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·13 de junho de 2018
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Classificação sofrida e na última rodada das Eliminatórias. Derrota humilhante para a Espanha por 6 a 1 e dois cortes de titulares por lesão pouco antes do Mundial. A enorme pressão para conquistar um título e encerrar o jejum que perdura desde 1993, além de esquecer os três vices seguidos em 2014, 2015 e 2016. O cancelamento do polêmico amistoso com Israel. A enorme dependência de Lionel Messi e o rendimento aquém do esperado dos outros craques. Vários problemas no meio-campo e na defesa e Jorge Sampaoli enfrentando dificuldades em transformar seu grupo de jogadores em um time.
A Argentina enfrenta muitas dificuldades e tem uma das preparações mais conturbadas para a Copa do Mundo. E como se tudo isso não bastasse, ainda vive um dilema no gol.
É irônico e sempre pareceu improvável que isso fosse acontecer, mas quem diria que um dia, os hermanos sentiriam falta de Sergio Romero.
Reserva do espetacular De Gea no Manchester United, o arqueiro nunca foi unanimidade na Argentina, mas era o titular e, em 2014, fez uma excelente Copa do Mundo no Brasil, sendo um dos destaques da finalista. Por isso, mesmo com Romero sendo mediano e não tendo o ritmo de jogo ideal por atuar pouco em seu clube, existia uma certa "tranquilidade" e "segurança" no gol hermano. Não existiam dúvidas na posição e todos sabiam quem jogaria na Rússia.
Justamente esse motivo, seu corte por lesão foi tão noticiado e discutido, especialmente na Argentina. Para o lugar do arqueiro, Sampaoli chamou Nahuel Guzmán, que será a terceira opção para a posição no Leste Europeu. O goleiro do Tigres está longe de ser dos mais confiáveis, mas, de qualquer forma, só jogará caso ocorra uma catástrofe para os hermanos durante a Copa.
A discussão, obviamente, passou a ser de quem seria o titular na Rússia: Caballero ou Armani? Os dois são bons goleiros, muito experientes e com trajetórias diferentes.
O primeiro construiu sua carreira na Europa, brilhando no Málaga depois de ter poucas oportunidades no Boca Juniors e ficar sete anos no modesto Elche. Nas últimas quatro temporadas, porém, foi reserva em Manchester City e Chelsea.
Armani, por sua vez, construiu sua carreira na América. É titular absoluto e vive fase espetacular no River Plate. Antes de se tornar famoso em seu país defendendo a meta dos Millonarios, passou pelos modestos Ferro Carril Oeste e Deportivo Merlo e encantou durante sete anos no Atlético Nacional.
O preferido da imprensa e da torcida é Armani, algo natural pela excepcional fase do goleiro no River e por ele ser titular em seu clube. Afinal, Caballero, como Romero, é reserva em sua equipe e a Albiceleste continuaria com o problema de ter um arqueiro titular sem o ritmo ideal, após ficar no banco de seu time durante praticamente toda a temporada.
A escolha de Sampaoli, no entanto, parece ter sido Caballero, ao menos é o que o treinador tem demonstrado desde o corte de Romero e o início da preparação para o Mundial.
Também prefiro e escolheria Armani, pelos motivos já citados, mas Caballero, mesmo estando na reserva do excepcional Courtois no Chelsea, é muito bom goleiro e tem experiência. Não é uma escolha ruim. Na minha opinião, o arqueiro dos Blues de Londres é superior a Romero, que seria o titular se não fosse cortado.
No entanto, existe um outro problema que preocupa a imprensa e a torcida argentina. Dos três goleiros convocados, acredite, quem tem mais experiência na seleção é Guzmán. Ao contrário de Romero, que tinha várias partidas pela Albiceleste e experiência em Copa do Mundo, os três chamados por Sampaoli nunca disputaram um Mundial e possuem poucos jogos pela seleção.
Armani nunca jogou pela Argentina. Caballero tem apenas três jogos pela seleção principal. Um deles justamente o 6 a 1 para a Espanha, em março, quando ele entrou na vaga de Romero, aos 22 minutos. Guzmán, por sua vez, fez somente seis partidas.
Como se já não bastassem todos os outros problemas, a Argentina terá na Copa do Mundo, independentemente da escolha de Sampaoli, um goleiro com pouca experiência pela Albiceleste e que nunca disputou um Mundial. E caso o treinador realmente decida por Caballero, terá um bom arqueiro, mas reserva em seu clube e sem o ritmo ideal, além da dificuldade internacional já citada em nível de seleção.
A Argentina tem um dilema no gol.