ao Napoli por 10,5 milhões de euros, e o atleta assinou contrato até 2014. O jogador foi o segundo melhor marcador dos piemonteses em 2012-13. Os únicos títulos de sua carreira foram obtidos com a camisa bianconera: três scudetti (2012, 2013 e 2014) e duas edições de Supercopa Italiana (2012 e 2013). Por outro lado, a transferência à Juventus, a lesão e sua presença frequente no banco de reservas fizeram com que Cesare Prandelli só o convocasse para a seleção no início de seu ciclo, nos meses iniciais da temporada 2010-11.
Na volta à Sampdoria, em meados da década de 2010, Fabio viveu o auge tardio de uma carreira bastante exitosa (Getty)
Em 2014, o presidente Urbano Cairo, do Torino, decidiu repatriar o atacante de 31 anos, mas enfrentou resistência das organizadas. Apesar dos olhares tortos de alguns torcedores, Fabio rendeu em bom nível dentro de campo e foi autor de um gol histórico: virou o clássico contra a Juve, em abril de 2015, e fez os grenás comemorarem um triunfo sobre a arquirrival pela primeira vez em 20 anos – a vitória segue sendo a última do Toro no Derby della Mole até a publicação deste texto, em janeiro de 2024. O tento sobre a rival local e os outros 16 que guardou na temporada não foram suficientes para selar a paz entre o atacante e a torcida.
Depois que Quagliarella declarou que torceria pela Juventus na final da Champions League contra o Barcelona, em 2015, a má vontade da tifoseria se reacendeu. O relacionamento degringolou de vez quando o camisa 27 não comemorou um gol marcado contra o Napoli, em janeiro de 2016. Semanas depois, no último dia da janela de transferências do inverno europeu, o veterano encerrou sua terceira passagem pelo Toro, onde acumulou 109 jogos e 32 tentos, e acertou com a Sampdoria para viver momentos mágicos e se tornar uma bandeira da agremiação. Ele retornou a Gênova após nove anos, sob a condição de empréstimo com obrigação de compra.
Na temporada 2016-17, Quagliarella usou pela primeira vez a braçadeira de capitão da Samp. Na antevéspera de Natal de 2018, o campano se tornou o primeiro jogador italiano a marcar em sete aparições seguidas na Serie A desde Antonio Di Natale, em maio de 2010. No mesmo ano, recebeu o Prêmio Scirea, inspirado no zagueiraço Gaetano Scirea, concedido por seus feitos durante a carreira. O ano de 2019 foi especial para o veterano. Em janeiro, ao cravar uma doppietta na goleada por 4 a 0 sobre a Udinese, ele marcou pelo 11º jogo consecutivo na Serie A e igualou o recorde estabelecido por Gabriel Batistuta, em 1994-95.
Com o sucesso e os recordes na Sampdoria, Quagliarella voltou à seleção italiana e fez história com a camisa azzurra (Getty)
Quagliagol disputou 37 jogos daquele Italianão e terminou como o artilheiro do certame, com 26 tentos e oito assistências – aos 36 anos, se tornou o segundo jogador mais velho a ser o goleador máximo da Serie A. Fabio também foi apenas o terceiro atleta a obter o feito pela Sampdoria, após Sergio Brighenti, em 1961, e Gianluca Vialli, em 1991, na campanha do histórico scudetto blucerchiato.
O gol mais espetacular naquela campanha, com certeza, saiu contra seu time do coração. No dia 2 de setembro de 2018, pela segunda rodada do campeonato, a Samp enfiou um 3 a 0 no Napoli, no Luigi Ferraris. O camisa 27 fechou a conta com um golaço: livre na área, o atacante aproveitou cruzamento à meia altura de Bartosz Bereszynski, saiu do chão e tocou a bola com o calcanhar, no ar. A bola morreu no canto direito do goleiro David Ospina, e o atleta não comemorou o tento em respeito a sua paixão pelos napolitanos. O lindo gol concorreu ao Prêmio Puskás de 2019, mas a condecoração foi para o húngaro Daniel Zsori, que, à época, defendia o Debrecen.
