Ponte Preta supera crise e aposta em ex de rival para encerrar pesadelo | OneFootball

De volta à Série C do Brasileirão depois de 34 anos, a torcida da Ponte Preta viu o pesadelo se encerrar em menos de um ano, com um acesso conquistado de maneira antecipada neste final de semana. O caminho de volta à Série B foi de mais altos do que baixos dentro de campo, mas com superação por parte do elenco, que conviveu com salários atrasados e, mesmo assim, trouxe o sonhado acesso.

"Exemplos de perseverança e hombridade. Voltamos para onde nunca deveria ter saído", escreveu o lateral Danilo Barcelos em suas redes sociais após a confirmação da vaga, que veio horas depois do empate em 1 a 1 com o Náutico, graças à derrota do arquirrival Guarani contra o Brusque.

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Um começo agridoce

Sabendo que 2025 seria um ano diferente dos outros, tendo que adequar o elenco a um ano com receita inferior, mas ainda precisando competir na elite do futebol paulista. Já sob o comando de Alberto Valentim, contratado dias depois do rebaixamento, a disputa do Paulistão foi digna, mas frustrante.

A Macaca teve apenas duas derrotas na primeira fase e terminou com 22 pontos, mais do que conseguiram São Paulo e Santos, líderes dos grupos C e B, respectivamente. Contudo, o time campineiro acabou em terceiro no Grupo D, atrás de São Bernardo e Palmeiras, que ficaram com 23 pontos cada, sendo eliminada antes do mata-mata, mesmo com a quarta melhor campanha da primeira fase.

O sentimento ficou ainda pior três dias depois da queda no Paulistão. A derrota de virada diante do Concórdia, em Santa Catarina, resultou na eliminação prematura na Copa do Brasil, deixando a Ponte sem jogos para fazer entre 26 de fevereiro e 12 de abril, quando estrearia na Série C.

Caminhada sólida

O tempo de preparação trouxe bons resultados. A Ponte começou a busca pelo acesso com quatro vitórias e um empate antes de conhecer a primeira derrota. Oscilando geralmente entre a primeira e a segunda posição durante toda a Série C, a Ponte não refletia em campo aquilo que acontecia fora, com muitos problemas.

"Dentro de campo estamos vivendo um momento mágico, mas fora está complicado", disse Lucas Cândido depois da vitória sobre o Brusque, na segunda rodada do quadrangular final. "Difícil jogar com 100 dias de salários atrasados", completou.

A situação financeira é descrita como a pior dos 125 anos de história do clube, com sucessivos bloqueios de conta e a penhora do estádio Moisés Lucarelli por conta de processos de antigos jogadores, treinadores e outros credores. Alguns profissionais do clube estariam com pendências para receber desde maio, sendo que o elenco teria chegado à metade de setembro com salários atrasados há mais de três meses.

Ex-rival no comando

Depois de uma derrota diante do Caxias, um empate contra o Guarani e outro revés na sequência, agora diante do Botafogo-PB, a Ponte Preta teria uma mudança no comando técnico, mas não por decisão própria. Sem receber desde maio, Alberto Valentim chegou a um acordo para deixar o clube sem pagar multa rescisória, aceitando o convite para comandar o América Mineiro na Série B.

A solução encontrada pela diretoria do clube, que havia caído para a quarta posição, foi buscar o técnico Marcelo Fernandes, que havia sido demitido do Guarani dez dias antes, nas vésperas do Dérbi. A contratação foi vista com desconfiança por quase toda a torcida, mas deu certo.

A estreia foi contra o Itabaiana, com uma vitória que garantiu a classificação para o quadrangular final. Depois dela viriam outras cinco vitórias consecutivas e então o empate do acesso, bastando sete jogos para o treinador marcar seu nome na história do clube.

Destaques

Revelado pelo São Paulo, Jonas Toró foi um dos destaques da Ponte Preta nesta caminhada. O atacante, que já passou pelo Sport, Atlético-GO e Botafogo-SP, é o artilheiro do time no ano e vice-artilheiro da Série C com sete gols marcados. Essa artilharia surgiu justamente com a chegada do novo treinador.

Toró marcou contra o Itabaiana e iniciou uma sequência de cinco gols em seis jogos, sendo fundamental para a Macaca, já que todos esses tentos foram marcados em jogos que acabaram com vitórias por um gol de diferença, sendo cinco desses triunfos por 1 a 0.

Outro nome que está nas graças da torcida é o do experiente meia Elvis, que está no clube desde 2022 e tem seis gols e duas assistências na Série C, sendo conhecido como o homem das bolas paradas e líder do time em campo.