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·10 de setembro de 2020
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Dejan Petkovic é lembrado por suas atuações em campo, até os dias atuais. Muito habilidoso, foi um meio-campista completo. Era especialista em cobranças de falta e escanteios. Além de se destacar pelos lançamentos, passes e chutes precisos. Dessa forma, tornou-se ídolo para tantos amantes do futebol. Ficou reconhecido como um dos jogadores mais técnicos a atuar no Brasil nos anos 1990 e 2000. Não por menos, recebeu por três vezes o troféu Bola de Prata da ESPN.
Nesse sentido, é considerado um raro exemplo de jogador europeu a ter conquistado tanto destaque no país. Em suma, Pet completa mais um ano de vida nesta quinta-feira (10). Por esse motivo, a coluna Parabéns ao Craque vem homenagear esse grande atleta por tantas conquistas no mundo do futebol.
Nascido em Majdanpek, Pet se mudou da cidade para jogar nas categorias de base do Radnički Niš. Sendo assim, tornou-se o jogador mais jovem a atuar em uma partida oficial no futebol iugoslavo, com apenas 16 anos. Portanto, estreou em 25 de setembro de 1988. No qual, alcançou a vitória por 4 x 0 sobre a equipe bósnia do Željezničar Sarajevo. Na ocasião, superou em um dia a marca que pertencia a Mitar Mrkela.
No Radnički, ganhou o apelido de Rambo por sua forte estrutura corporal na época. Ao todo, foram 34 gols em 53 partidas pela equipe. Petkovic foi convocado para as seleções de base. No qual, participou do Torneio Internacional de Toulon em 1992. Também atuaria na Eurocopa 1992. Porém, o país foi banido da competição, em razão da Guerra da Bósnia.
Entretanto, Pet terminou contratado pelo Estrela Vermelha. Todavia, continuou realizando contribuições ao seu primeiro clube. Tais como, material esportivo e dinheiro. Além de intermediar transferência de jogadores brasileiros.
Pet passou a atuar no Estrela Vermelha. Entretanto, o jogador fez sua estreia oficial justamente contra o clube que ingressou sua carreira. Marcou, portanto, um dos gols em vitória de 4 x 0 sobre o Radnički Niš pela rodada inicial.
Ao fim do mês, foi descrito como “ouro puro” pelo secretário do clube, em entrevista ao jornal espanhol Mundo Deportivo. Dessa forma, o reforço se encaixou de imediato. Marcou cinco gols em uma só partida do campeonato de 1992/93, na 31ª rodada. No entanto, venceu a Copa da Iugoslávia, onde marcou três gols, em decisão nos pênaltis no clássico contra o Partizan.
No campeonato, foi o único campeão a jogar as 36 rodadas. Se destacando em relação aos colegas que posteriormente teriam mais prestígio na Europa que ele. Tais como Goran Đorović, Darko Kovačević e Dejan Stanković. Sendo assim, marcou oito gols, incluindo dois particularmente decisivos, que deram vitórias por 2 x 1 sobre o Vojvoina e por 3 x 2 no clássico com o vice-campeão Partizan.
A negociação do Real Madrid com Petkovic, era vista como uma possível substituição para Freddy Rincón que não vinha correspondendo as expectativas dentro de campo. Além disso, a venda serviria para aliviar as finanças do clube.
Nesse sentido, para acertar a compra de Pet, o vice-presidente Lorenzo Sanz recorreu ao próprio dinheiro. Sendo assim, pagou 42 milhões de pesetas que envolvia a transferência. No entanto, a estreia do reforço aconteceu na partida contra o Celta. Todavia, com vitória pouco vistosa por 1 x 0 no Santiago Bernabéu. Pet cobrou uma falta e foi advertido por Fernando Hierro. Apesar disso, o carisma do jogador foi aprovado.
Contratado pelo Real Madrid, jogou em 1995 e 1996. Porém, com pouco sucesso, foi emprestado aos espanhóis Sevilha e Racing Santander, até voltar à equipe B do clube merengue em 1997. Todavia, sua passagem pela Espanha foi um fracasso. Contudo, o gringo conquistou o Campeonato Espanhol de 1996/97 e a Supercopa da Espanha de 1997.
Sem ter conseguido se firmar no Real Madrid, Petkovic foi procurado pelo Vitória. A equipe baiana se interessou pelo jogador após um torneio internacional com a equipe B do gigante espanhol. Em entrevista dada à ESPN, contou que aceitou jogar no Brasil pois acreditava que jogando bem, chamaria a atenção dos clubes europeus novamente.
Desconhecido no Brasil, poucas eram as expectativas em cima do iugoslavo. Entretanto, logo na sua estreia contra o União São João mostrou o que sabia fazer. Sendo assim, marcou um gol de falta e deu passe para Túlio também marcar no empate por 2 x 2 contra o time paulista. No entanto, em oito partidas em 1997, marcou duas vezes.
Em 1998, começou o ano em ritmo devagar, marcando poucos gols, mas ainda assim teve destaque. Principalmente, na goleada do Leão por 5 x 2 sobre o Santa Cruz, em jogo válido pela Copa do Nordeste, em que marcou seu primeiro hat-trick. Acabou sendo vice-campeão do Campeonato Baiano e do torneio regional, contabilizando 11 gols nas duas competições.
