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·25 de setembro de 2025
O segundo ciclo de Marcelo Gallardo no River: entre a nostalgia e a falta de renovação

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O retorno de Marcelo Gallardo ao River Plate gerou uma expectativa exorbitante. A lembrança de um ciclo inesquecível, repleto de títulos e noites históricas, alimentou a ilusão dos torcedores. No entanto, o que inicialmente parecia um renascimento futebolístico acabou se tornando uma fase cheia de dúvidas, com uma equipe que não demonstra uma melhoria de qualidade nem taticamente nem competitivamente, apesar dos altos investimentos.
O contexto do retorno não foi o melhor. Martín Demichelis, o técnico anterior, havia conquistado um campeonato local e mantinha a equipe na disputa de todas as competições.
Contudo, um vazamento de comentários em uma conversa informal com jornalistas, nos quais mencionou a idade de alguns líderes, provocou uma ruptura no vestiário e enfraqueceu sua gestão. Apesar de ter mais resultados positivos do que negativos, a diretoria optou por uma mudança que parecia desnecessária.
O retorno de Gallardo, longe de significar uma revolução, resultou na repetição de velhos esquemas e abordagens táticas. O técnico apostou nas mesmas fórmulas que o haviam tornado um ídolo, mas sem um elenco renovado que acompanhasse suas ideias. Os reforços, muitos deles renomados e experientes, não conseguiram se firmar nem fazer a diferença, o que intensificou a sensação de que o River perdeu terreno frente a rivais melhor preparados.
Neste cenário, a principal responsabilidade recai sobre Marcelo Gallardo. A diretoria trouxe os jogadores que ele pediu, e embora não sejam atletas de baixo nível, eles se mostraram inferiores para competir de igual para igual com os grandes clubes em competições internacionais.
Aí reside o maior déficit: não houve um planejamento nem uma análise prévia dos aspectos que o River precisava reforçar para estar à altura das exigências atuais.
As críticas se multiplicaram. Do ponto de vista futebolístico, a equipe não oferece alternativas frente à adversidade nem consegue impor seu estilo em partidas de alta exigência. Do ponto de vista diretivo, a política de contratações continua sendo um problema estrutural que Gallardo também não soube resolver.
E do ponto de vista emocional, o torcedor que esperava um segundo capítulo de epopeias agora convive com a desilusão de um River que joga longe de seus melhores anos.
O contraste com o primeiro ciclo é inevitável: o que antes era surpresa, intensidade e ambição, hoje se percebe como previsibilidade e escassez de respostas. Gallardo não renunciou à sua ideia, mas também não encontrou a forma de atualizá-la frente a um futebol que já o estudou e conhece em detalhes.
O segundo ciclo, por enquanto, caminha mais próximo da nostalgia do que da reinvenção. Resta seber se o 'Muñeco' terá forças. e tempo, para redirecionar o River e recuperar aquela faísca que o tornou um dos técnicos mais influentes da história do clube.
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