Trivela
·01 de julho de 2022
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·01 de julho de 2022
O Lyon possui uma das melhores categorias de base da França, e a quantidade de talentos formados pelo clube endossa essa capacidade. O atual mercado de transferências dos Gones, aliás, se debruça nessa realidade: a diretoria aproveita oportunidades e repatria antigos destaques sem tanto espaço em ligas maiores. Anteriormente, Alexandre Lacazette tinha voltado para casa. Já nesta sexta, foi a vez de Corentin Tolisso assinar novamente com o OL, até 2027. Em fim de contrato com o Bayern de Munique, o francês desembarca sem custos no Estádio Groupama.
O contexto do retorno de Tolisso é bem parecido ao de Lacazette. O meio-campista saiu para um clube mais badalado e, sem necessariamente preencher todas as expectativas, retornou ao Lyon com o final de seu contrato. Não há dúvidas, porém, que o volante tem muito a contribuir para os Gones. Aos 27 anos, retorna com um bom tempo no auge de sua forma pela frente, por mais que os problemas físicos sejam um ponto de desconfiança. Se continuar saudável, tende a impulsionar os resultados da equipe.
Tolisso disputou três temporadas como titular do Lyon e se firmou como um dos meio-campistas mais promissores do futebol francês. Foram 160 partidas disputadas pelo clube, com 29 gols e 17 assistências. Ótimos números para quem estava prestes a completar 23 anos e começava a frequentar as convocações da seleção principal da França. Não à toa, o Bayern pagou €41,5 milhões pelo negócio em julho de 2017 – um valor alto para os padrões do clube, mas que confiava no potencial do jovem em virar uma referência de sua equipe.
Porém, Tolisso passou longe de cumprir todos os anseios do Bayern nestes últimos cinco anos. A melhor temporada do volante foi a primeira, quando teve sua maior sequência como titular, independentemente das instabilidades do clube que trocou Carlo Ancelotti pelo interino Jupp Heynckes no comando. Depois disso, o problema do francês foi se manter inteiro. Ele sofreu uma séria lesão ligamentar em 2018/19, que o tirou da equipe durante quase toda a temporada. Depois, contusões menores no tornozelo e no tendão de Aquiles, assim como problemas musculares, minaram seu espaço. Sua média nos últimos três anos foi de 14 aparições por edição da Bundesliga.
Tolisso não fazia parte do meio-campo ideal do Bayern de Munique no momento, com Joshua Kimmich e Leon Goretzka figurando entre os principais nomes do setor. Porém, nem mesmo como um reserva confiável ele vinha servindo, pelos seguidos problemas físicos. Jamal Musiala tantas vezes quebrou o galho por ali e, nesta janela de transferências, Ryan Gravenberch chegou com moral. Assim, o melhor negócio para ambas as partes seria ignorar a renovação. No fim de maio, o Bayern anunciou a decisão. Tolisso se despede como parte de um time histórico, mas apenas 117 partidas nestes cinco anos. Será lembrado como um coadjuvante da Tríplice Coroa, que não valeu tanto o investimento inicial.
Já no Lyon, o status de Tolisso será outro. É um jogador experiente, que tem muito a contribuir num nível de ambição mais baixo em comparação ao Bayern. Além disso, terá mais liberdade para atuar com os Gones. A tendência é que se torne um dos donos do meio-campo, mesmo com a companhia de outros jogadores talentosos, a exemplo de Houssem Aouar e Maxence Caqueret. De certa maneira, ainda preenche uma lacuna, com o fim do empréstimo de Tanguy Ndombélé. Vai ser útil num time que precisa se fortalecer para voltar a figurar na Champions.
O mercado do Lyon se baseia nos antigos veteranos do clube até o momento. Além de Tolisso, também voltaram Lacazette e o goleiro Rémy Riou. Outra boa notícia confirmada nesta sexta foi a ampliação do empréstimo do ponta Tetê, cedido pelo Shakhtar Donetsk no contexto da guerra na Ucrânia e que teve enorme impacto na reta final da temporada passada. Já a única aposta que custou um pouco mais de dinheiro ao clube foi o jovem volante Johann Lepenant, comprado do Caen por €4,25 milhões. A questão é ver quem continua no elenco, com os talentos dos Gones sempre bem cotados no mercado. Por enquanto, a diretoria não fez vendas tão significativas.
A volta para o Lyon permite que Tolisso restabeleça seu nome. É um jogador de seleção, que teve seu papel como substituto na França campeã do mundo em 2018, embora não seja convocado desde a Euro 2020. A sequência no Estádio Groupama vai ser importante. O meio-campista também pode ampliar sua noção como ídolo nos Gones, em busca de títulos e melhores campanhas dentro da Ligue 1. Seu retorno é bastante valioso, por aquilo que já prometeu no passado e pelo caminho aberto ao futuro.