Trivela
·13 de julho de 2022
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·13 de julho de 2022
O Brentford estabeleceu seu sucesso nas últimas temporadas com movimentos inteligentes no mercado de transferências. Não é segredo que o método “Moneyball” rege os investimentos das Abelhas, analisando estatísticas específicas e procurando jogadores subvalorizados. Graças a isso, os tricolores conseguiram o acesso à Premier League e deixaram boa impressão na temporada passada. Em busca de mais um ano na elite, o Brentford realiza suas primeiras contratações para 2022/23. Garante acertos interessantes, voltados a jovens: Aaron Hickey chega do Bologna, enquanto Keane Lewis-Potter vem do Hull City.
Hickey é quem possui mais rodagem na elite do futebol. O lateral esquerdo de 21 anos surgiu no Hearts muito precocemente. Disputou a final da Copa da Escócia antes de completar 17 anos, recorde da competição, e anotou seu primeiro gol no dérbi contra o Hibernian. Estourou de vez em 2019/20, como titular dos grenás, atraindo o interesse de clubes como Bayern, Lyon e Aston Villa. Após o rebaixamento do Hearts no Campeonato Escocês, o Bologna levou a melhor na contratação. Seria uma aposta certeira.
Hickey fez poucos jogos na primeira temporada na Itália, em 2020/21, atrapalhado pelas lesões e pelo coronavírus. Em compensação, arrebentou em 2021/22, sob as ordens de Sinisa Mihajlovic. A boa campanha do Bologna contou com a participação ativa do ala, titular absoluto na equipe. O jovem disputou 35 partidas pela Serie A, com cinco gols anotados e uma assistência. Virou um dos nomes mais cobiçados do elenco e resolveu retornar ao Reino Unido.
O Brentford paga alto para contar com Hickey, ao desembolsar €16,5 milhões. Ainda assim, ganha um jovem de 20 anos com enorme potencial e que pode atuar dos dois lados do campo. A tendência é que o escocês se encaixe sem muitos problemas nas Abelhas, especialmente se Thomas Frank mantiver o sistema com alas mais livres no apoio. É candidato a se tornar um dos melhores laterais da Premier League dentro de um tempo, assim como já figura nas convocações da seleção escocesa, mesmo com a concorrência de Andy Robertson. Possui boa presença física e equilíbrio, mas com a aptidão ofensiva.
“Estou muito satisfeito por termos conseguido assinar com Aaron. O que ele já conseguiu em sua carreira é muito impressionante. Tem apenas 20 anos e jogou uma temporada inteira na Escócia, além de duas na Itália. Aaron é uma coisa rara no futebol moderno, pois é igualmente bom com os dois pés. Ele é muito sólido tecnicamente e bom com a bola sob pressão. É um lateral ofensivo com boa criatividade, cruza muito bem e marcou gols na Serie A. Por ter jogado dois anos na Itália, sabemos que ele terá boas características defensivas. Há áreas a melhorar e estamos ansiosos por ter ele conosco, para que possamos participar de seu desenvolvimento como jogador”, analisou o técnico Thomas Frank.
Lewis-Potter, por sua vez, chega pelo barulho que vinha fazendo nas divisões de acesso. O ponta começou a ganhar espaço no Hull City durante o rebaixamento na Championship em 2019/20. Virou titular na League One e teve papel importantíssimo no acesso. Já na temporada passada, produziu bastante para auxiliar os Tigres a permanecerem na segundona. Mesmo com apenas 21 anos, já disputou 122 partidas pelo clube, com 30 gols marcados. Era cotado nos times da Premier League e o Brentford abre as portas.
Sua contratação foi ainda mais cara, por €19 milhões, valor que se inflaciona pelo fato de ter sido formado no futebol inglês. Mas é um jogador das seleções de base e que possui grande potencial. Uma virtude é a polivalência, entrando em praticamente todas as posições ofensivas do Hull City durante a última Championship – como meia ou atacante, dos dois lados do campo ou mais centralizado. É um atleta que pode amadurecer como um curinga nas mãos de Thomas Frank. Além do mais, pode se tornar inclusive um parceiro a Hickey pelo lado esquerdo. É uma associação certamente pensada no planejamento dos negócios.
“Estou contente por termos contratado um dos maiores talentos jovens da Championship. Ele teve uma ótima temporada. Marcou 13 gols e contribuiu com quatro assistências num time que lutava na parte inferior da tabela. São números impressionantes. Ganhamos um jogador que marca gols chegando na área e atacando a última linha. É um jogador flexível, que pode atuar nos dois lados, como atacante ou como um 10. Tem uma ótima mentalidade. Ele se encaixa perfeitamente no modelo do Brentford. É um bom jogador jovem, que achamos ter qualidades para jogar na Premier League agora. Ele vai se desenvolver ainda mais”, comentou Thomas Frank.
Por enquanto, o Brentford atua pontualmente no mercado de transferências. O mérito maior das Abelhas é preservar o elenco que deu conta do recado na Premier League, apesar do fim do contrato de Christian Eriksen. A segunda temporada na primeira divisão, por vezes, é mais difícil que a primeira por não ter mais o “fator surpresa”. Porém, o Brentford se mostra suficientemente bem gerido para tentar uma estabilidade maior na elite. Basta ver pelos negócios que pensam no médio e longo prazo.