O que o Fluminense pode esperar de Luis Zubeldía; veja análises | OneFootball

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Jogada10

·26 de setembro de 2025

O que o Fluminense pode esperar de Luis Zubeldía; veja análises

Imagem do artigo:O que o Fluminense pode esperar de Luis Zubeldía; veja análises

O Fluminense anunciou a contratação do técnico Luis Zubeldía até o fim da temporada de 2026. O treinador argentino chega para substituir Renato Gaúcho, que pediu demissão na última terça-feira. Diante disso, o Tricolor agora terá o ex-comandante do São Paulo à frente do clube. Ele chega nesta sexta-feira (26) para iniciar seu trabalho no CT Carlos Castilho.

O Jogada10 pediu opinião de jornalistas e setoristas que acompanharam Luis Zubeldía no São Paulo. O principal ponto é que as equipes do argentino não dão show, espetáculo em campo, porém são competitivas. Isto já é algo positivo, pois o Fluminense está na semifinal da Copa do Brasil. Outro fator que pode agregar é sua postura à beira dos gramados. Ele “joga junto com o time”, porém ele também se prejudica por conta disso.


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O treinador argentino, de 44 anos, comandou o São Paulo em 85 jogos, somando 38 vitórias, 27 empates e 20 derrotas. Em alguns duelos, Zubeldía não foi um primor nas modificações durante a partida. Às vezes, piorou o time dentro de campo.

Resumindo: Zubelía é um apaixonado pelo futebol, impulsivo, trabalhador. E que claro, como todo treinador, comete erros.

Análise dos setoristas

Felipe Camin (Jogada10)

Fazer uma análise do trabalho do Zubeldía no São Paulo é trabalhar com duas vertentes. O início extremamente positivo e o fim melancólico onde o treinador mostrou que ainda é limitado. Não se pode dizer que o trabalho dele no Morumbi foi ruim. Ele sofreu com muitas lesões de atletas, vendas de jogadores que não esperava e um elenco limitado. Mesmo assim, não perdeu uma partida na Libertadores de 2024, sendo eliminado pelo Botafogo de forma invicta, e também na atual edição, quando classificou o São Paulo com a segunda melhor campanha da fase de grupos. Além disso, fez o famoso ‘’tirar leite de pedra’’ muitas vezes, já que o Tricolor sofria com desfalques quase toda partida. Contudo, mostrou muita consistência nas Copas e pouco no Brasileirão.

E também teve uma porcentagem de teimosia do argentino. Insistia em medalhões enquanto a base pedia passagem. Defendia muito suas convicções e dificilmente mudava. Mas a principal delas era o excesso de cartões. É muito ruim para um time ter um jogador que vira e mexe estava suspenso. O torcedor do São Paulo já tinha o nome de Carlos Gruezo e Maximiliano Cuberas na ponta da língua, já que constantemente estava substituindo Zubeldía. Ele deixou o São Paulo após fazer todas as alterações possíveis no time e no esquema, mas sabia que não tinha mais conhecimento de fazer o time melhorar. Contudo, é um cara trabalhador e persistente. As pessoas do dia a dia afirmam que o treinador é viciado no trabalho e sempre quer vencer. Obcecado.

No Fluminense ele tem tudo para fazer um trabalho de consistência. Principalmente pelos pontas que o Fluminense tem. Algo que ele gosta e que não tinha no São Paulo. Se acalmar os ânimos e ser mais mente aberta, pode fazer um bom trabalho nas Laranjeiras.

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Fluminense anunciou a contratação de Luis Zubeldía – Foto: Comunicação/FFC

Rafael Emiliano (Avante Tricolor)

Durante sua passagem pelo São Paulo, Zubeldía praticamente utilizou um 4-3-3 meio que conservador, com pontas abertos onde com a bola o meia-atacante avançava para fazer um 4-2-4 com os pontas tendo muito trabalho de profundidade.

Basicamente, esse estilo de jogo dele privilegiava os volantes, que acabavam ganhando papel de relativo destaque para a armação das jogadas e distribuição do jogo. Por isso, ele usou e abusou de Oscar, como segundo volante e Luciano como meia-atacante. Foram poucas as vezes, nesse ano, que ele testou variações de jogo. Na verdade, elas surgiram mais no ano passado, como no jogo contra o Botafogo pela Libertadores no Nilton Santos, onde ele inovou e escalou um 3-4-3.

