O tom de despedida no vestiário e os primeiros indícios de mudanças de jogadores para 2026
O clima no vestiário do Grêmio após o jogo contra o Sport teve um tom diferente, quase de despedida. E isso não passou despercebido pelos jogadores. Segundo informação divulgada por Jorge Nicola, alguns atletas entenderam que Mano Menezes falou com eles como quem está saindo. Não foi uma despedida oficial, do tipo “estou fora, obrigado por tudo”, mas o jeito, as palavras e até o silêncio do treinador deixaram claro para muita gente ali dentro que algo está chegando ao fim.
O staff do Mano nega qualquer despedida. Diz que ele não falou isso e que não considera aquele o último jogo dele pelo Grêmio. Mas o próprio treinador deu pistas importantes na coletiva. Mano contou que recebeu, ainda antes da viagem para enfrentar o Sport, uma ligação de um futuro dirigente — que agora já assume oficialmente o cargo — marcando reunião para terça ou quarta-feira. A pauta? Sua permanência ou não no cargo. “Eu sei interpretar palavras e sei interpretar silêncios”, disse Mano. E isso diz tudo.
Somando as peças, fica difícil imaginar um cenário diferente. O tom com o elenco, a reunião marcada, a demora da direção em se manifestar e, principalmente, o que já vem acontecendo nos bastidores: a diretoria do Grêmio procurou Luis Castro. A informação é essa — e confirma o que já tinha vazado por outros lados. Outros nomes apareceram em notícias, como Vítor Pereira, mas a busca real é por Luis Castro.
O português ouviu o Grêmio, foi contatado, mas não quis avançar. Respeitou Mano Menezes, disse que não trataria de valores enquanto há outro treinador empregado, e deixou claro que só conversaria mais profundamente caso a vaga estivesse aberta. Ou seja: tudo depende da definição sobre Mano. E essa definição, pelo que tudo indica, deve ser justamente pela saída.
Não é só o treinador que vive clima de decisão. O goleiro Gabriel Grando também aguarda reunião. Ele disse que sua vontade é ficar, mas que isso depende completamente da direção. E ele só permanece se tiver garantia de mais minutos. Com Volpi cotado para seguir como titular e com o sonho — ainda distante, mas vivo — da contratação de Everton, Grando pode pedir para sair. Seu staff conversa com a nova diretoria nesta segunda, colocando tudo na mesa.
O cenário é de movimento intenso. Pelaipe já chegou a Porto Alegre, foi filmado pelo repórter Diogo Rossi no aeroporto no sábado à noite, e se apresenta como novo dirigente remunerado do clube. Ele deve participar tanto da conversa com Mano quanto da conversa com o representante de Grando para definir futuro e prioridades.
Além disso, vários jogadores estão com a situação indefinida. Kike Oliveira quer jogar no Nacional e aguarda o que o Grêmio vai decidir. Jemerson pode sair. Outros nomes do elenco devem entrar na lista de negociações conforme o departamento de futebol se reorganiza.
Quem falou abertamente foi Pavón, que admitiu ao final da partida que sua temporada não foi boa. “Tive um campeonato não muito bom”, disse o argentino, sem fugir da autocrítica. Ele afirmou que sempre tentou entregar o máximo e que agora é descansar e pensar no ano que vem. A recuperação dele com Mano existiu, mas não foi suficiente para mudar a percepção geral do torcedor.
O cenário é esse: vestiário com clima de despedida, treinador esperando reunião que deve selar seu futuro e direção trabalhando nos bastidores para tentar Luis Castro como próximo nome. O Grêmio inicia a semana com movimentos importantes e com a perspectiva real de mudança no comando técnico e em boa parte do elenco para 2026.