Enfim, no Brasileirão de 1998, veio a consagração. Com 14 gols em 21 partidas, destacou-se nacionalmente, encantando a torcida com um estilo clássico e certeiras cobranças de falta. Fazendo com que o São Paulo chegasse a oferecer suas promessas França e Dodô por ele. Inclusive, Pet poderia ter sido premiado com a Bola de Ouro da Revista Placar. Seus gols e assistências ficaram marcados na memória da torcida leonina.
Um sérvio de alma carioca e sangue rubro-negro. É como se pode descrever o meia Dejan Petkovic. Exímio batedor de faltas, guerreiro e especialista em colocar o companheiro na cara do gol. Dessa forma, o atleta também era dono de lançamentos, passes e cruzamentos precisos.
O jogador brilhou, no entanto, em outro rubro-negro: no Flamengo. Onde conquistou os maiores títulos da carreira e virou simplesmente Pet, um apelido mais fácil para ser gritado em meio a euforia da torcida. Chegou à Gávea em 2000 já com status de grande contratação e depois de uma temporada sem muita visibilidade, conquistou logo o bicampeonato carioca 2000/2001 e a Copa dos Campeões de 2001.
Contudo, após o gol de falta que deu o tri estadual ao Flamengo, caiu de vez nas graças da torcida. A ação foi realizada na final contra o Vasco aos 43 minutos do segundo tempo. O jogo é tido como um dos mais emocionantes da história do futebol carioca até hoje. Entretanto, Pet deixou a Gávea em 2003. Contudo, retornou em 2009 para ajudar o Flamengo a conquistar o Campeonato Brasileiro, encerrando um jejum de 17 anos.
Petkovic retornou ao Flamengo sete anos depois de sua primeira passagem. Em 2009, selou um acordo com o rubro-negro para a realização do pagamento de uma dívida. Contudo, escolheu o número 43 em referência ao gol do título marcado em 2001.
Porém, sua chegada foi cercada de desconfiança por parte da torcida e direção. Em razão disso, seu começo não foi fácil. Nos primeiros treinos, praticamente foi ignorado pelo então técnico Cuca e pelo vice de futebol, Kleber Leite. Ambos eram contra a vinda do sérvio.
Entretanto, o panorama se transformou com a demissão de Cuca e a efetivação de Andrade. O novo comandante passou a dar oportunidades para o meia, que ganhou ritmo de jogo e mostrou um desempenho surpreendente em campo. Inesperadamente foi um dos líderes da equipe na arrancada que culminaria no título brasileiro daquele ano.
No coração da massa rubro-negra, Petkovic virou “Pet”. Nesse sentido, colecionando momentos marcantes, desde o que a torcida cantou parabéns em partida realizada no dia de seu aniversário. Assim como o funk feito para homenagear o ídolo, o sérvio finalmente passou a considerar o Brasil a sua segunda casa.
Tal como diz a letra da música, o rubro-negro carioca tinha o Imperador e o Pet, rei do gol olímpico que colocava medo nos goleiros rivais. Suas jogadas majestosas abrilhantaram o reinado de um Flamengo que ficou marcado até hoje na memória e no coração de uma nação inteira de apaixonados.
O jogador não foi o primeiro estrangeiro a fazer sucesso no futebol do Brasil. O sérvio, no entanto, conquistou fãs, títulos e respeito no país. Por aqui, alcançou o sucesso. Vestiu a camisa de clubes cariocas e representou bandeiras importantes. Jogos, gols, títulos e homenagens. Pet tem uma coleção de histórias para contar.
Contudo, além das passagens marcantes no Flamengo, Petkovic também atuou pelo Vasco e Fluminense. O jogador teve contrato com o Gigante da Colina em meados de 2002, após surpreendente transferência do Flamengo. Obteve boas atuações no Brasileirão em 2002. Porém, só ajudou o time a conquistar a Taça Guanabara de 2003.
O sérvio chegou ao tricolor das Laranjeiras após rápida passagem pelo Al-Ittihad, da Arábia Saudita. Onde ganhou uma Copa Árabe e a Liga dos Campeões da AFC – Federação de Futebol da Arábia Saudita. No entanto, sua estreia ocorreu em 2005 contra o São Paulo, em empate de 1 x 1 no Morumbi.
No jogo seguinte, marcou seu primeiro gol, em vitória por 5 x 2 sobre o Paysandu. A terceira partida, finalmente o fez superar de vez qualquer desconfiança da torcida. Dessa forma, fez o milésimo gol da história do Flu em Campeonatos Brasileiros, o que lhe renderia uma placa do clube na partida contra o Cruzeiro.
No qual, em linda jogada, driblou em pouco espaço três adversários e tocou para o gol ao perceber a saída do goleiro. Comandou o Tricolor Carioca em goleada de 6 x 2 no Mineirão, tendo marcado ainda outro belo gol, em forte chute de fora da área com a perna esquerda.
No Brasil, Petkovic vestiu também as camisas do Goiás, Santos e Atlético-MG. Entretanto, sem o mesmo protagonismo que teve no Flamengo. Após aposentar as chuteiras, iniciou a carreira de dirigente de futebol e foi treinador. Atualmente, exerce sua paixão pelo futebol fora dos gramados, atuando como comentarista.
Foto Destaque: Reprodução/Hipólito Pereira/O Globo