Quando ele perdeu Oscar, Lucas e Ferreirinha por contusão, o sistema de jogo meio que ruiu. O São Paulo teve problemas na compactação, na recomposição defensiva quando perdia a bola. E faltou um pouco de repertório para buscar soluções mais aprimoradas dentro do elenco.

Aliás, ele tem preferência por zagueiros construtores, que tenham capacidade de iniciar a articulação do time. E a linha defensiva quase sempre jogava adiantada. Por fim, Zubeldía é explosivo. Quebrou recorde de cartões tomados e rotineiramente cumpriu suspensão por discutir e bater boca com árbitros. Também teve pequenos entreveros com jornalistas em coletivas.

Caíque Silva (Transamérica)

Ele é um cara que ele tenta se adaptar bastante ao estilo de jogo do adversário e também as peças que ele tem à disposição. No São Paulo, por algumas vezes, ele variou entre jogar com uma linha de três zagueiros, porque era confiável: o Ferraresi pela direita, a Arboleda centralizado na sobra e o Alan Franco na esquerda. Ele tem uma característica que o Crespo não explorou no São Paulo até agora. E até por conta disso, o São Paulo abriu mão e acabou negociando dois dos seus jogadores de velocidade, nos seus pontas da base, o Lucas Ferreira e o Henrique Carmo. Zubeldía gostava de testar os jogadores de velocidade numa formação de três zagueiros, esses jogadores de velocidade como os alas do time dele. Então, era normal você ver o time dele de três zagueiros, o Lucas Ferreira seu ala pela direita.

Ele também pode ir com três atacantes mesmo com três zagueiros, não necessariamente ele vai jogar num 3-5-2. E se ele jogar numa linha de quatro defensores, aí pode apostar que ele vai jogar com três atacantes, dois jogadores de velocidade nas beiradas e mais um centroavante.

Agora, como lida com os jogadores mais experientes e jovens é o ponto principal. A falta de utilização dos garotos Ele já deixou muito claro em uma entrevista coletiva, por exemplo, que ele enxerga a posição de centroavante como uma posição que tem hierarquia, Então, o que ele enxergava que o titular do São Paulo, camisa 9, era o Caleri, o substituto imediato era o André Silva e a terceira opção, quando os dois não jogassem, seria o Ryan Francisco. Esse foi um dos pontos mais críticos do trabalho dele, porque o Ryan Francisco é um fenômeno da base, mas lesionou o joelho. Só que também não teve uma sequência antes. Assim, começaram a fazer uma pressão muito grande para ele usar os garotos. Ele aposta muito mais na experiência dos jogadores do elenco dele do que na juventude.

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Eduardo Deconto (Trivela)

Acho que pragmatismo é a palavra que melhor define o Zubedía. São Paulo do Zubeldía foi um time que, assim, dá para contar nos dedos quantos jogos foram grandes jogos, atuações vistosas mesmo. Foi um time que sempre competiu. É um time muito competitivo e que não tem vergonha de jogar sem a bola, de fazer uma retranquinha para superfilar e ganhar de 1 a 0. Também é um time que faz poucos gols, um time que faz o que é preciso para vencer, mas não confere placar muito elástico. E de uma maneira geral é isso, é um time que compete bem, que fecha espaços, um time de construção mais direta, com menos valorização de posse de bola, com menos jogos de aproximação, uma construção um pouquinho mais longa, tenta usar a velocidade pelos lados do campo.

O comportamento dele à beira do campo tem um lado lúdico, um lado passional, que é muito legal de ver um treinador. Muito sanguíneo na beira do campo, um cara que joga junto, que parece ser um torcedor na beira do campo, sente muito o jogo, é muito pilhado. Mas, sendo racional, esse lado do Zubeldía atrapalhou o trabalho dele também, porque ficou fora da beira do campo por expulsões ou por amarelos em vários jogo. Obviamente, faz diferença não ter a figura do treinador dentro do campo, por mais que a comissão técnica monte a estratégia de jogo, a tomada de decisão de escalação, de leitura de jogo, e São Paulo foi prejudicado por isso. As entrevistas são um capítulo à parte também. Ele leva esse temperamento também para as entrevistas, especialmente em momentos de derrota, em momentos de reclamação do arbitragem, um cara bastante sanguíneo.

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