Fabio, portanto, intensificou a verve goleadora que começou a desenvolver desde que retornou à Ligúria, em 2016: foram 60 gols na Serie A em três anos e meio, o mesmo número que anotou entre 2009 e fevereiro de 2016, período em que defendeu Napoli, Juventus e Torino. Ao fim da temporada 2018-19, Quagliagol era o maior goleador em atividade na liga italiana, com 153 tentos, e ocupava a 24ª posição na classificação geral.
Quaglia se tornou um dos maiores atacantes da história da Sampdoria e foi merecidamente homenageado pelos blucerchiati (Getty)
Veterano, Quagliarella convenceu, em campo, Roberto Mancini a convocá-lo à seleção italiana – Antonio Conte, seu comandante na Juventus, até chegou a chamá-lo em 2014 e 2015, mas não o utilizou. Seria sua last dance com a Nazionale. Em março de 2019, Fabio voltou a disputar uma partida com a camisa azzurra após oito anos. Mancio o chamou para uma sequência de três jogos válidos pelas Eliminatórias da Eurocopa de 2020. Jogou os minutos finais da vitória contra a Finlândia; foi titular e guardou uma doppietta no 6 a 0 sobre Liechtenstein; e acabou substituído no intervalo durante o triunfo sobre a Bósnia.
Com os dois gols de pênalti marcados contra a seleção de Liechtenstein, ele se tornou, aos 36 anos e 54 dias, o jogador mais velho a encontrar as redes pela Squadra Azzura, superando o recorde que antes pertencia ao ex-defensor Christian Panucci (35 anos e 62 dias). A partida contra os bósnios foi a última do artilheiro pela seleção italiana, com a qual contabilizou nove gols em 28 jogos.
Em janeiro de 2021, a Juventus estava à procura de um atacante para reforçar o time treinado por Andrea Pirlo, e Quagliarella estava na pauta bianconera. O atacante blucerchiato, porém, recusou a proposta da Vecchia Signora. Um ano depois, o artilheiro balançou as redes do Empoli e se tornou o oitavo jogador na história da Serie A a fazer pelo menos um gol em 18 anos consecutivos. Na temporada 2022-23, o camisa 27 conseguiu anotar apenas um tento, o de honra na derrota por 5 a 1 frente ao Milan, em San Siro. Assim, se tornou o quinto mais velho a marcar pela Serie A, atrás de Zlatan Ibrahimovic, Alessandro Costacurta, Silvio Piola e Pietro Vierchowod.
Do ódio à homenagem: o perdoado Quagliarella se despediu do futebol ovacionado pela torcida do Napoli e da Sampdoria (Getty)
Ao fim da temporada 2022-23, a Samp acabou rebaixada à segunda divisão, e Quagliarella deixou o clube após sete anos, ao fim de seu contrato. Foram 293 jogos e 106 gols pelos dorianos, além do status de ídolo. Afinal, apesar de ter participado apenas de campanhas de meio de tabela pela equipe de Gênova, a agremiação foi aquela que mais vezes defendeu na carreira e a que lhe permitiu, de fato, alcançar o 14º posto na artilharia histórica da Serie A, com 182 tentos.
Pairava no ar a seguinte dúvida: se o jogador penduraria as chuteiras ou se ainda teria lenha para queimar. A princípio, ele começou a comentar jogos pela emissora Sky Sport. No entanto, em 19 de novembro de 2023, Quagliagol oficializou, aos 40 anos, sua aposentadoria dos gramados como um dos atacantes italianos mais prolíficos do século XXI. O carinho da torcida napolitana em sua última visita ao Diego Armando Maradona, no jogo que terminou sendo o seu derradeiro como profissional, simboliza como o campano deixou o futebol pela porta da frente, amado tanto em Gênova quanto em Nápoles.
Fabio Quagliarella Nascimento: 31 de janeiro de 1983, em Castellammare di Stabia, Itália Posição: atacante Clubes: Torino (1999-2002, 2004-05 e 2014-16), Florentia Viola (2002-03), Chieti (2003-04), Ascoli (2005-06), Sampdoria (2006-07 e 2016-23), Udinese (2007-09), Napoli (2009-10) e Juventus (2010-14) Títulos: Serie C2 (2003), Serie A (2012, 2013 e 2014) e Supercopa Italiana (2012 e 2013) Seleção italiana: 28 jogos e 9 gols