Trivela
·18 de junho de 2021
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·18 de junho de 2021
Após uma atuação abaixo das suas capacidades contra a Inglaterra, Zlatko Dalic modificou o seu setor ofensivo para enfrentar a Tchéquia, nesta sexta-feira, e… jogou ainda pior. Com um meia a menos e um atacante a mais, posicionou-se para o contra-ataque, mas conseguiu poucos. Saiu do marasmo apenas quando Ivan Perisic, de volta ao lado esquerdo, onde mais gosta de correr, fez uma jogada individual e um lindo gol para arrancar o empate por 1 a 1.
A Croácia saiu do 4-3-3 usado em Wembley no fim de semana e base da sua campanha vice-campeã mundial para uma alteração também usada de vez em quando, em um 4-2-3-1, com apenas dois meias naturais e Andrej Kramaric por dentro. Isso implicou no deslocamento de Ivan Perisic da esquerda para a direita para a entrada do mais jovem Josip Brekalo em seu lado favorito. Brozovic foi quem rodou.
O time que dominou a posse de bola nas metades finais dos dois tempos contra a Inglaterra, sem conseguir ser muito incisivo, passou ser acuado pelo toque de bola da Tchéquia. Correu riscos na defesa, levou um gol de pênalti e reagiu muito pouco. Perigo apenas em bola parada e em um erro da defesa adversária quando Vaclik carimbou Rebic. A melhor escapada foi com o atacante do Milan, pela esquerda, mas o chute saiu desequilibrado.
Dalic mexeu no intervalo. Trocou o centroavante – Rebic por Bruno Petkovic – e introduziu Luka Ivanusec, mais um meia-atacante, no lugar do ponta Brekalo. Kramaric abriu pela direita, e Perisic voltou ao seu habitat natural. Por lá, logo aos dois minutos, recebeu uma cobrança rápida de falta de Kramaric em profundidade, foi para cima de Coufal (que deu uma escorregada) e acertou um bonito chute para empatar o jogo.
O segundo tempo seguiu com ações mais equilibradas entre os dois times, o que pode ser ilustrado pela posse de bola de 50% para cada lado e uma produção levemente maior dos croatas. Não foi suficiente para arrancar a virada, e a Croácia fica em uma situação mais complicada no grupo, com apenas um ponto em duas rodadas.
Mas poderia ser pior não fosse pelo talento de Perisic, um veterano da seleção croata. Fez 103 jogos desde que estreou em 2011 e vem de uma temporada de reabilitação pela Internazionale. Dispensado por Antonio Conte, avesso a pontas, acabou emprestado ao Bayern de Munique na temporada 2019/20 e não passou de um reserva de luxo. No entanto, ao retornar, se reinventou como ala no esquema 3-5-2 do treinador campeão italiano e deu uma contribuição importante à conquista do scudetto.
A Croácia está sem alguns dos pilares da Copa do Mundo de 2018, como Mandzukic e Rakitic, e outros envelheceram. Perisic é um deles, mas, aos 32 anos, ainda tem alguma lenha para queimar e provavelmente terá que ter um papel decisivo para manter seu time vivo na Eurocopa.