Trivela
·24 de abril de 2023
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·24 de abril de 2023
Só um clube manda no Campeonato Sérvio durante as últimas temporadas. E o Estrela Vermelha se confirmou neste final de semana como campeão nacional mais uma vez, no que é uma conquista de peso histórico dentro das perspectivas da liga. Os alvirrubros são os atuais hexacampeões sérvios. Com isso, igualam a maior sequência do Partizan Belgrado na competição e ainda ultrapassam os rivais no total de taças desde 2007, quando a Sérvia passou a contar com um campeonato distinto de Montenegro. O Estrela Vermelha nadou de braçada na liderança em 2022/23 e sustenta atualmente uma vantagem de 20 pontos, suficiente para a celebração com seis rodadas de antecipação. Enquanto isso, o Partizan é apenas o quarto colocado.
Os últimos dez anos do Estrela Vermelha são bastante significativos. Os alvirrubros conquistaram oito das últimas dez edições do Campeonato Sérvio, e isso depois de romperem a hegemonia do Partizan Belgrado em 2013/14, quando os rivais eram hexacampeões. O sucesso no Marakana, aliás, não dependeu de um treinador específico. Vladan Milojevic, Dejan Stankovic e Milos Milojevic conduziram o hexa do Estrela Vermelha. O atual comandante assumiu durante o início da atual temporada e sustentou os acertos do clube.
Stankovic conquistou três troféus do Estrela Vermelha nesta sequência, com recordes e marcas impressionantes. Todavia, o antigo ídolo não teve o mesmo impacto na Champions League e deixou o cargo em agosto, após a eliminação para o Maccabi Haifa nas preliminares. Milos Milojevic era uma escolha óbvia para o cargo, como antigo assistente de Stankovic, antes de tentar a sorte como técnico principal do Hammarby e do Malmö. O novo treinador não conseguiu levar os alvirrubros para os mata-matas da Liga Europa, mas manteve o aproveitamento assombroso no Campeonato Sérvio.
O Estrela Vermelha conquistou 85 pontos em 93 possíveis até o momento. São 27 vitórias e quatro empates numa campanha invicta, em que o time ainda possui o melhor ataque e a melhor defesa – com 85 gols marcados e só 15 sofridos. Assim, ficaria muito difícil que algum concorrente conseguisse acompanhar o ritmo dos alvirrubros. E a crise do Partizan auxiliou bastante, com os concorrentes perdendo partidas contra adversários mais fracos do torneio. A confirmação do título neste final de semana aconteceu após a vitória por 4 a 1 sobre o TSC, até então vice-líder, na partida que apenas abriu o octogonal final. Restam mais seis rodadas e ninguém mais pode alcançar os Crveni.
O Partizan Belgrado, por outro lado, corre o risco de não se classificar às copas europeias – o que não acontece desde 1995/96, a primeira temporada após o fim da suspensão aos clubes sérvios pela Guerra da Iugoslávia. O Cukaricki é o segundo colocado do campeonato atual, com 65 pontos, e o TSC está na perseguição, com 62 pontos. Um deles deve ir às preliminares da Champions e outro ficará nas preliminares da Conference League. Restará, então, uma vaga para a Conference. O Partizan soma 57 pontos, à frente do Vojvodina apenas pelos critérios de desempate. Não pode bobear.
Um dos méritos do Estrela Vermelha é manter uma base clara durante o atual hexacampeonato. No clube desde 2017, o goleiro Milan Borjan é o maior símbolo do período, entre os mais antigos ao lado dos laterais Milan Rodic e Marko Gobelljic. De qualquer maneira, outros jogadores deram ampla contribuição na caminhada. Os zagueiros Strahinja Erakovic e Aleksandar Dragovic, o volante Guélor Kanga, o meia Mirko Ivanic, o ponta Aleksandar Katai e o centroavante Aleksandar Pesic formam a espinha dorsal do time atual. Outros que podem se projetar mais são os jovens pontas Osman Bukari e Stefan Mitrovic, presentes na Copa do Mundo.
A conquista do Estrela Vermelha garante o clube na fase de grupos da próxima edição da Liga dos Campeões. Será a sétima participação consecutiva do time na etapa principal das competições continentais, a terceira na Champions. Apesar disso, o feito encerra uma espera de três anos longe da LC, com quedas sempre nas fases preliminares, antes do redirecionamento para a Liga Europa. De qualquer forma, os bons papéis no geral renderam frutos no Ranking da Uefa e, agora, premiam os alvirrubros na maior vitrine do futebol europeu. A vaga significa mais dinheiro em caixa e, durante o atual ciclo, os Crveni sabem redirecionar essa roda da fortuna ao âmbito doméstico.
O Campeonato Sérvio da próxima temporada terá um peso ainda maior. Um heptacampeonato do Estrela Vermelha significaria uma façanha sem precedentes no país, mesmo considerando os tempos de Iugoslávia. Já é a maior sequência dos alvirrubros e deixaria para trás a marca do Partizan. Os alvinegros ainda se colocam como principal ameaça, mas a péssima campanha em 2022/23 deixa desconfianças se será possível interromper a sequência. Enquanto isso, os Crveni celebram os seus louros e o topo das listas nacionais. São nove títulos do Estrela Vermelha contra oito do Partizan no recorte atual do Campeonato Sérvio, além de uma vantagem de 34 a 27 se forem contabilizadas as taças desde a Iugoslávia.