Trivela
·29 de agosto de 2022
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O Athletic Bilbao reabriu suas portas nesse final de semana a um dos maiores talentos saídos do clube na última década. Ander Herrera não é criado nas categorias de base dos Leones, mas foi em San Mamés que estourou, antes de tomar os rumos da Premier League. O meio-campista teve uma carreira consolidada em alto nível, por Manchester United e Paris Saint-Germain, ainda que sempre como coadjuvante. Aos 33 anos, o veterano retorna ao País Basco para servir como uma das referências do Athletic. Chega por empréstimo até o final da temporada, com opção de compra junto ao PSG.
“Desde que deixei o Athletic, vocês sempre me ouviram falar como esse clube é especial. Você deixa o Athletic, mas o Athletic não sai de você. Não sou alvirrubro de berço, mas o Athletic te deixa uma marca que é complicada de igualar em outros lugares. Eu desfrutei muito da minha carreira, sou agradecido ao United e ao PSG, mas sempre mantive contato com o Athletic. Vi 80 ou 90% dos jogos desde que saí, porque sempre gosto de ver meus ex-times, e em casa tomei bronca por isso”, comentou Herrera, em sua apresentação, com mais de 2,5 mil torcedores presentes.
Nascido em Bilbao, Ander Herrera iniciou sua carreira no Zaragoza. Tais rumos se explicam por seu pai, Pedro Herrera, que atuou durante a década de 1980 no clube. O meio-campista atravessou toda a sua formação na base dos aragoneses e atuou por lá durante três temporadas como profissional. Seria contratado pelo Athletic Bilbao em 2011, por €7,5 milhões. O prodígio vinha em alta principalmente por auxiliar a Espanha na conquista do Europeu Sub-21 daquele ano, com direito a gol na decisão contra a Suíça.
Em San Mamés, Ander Herrera permaneceu por três temporadas. Fez o suficiente para marcar o seu nome no clube. O primeiro ano seria exatamente o do ápice de Marcelo Bielsa no País Basco, com a campanha até a decisão da Liga Europa. O meio-campista era uma figura-chave do elenco e seria vital na caminhada rumo à final, perdida diante do Atlético de Madrid. As estatísticas de Herrera até melhoraram nos dois anos seguintes, sobretudo por sua participação ofensiva. Era um dos protagonistas do time e passou a atrair interesse de centros maiores do futebol europeu.
O Athletic Bilbao, com poucas opções de jogadores bascos, não fazia questão de vender Ander Herrera. Por isso, o Manchester United precisou pagar os €36 milhões da multa rescisória para tirá-lo de San Mamés. A passagem do meio-campista por Old Trafford teve bons momentos, se aproximando dos 200 jogos, embora não tenha escapado da bagunça que circundou os Red Devils. De qualquer forma, ficou marcado por sua liderança e pela personalidade. Já em 2019, ao final de seu contrato, assinou com o PSG. Os problemas de lesão seriam mais frequentes e o impacto no Parc des Princes se tornou mínimo. O veterano não era o que os parisienses precisavam em seu problemático meio-campo.
Aos 33 anos, Ander Herrera não tinha mais espaço no PSG e dificilmente voltaria a atuar num clube de primeira prateleira. Assim, o retorno ao Athletic Bilbao faz todo sentido. O meio-campista, se mantiver o mínimo de sua capacidade física, pode auxiliar a equipe de Ernesto Valverde em seus objetivos. Além do mais, possui características no passe e na criação que se diferem dentro do elenco. Tende a ser um maestro, na tentativa de potencializar um grupo mais voraz. A ver como será essa readaptação, em meio à idolatria. Apesar de seu desejo de seguir ao United, Herrera não saiu queimado com a torcida.
O empréstimo de Ander Herrera é o principal negócio do Athletic para a próxima temporada. Além dele, outro reforço foi o centroavante Gorka Guruzeta, do Amorebieta. O trunfo é o retorno de Valverde, bem como a manutenção do elenco sem perdas significativas. Com um mercado muito restrito por causa da política relativa aos jogadores bascos, o Athletic confia mais na sua base do que nas compras para subir de nível. Entre as adições possíveis, ainda assim, Herrera era uma das melhores à disposição.