AVANTE MEU TRICOLOR
·20 de dezembro de 2024
In partnership with
Yahoo sportsAVANTE MEU TRICOLOR
·20 de dezembro de 2024
Técnico disse que olha na cara de cada atleta e sente como ele está (Foto: Divulgação/SPFC)
MARCIO MONTEIRO
Luis Zubeldía é um técnico que sempre foi preocupado com a tão falada saúde mental dos jogadores. No mundo moderno, a exposição, velocidade de informações, que nem sempre são informações mesmo, e tantos outros fatores da atualidade capitalista acabam criando dificuldades para muitos atletas, em sua maior parte que veio de família humilde e sem muita estrutura.
No São Paulo, o técnico conversa bastante com seus comandados, especialmente os mais jovens oriundos de Cotia. Zubeldía sabe que a pressão, especialmente em um clube gigante como o Tricolor, pode atrapalhar no desenvolvimento dos garotos.
As redes sociais são hoje o grande ‘inferno’ aos profissionais do esporte. Por lá, qualquer um pode falar o que quiser sem nenhum tipo de consequência. Zubeldía prefere não acompanhar.
“Não [vejo], mas chegam os comentários. Algo vejo. Sei que são resultados. Ano que vem vão pedir o Paulista, pedir a Libertadores, um grande Brasileirão”, contou o treinador em entrevista ao portalGE.
Luis Zubeldía se aproximou ainda mais no assunto, dizendo inclusive que se tivesse um encontro com Deus, regular as redes sociais seria seu grande pedido.
“Se eu tivesse um encontro com Deus e ele me perguntasse: ‘Luis, o que você quer?’. Meu sonho é que se possa regular as redes sociais. Que pudesse regular as redes sociais, tirem um pouco a tecnologia para poder fazer isso de maneira mais tranquila, sem deixar tão exposto a tantas situações. É muito difícil hoje em dia lutar contra os interesses externos. Por isso eu digo, termina afetando a todos. Quanto mais jovem, menos preparado está para assumir essa situação”.
“Hoje, qualquer um diz que Zubeldía é um desastre, um burro, aí sai na plataforma, quiçá cinco pessoas pensam isso e 20 mil não. Mas essas cinco são a verdade e têm a influência, porque o ruim é mais legal. Antes não acontecia isso, porque para chamar de ruim tinha que ir na rádio ou pôr uma pontuação num jornal: ‘Fulano jogou cinco pontos, Léo jogou seis pontos’. Hoje, se coloca a foto de um jogador: ‘É um desastre, é um burro’”, seguiu o técnico são-paulino.
“A primeira mensagem ao jogador, a nós, é: ‘Não consuma’. Mas aí o pai, a mãe, a vovó, dizem: ‘Você viu o que falaram? Que é um burro’. Eu chego na segunda-feira aqui, depois da partida, olho a cara de 40 jogadores e já sei como está a situação de cada um. Eu já sei. Leio muito as caras, as posturas. Estudei muito sobre isso. Li muito sobre isso. Afeta. Os interesses externos afetam muito a nós”, concluiu Zubeldía.