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·17 de maio de 2021

Pablo Escobar: a bola como vitrine para o narcotráfico

Imagem do artigo:Pablo Escobar: a bola como vitrine para o narcotráfico

”Plata o Plomo?”. Uma das frases mais marcantes de um dos grandes narcotraficante do mundo, que significa: ‘’dinheiro ou chumbo’’. Pablo Escobar, nascido na Colômbia, é o terceiro de sete filhos e sempre sonhou em ser milionário. Ainda jovem, nas ruas de Medellín, o traficante já praticava os primeiros crimes. Em suma, o irmão do mafioso, Roberto Escobar, descreve, em The Accountant’s Story, que ele passou da modéstia tornando-se um dos homens mais ricos do país. Nesse sentido, El Patrón usou a bola como vitrine para esconder os seus crimes. Portanto, este é o tema da coluna Colômbia Dourada.

Primeiramente, Pablito chefiava o Cartel de Medellín e boa parte da Colômbia. Logo, na conta do traficante, contabiliza-se mais de 16 mil mortes. Além disso, o traficante ganhou cerca de 18 a 20 bilhões de dólares por ano. Dessa forma, Pablo era acuado dia a dia, tanto pelo Exército quanto pelo DEA. Contudo, o criminoso buscava outra forma de lavar dinheiro sem ser percebido.


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A bola como vitrine para o narcotráfico

Em primeiro lugar, o malfeitor de Pablo, Popeye, contou como o seu chefe acompanhava o futebol sem medo: ”Em meio a uma perseguição policial, o chefe gritou: ‘Gol da Colômbia’”. Desde já, uma das lendas que cercam o traficante, morto em 1993, é que ele se camuflava das ações sociais e crimes com o esporte. A verdade é que, com a fama dos times, as pessoas preocupavam-se mais com o futebol do que com o narcotráfico, assassinatos ou coisas semelhantes que o país estava passando. Por outro lado, isso foi uma carta na manga para Escobar.

A princípio, o cenário do futebol país foi perfeito para as atividades ilícitas do Patrão do Mal, afinal, o mafioso conseguiu fazer da sua paixão uma porta de entrada para os delitos. De antemão, Pablo era dono de três clubes: Atlético Nacional, Independiente Medellín e Envigado, dos quais o traficante usava para lavar dinheiro. Ou seja, entrava com dinheiro sujo e saia com a Plata limpa. De fato que muitos times foram providos pelo tráfico de drogas. O filho de Pablito, Juan Escobar, nega, em seu último livro, que o pai usou o esporte como laranja. Porém, o que a imprensa e os donos de times dizem é o contrário.

CLUBE SUJO

O futebol colombiano passou por um período ‘’pirata’’ com a falta de investimentos. Aliás, a influência de Escobar teve muito ao que se questionar. Sendo assim, os clubes do Senhor das Drogas não prestavam contas à FIFA, o que facilitou o contrabando. O Atlético Nacional, por muito tempo, foi conhecido como time ‘’sujo’’. Os El Verde venceram a Libertadores em 1989 contra o Olímpia, do Paraguai. Muitos dizem que a equipe do coração de Pablito era o Independiente Medellín. No entanto, o Atlético tinha mais vantagens com o traficante.

Contudo, essa fama deixou a imagem do time manchada. Sobretudo, o título de 1989 ainda é questionado pelos clubes. Posteriormente, em 1990, o Atlético enfrentou o Vasco, mas o jogo acabou sendo anulado. De acordo com o time carioca, o árbitro teria sofrido uma suposta ameaça do mafioso. A princípio, o primeiro time comandado pelo tráfico foi o Unión Magdalena, de Santa Marta. Os irmãos Dávilla Armenta se envolveram com o tráfico e assumiram o controle do clube em 1979. Outro time comandado pelo crime era o América de Cali, do cartel de Cali, rival de Escobar.

Por analogia, em 2016, o time da cidade de Medellín enfrentaria a Chapecoense. No entanto, no dia 26 de novembro, o avião do equipe brasileira sofreu um trágico acidente. Pouco depois, o Atlético cedeu o título da Sul-Americana para o clube. Com isso, os Verdolagas passaram a ser vistos de uma outra forma. Em conclusão, o filho de Escobar nega a ligação do pai com o esporte. Segundo Juan, a torcida de Pablo era para o Independiente Medellín, sendo que o clube nunca teve serventia com o mafioso, passando por jejum nacional entre 1957 e 2002. Atualmente, o time do Nacional possui 16 títulos.

PLATA OU PLOMO?

Nesse meio tempo, muitos dos clubes estavam sendo ameaçados antes de entrar em campo. Ainda em 1989, após o jogo entre o Independiente e América de Cali, de cartéis rival, o árbitro Álvaro Ortega foi morto por capangas sob ordens de Escobar por anular um gol do time de Medelín, resultando na derrota de seu time. Eventualmente, o traficante ficou ainda mais conhecido após sua morte, sendo personagem da série Narcos, da Netflix, que narra suas aventuras e crimes. De certo modo, na série, o Senhor das Drogas representa um bandido que ajudava os pobres com as riquezas obtidas com a cocaína.

De antemão, Escobar decidiu entregar-se a polícia em 1991. Logo, fez um acordo e seria preso em uma cadeia que ele mesmo construiu, chamada La Catedral. o traficante recebeu a visita de muitos ídolos do futebol, assim como do argentino Maradona. Decerto, que o tráfico manchou a imagem da Seleção Colombiana. Sobretudo, será que o futebol colombiano até os dias atuais se resume a influência do tráfico? Será que ainda se desconfie dos clubes? Fato é que futebol colombiano sofreu preconceito durante anos por todas as vezes que Pablo Escobar e outros cartéis usaram o esporte como fonte do tráfico. Tendo em vista que até hoje os clubes tentam se desvincular deste fato, mas ainda segue na história de Medelín.

Foto destaque: Divulgação/Medium

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