Última Divisão
·20 de fevereiro de 2024
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Texto escrito por Davi Saito (Por Fora das Quatro Linhas @pfqloficial)
Hoje, na série de textos “O que aconteceu”, vamos falar sobre o Duque de Caxias, clube do Rio de Janeiro que chegou à Série B, mas hoje sumiu do cenário nacional. Vem com a gente!
Infelizmente, não encontramos fontes oficiais sobre o início do clube. Em algumas páginas, como a Wikipedia, é citado o Tamoio Futebol Clube, de 1957, como antecessor do Duque e, após sua extinçãom em 2005, suas instalações teriam sido base para a fundação do Duque de Caxias, mas não foram encontradas fontes mais confiáveis sobre o tema.
Assim, o que se pode dizer é que o Duque de Caxias Futebol Clube foi fundado em 8 de março de 2005 na cidade de Duque de Caxias, na região da Baixada Fluminense. A equipe teve uma ascensão meteórica, conseguindo chegar à Série C e à elite do Rio de Janeiro já em 2008 após boas campanhas na Copa Rio e na segunda divisão carioca.
Em 2008, a ascensão continuou. Com uma ótima campanha na Série C, o clube ficou na quarta colocação e, consequentemente, subiu para a Série B. No Carioca fez uma campanha irregular, mas conseguiu se manter na elite. Já na temporada seguinte, o Tricolor teve um sólido 8° lugar na B e conquistou seu primeiro título internacional, que foi a Number One BTV Cup, disputada pelo time B no Vietnã.
Após outra Série B sólida em 2010, o ano de 2011 foi catastrófico a nível nacional: com 17 pontos e apenas duas vitórias, o Duque de Caxias fez uma das piores campanhas da história dos pontos corridos. Além disso, o clube teve uma média de público de apenas 319 pessoas, muito por conta de não poder jogar em sua casa, o Marrentão, devido às normas de segurança da CBF.
Apesar das quedas, houve uma boa nova em 2013: O título da Copa Rio, que garantiu ao clube uma vaga na Copa do Brasil de 2014. Porém, o ano seguinte foi, mais uma vez, uma catástrofe, com direito a uma façanha: A “Tríplice Lanterna” – lanterna na Copa Rio, no Carioca e na Série C, marcando uma das piores temporadas da história de um clube no futebol brasileiro.
As informações sobre o Duque são bastante escassas, mas vamos a alguns fatos. Primeiramente, houve uma enorme incompetência na gestão esportiva. Você acha que seu time trocou muitas vezes de técnico? Pois saiba que, entre 2009 e 2014, o Duque trocou de treinador por 28 vezes. Ainda falando de gestão, o então presidente do clube, Luiz Carlos Arêas, falou ao GE em 2014 sobre a montagem do elenco:
“Se fossemos fazer a pergunta de onde erramos, o que precisaríamos para evitar a sequência de resultados ruins, eu diria que teríamos que ter feito escolhas melhores na hora de contratar. Que deveríamos ter contratado melhor. Cometemos um grande erro na escolha do elenco. O time acabou não dando liga. Afinal, estamos com os salários em dia, demos todo o suporte necessário para treinos, ou seja, demos a assistência necessária, mas o time não rendeu.”
Indo para o campo financeiro, chegamos a um fator que é muito recorrente em clubes ascendentes e descendentes: apoio da prefeitura. O Duque teve aporte da Prefeitura de Duque de Caxias por certo tempo, tanto que o ex-prefeito da cidade, Washington Reis, foi presidente de honra da equipe. Porém, a informação encontrada pelo Última Divisão é que o apoio foi retirado, mas não achamos quando isso aconteceu.
Obviamente, sem apoio municipal, com menor verba por competições e baixo público (em sua capacidade máxima, o Marrentão recebe 3.300 pessoas), a arrecadação cai e fica mais difícil para montar times competitivos. Soma-se isso tudo à incompetência da gestão e o resultado é uma catástrofe.
Sem divisão nacional e acesso para a elite, o Duque foi, cada vez mais, ficando no esquecimento. Como nada nessa vida é tão ruim que não possa piorar, em 2021, com a pandemia afetando diversos clubes, o Tricolor conseguiu ser rebaixado para a terceira divisão do Rio de Janeiro, chamada de Série B1. Ao menos, em 2023, o Duque foi campeão do torneio e conseguiu voltar para a A2.
Não foram encontradas notícias sobre uma SAF, que é uma saída muito comum para clubes nessa situação. Desta forma, o Duque terá como principal competição de 2024 a Série A2 do Carioca, que é a chance de voltar à elite do estado e à Série D para, talvez, iniciar uma reconstrução. O torneio ainda não começou.
O Duque de Caxias é mais um daqueles clubes que, da mesma forma que subiram, desceram, e há uma série de fatores envolvendo estes acontecimentos. O clube precisará, principalmente, de uma gestão profissional que saiba guiá-lo pelo caminho correto, haja vista que não há uma forte presença da torcida para ajudar a equipe a sair da crise.