Opinião TMLS: Flamengo será parceiro e não dono de time na MLS | OneFootball

Notícias sobre uma parceria do Flamengo com a cidade de Las Vegas para adquirir uma franquia na MLS ganharam novos capítulos com a desistência de Sacramento.

O assunto Flamengo na MLS voltou a ganhar a capa dos jornais nos últimos dias. De acordo com reportagem do jornal O Dia, as conversações para que o rubro-negro carioca tenha uma franquia na MLS seguem e ganharam mais força com a desistência do Sacramento Republic FC, que seria a 30ª e última franquia a entrar na liga, em 2023.

Tal assunto divide opiniões entre os torcedores do Flamengo. Enquanto parte da torcida se empolga com a ideia de ver seu clube rompendo fronteiras, outra parte se preocupa e tem medo do clube carioca tirar parte dos investimentos que faria no time principal para colocar no time filial.

Analisando algumas das parcerias recentes que times mundo afora e principalmente os times da MLS tem feito, tenho o pressentimento de que a parte pessimista da torcida do Flamengo pode ficar tranquila quanto ao dinheiro que será aportado.

O Flamengo não será dono de um time na MLS. É inviável que um clube brasileiro, sozinho, pague US$ 300 milhões de dólares, quase R$2 bilhões de reais, para ter um time em outro país. Isso afetaria demais o caixa e o planejamento financeiro da equipe no Brasil.

Uma possibilidade é que o Flamengo entre como sócio minoritário da franquia, aportando parte do dinheiro. Isso tem sido comum na MLS e nos esportes americanos. As equipes costumam ter um conglomerado de donos, as vezes até mais de 10 pessoas, que investem seus milhões em busca de sucesso esportivo. O Flamengo pode buscar esses parceiros milionários para viabilizar o negócio.

Outra possibilidade é que o Flamengo seja apenas um parceiro técnico do “Las Vegas MLS”. Emprestando know how, jogadores e profissionais, afim de ajudar o time americano a crescer. É possível também que o Flamengo use o clube da MLS para comercializar seus produtos e sua marca nas lojas oficiais, nos estádios e na internet, como Aberdeen, da Escócia, e Atlanta United fazem muito bem.

Dentro de campo, acredito que o clube norte-americano NÃO USARÁ o nome e o escudo do Flamengo. Pode ser que as cores, mascote e escudo até sejam próximos do rubro-negro brasileiro, mas dificilmente será um “Flamengo USA”. A MLS já fracassou com o Chivas USA no passado e tem sofrido com New York City e New York Red Bulls, duas franquias que são filiais e que tem retirado investimento de forma proposital nos últimos anos.

Sendo dono minoritário ou apenas um parceiro comercial do projeto “Flamengo/Las Vegas MLS”, acredito que o time brasileiro só tem a ganhar. Se for dono ou parceiro comercial, o Flamengo poderá ter lucro e terá um time para emprestar jogadores, terá uma casa nos Estados Unidos para realizar pré-temporada ou excursões, além, é claro, de expandir a marca do time internacionalmente.

Se for adiante, não vejo como o Flamengo possa sair derrotado deste possível negócio. A única possibilidade de derrota é, caso o clube invista para sócio do “Las Vegas MLS”e a franquia venha, no futuro, a quebrar, deixando um prejuízo nos cofres rubro-negros. Fora isso, enxergo apenas vantagens para o time do Brasil.

Agora, se Las Vegas conseguirá a última vaga em jogo na MLS, ai já é outra história. A liga quer insistir mais um pouco em Sacramento e se não conseguir, tentar investir em outro ponto da Califórnia. Caso não encontre um novo time por lá, ai sim a MLS abrirá as portas para outros estados, onde Las Vegas terá concorrências fortíssimas, como a cidade de Phoenix, que tem um time forte na segunda divisão e Didier Drogba como um dos donos.

*A coluna “Opinião TMLS” é de inteira responsabilidade de seu redator e não traduz, necessariamente, a opinião do portal “Território MLS”.

(Capa: Imago Images)