Paquetá e West Ham podem processar a FA por falhas em investigações | OneFootball

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Lucas Paquetá e o West Ham estão considerando, entrar com um processo contra a Associação de Futebol (FA). Segundo o jornal ”The Times”, o clube alega que as alegações de manipulação de resultados travaram uma possível ida do meia para o Manchester City em uma negociação que seria de 80 milhões de libras (R$ 600 milhões, na cotação da época).

De acordo com a imprensa inglesa, a comissão reguladora que absorveu o jogador fez acusações e fez duras críticas à FA por não ter apresentado uma avaliação independente dos dados sobre os cartões amarelos recebidos pelo jogador. Um relatório de 314 páginas que foi a público nesta quinta-feira revelou que esse aspecto foi “flagrante e surpreendente”; ele evidenciou a fragilidade das investigações do órgão que comanda o futebol inglês.

O relatório apontou que a falha em produzir uma avaliação independente dos dados de apostas é descrita como “surpreendente”, e que a FA se contradisse em algumas declarações de sua principal testemunha do caso.  Essa testemunha é Tom Astley, investigador de integridade apóstatas da entidade.

Além dele, o relatório também questionou a independência do perito da FA em desempenho, Jack Johnson, da plataforma Stats Perform Integrity Services, por conta de ele ter uma relação comercial com a entidade. Johnson foi acusado de ter tido um “viés de confirmação” por não considerar a conduta de Paquetá.

Paquetá durante o jogo do West Ham (Foto: Justin Setterfield/Getty Images)

Nick De Marco KC, advogado que representa Paquetá, repercutiu as reportagens que saíram recentemente na imprensa inglesa. Em um comunicado, ele agradeceu sua equipe, disse estar feliz pelo veredito e disse que a determinação da justiça foi justa.

”Com mais de 300 páginas, a decisão é considerada o mais longo julgamento relacionado a esportes já emitido no mundo — um reflexo da gravidade do caso, da quantidade de evidências utilizadas no que foi o maior caso da história da FA e um dos mais importantes da minha carreira como advogado esportivo. É uma decisão cuidadosa e forense que recomendo a qualquer pessoa interessada que a leia na íntegra. Continuo muito feliz pelo meu cliente Lucas, inocentado de todas as acusações graves de manipulação de resultados, grato a toda a equipe jurídica, especialmente à advogada Kendrah Potts e ao solicitador Alastair Campbell, da Level, e também à própria Comissão Reguladora por sua determinação completa, cuidadosa e justa do que foi um caso difícil para todos os envolvidos. Não farei mais comentários neste momento – a decisão fala por si”, disse em um comunicado.

Relembre do caso:

Lucas Paquetá foi denunciado pela Federação Inglesa de Futebol (FA) por suspeita de envolvimento com esquema de apostas esportivas em jogos da Premier League. Segundo a entidade, ele teria forçado receber cartões amarelos em quatro partidas, do período de novembro de 2022 até agosto de 2023.

Ele foi acusado de quatro violações da Regra E5.1 da federação inglesa, em relação à sua conduta em quatro jogos do Campeonato Inglês. A lei informa que um jogador não pode, de forma “direta ou indiretamente, tentar influenciar, para fins impróprios, o resultado, o progresso, a conduta ou qualquer outro aspecto ou ocorrência em ou em conexão com um jogo ou competição.”

Segundo a FA, ofensas por apostas são separadas e distintas de acusações de manipulações de partidas. No entanto, quando provado que uma aposta tenha afetado o resultado ou decorrer de um jogo, a acusação é específica, e não incidente de ofensa por aposta. O jogador condenado por ter interferido em um resultado pode ser banido do futebol por todo o resto de sua vida.

A FA alegou que Paquetá “procurou influenciar diretamente o progresso, a conduta ou qualquer outro aspecto ou ocorrência nessas partidas, buscando intencionalmente receber um cartão do árbitro com o propósito indevido de afetar o mercado de apostas para que uma ou mais pessoas lucrem com apostas”.