Trivela
·05 de dezembro de 2022
In partnership with
Yahoo sportsTrivela
·05 de dezembro de 2022
Toda campanha relativamente longa na Copa do Mundo tem aquele jogador que não começa como titular, mas aproveita as chances que recebe para ganhar a posição. Nesta da Inglaterra, que pela décima vez na história chegou às quartas de final, parece que será Phil Foden. Nunca saberemos se ele teria sido mantido como titular pela ponta esquerda se Raheem Sterling não tivesse pedido dispensa para tratar de um sério problema familiar. Fato é que ele foi e terminou como um dos principais destaques da vitória por 3 a 0 sobre Senegal.
Foden começou jogando contra Gales na terceira rodada da fase de grupos. Como não era o duelo mais importante de todos os tempos para a Inglaterra, poderia ser apenas uma rotação de elenco normal que os técnicos fazem nessa situação. Ele foi bem, marcou o segundo gol, mas não havia impressionado tanto quanto Marcus Rashford, por exemplo, que até começou aquela partida pela esquerda. Southgate manteve o atacante do Manchester United no banco e preferiu começar as oitavas de final com o do Manchester City.
Ter um pouco de paciência não é novidade na carreira do garoto de 22 anos. Sempre foi badalado nas categorias de base e estreou pelo time principal do City quando tinha apenas 17 anos. Mas se existe um problema nos métodos de Pep Guardiola é que ele tende a demorar para realmente dar confiança para os jovens. Foden foi bastante reserva em suas três primeiras temporadas, e chegou até a haver discussão se deveria fazer como seu antigo colega de base, Jadon Sancho, e sair do City para ganhar uma sequência.
A paciência, no fim, se pagou. Com a saída de David Silva, em 2020, Foden imediatamente dobrou seu tempo em campo. Como meia no lugar do espanhol, mas também aberto pelo lado esquerdo. Em 2021/22, quando o City foi campeão inglês sem um centroavante de ofício, foi muitas vezes escalado como falso 9 também. Ele fez 30 gols nesses dois anos de maior utilização e chegou ao Catar com oito em 20 jogos na temporada interrompida. A ascensão na seleção acompanhou a do clube. Passou a ser convocado em setembro de 2020 e teve uma participação secundária na Eurocopa do ano passado.
Começou a Copa do Mundo no banco e teve cerca de 20 minutos para tentar aproveitar a fragilidade do Irã. Foi estranho que não tenha saído do banco de reservas contra os Estados Unidos, quando era claro que a Inglaterra precisava de algo diferente no ataque. “Decidimos não colocá-lo no segundo jogo. Mas ele terá um papel importante neste torneio para nós, sem dúvida. Decidimos manter aquele time (da estreia) e sentimos que as trocas exigiam algo diferente para os EUA. Mas temos a intenção de estar aqui o máximo possível, e ele é um super jogador e nós o valorizamos muito. Ele terá um papel importante. Pode jogar nas duas pontas, como falso 9, pode jogar atrás do atacante, mas não faz isso tanto pela seu clube”, disse Southgate, explicando por que não o havia colocado contra os americanos.
Novidade na terceira rodada, e com um bom desempenho, Foden foi mantido para as oitavas de final. As notícias de que seria titular saíram antes de o público ficar sabendo sobre os problemas pessoais de Raheem Sterling, um homem de confiança de Southgate durante todo o ciclo. Até segunda ordem não importa o que o técnico faria. Foden foi titular, à frente de Rashford, e participou dos três gols marcados pela Inglaterra. Deu o toque de primeira que quebrou a marcação senegalesa para Kane lançar Jude Bellingham no primeiro, o passe, também de primeira, para o centroavante marcar o segundo e uma linda arrancada antes de cruzar para Saka anotar o terceiro.
Do jeito que a Inglaterra vem jogando, com Kane atuando muito mais como armador do que como finalizador, a Inglaterra precisa de finalização e imprevisibilidade pelas pontas. Foden tem esses dois atributos, além capacidade técnica e de ser um jogado muito inteligente, que sabe ler e atacar espaços, treinado a carreira inteira por Pep Guardiola. Se o campo fala, pelo que apresentou até agora, merece continuar como titular, mesmo se Sterling voltar, e terá a oportunidade de produzir seu grande momento com a camisa da seleção no excepcional clássico com a França nas quartas de final.