Trivela
·01 de setembro de 2022
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·01 de setembro de 2022
O Sevilla não atravessa um momento favorável. Começou mal o Campeonato Espanhol e vem num mercado de transferências duro, especialmente pelas saídas de Jules Koundé e Diego Carlos. Uma resposta dos andaluzes era necessária, ainda que Monchi falasse das limitações financeiras e não prometesse tantos investimentos. O fechamento da janela acaba movimentado no Estádio Ramón Sánchez-Pizjuán, com uma dança das cadeiras nas posições ofensivas. Lucas Ocampos saiu para o Ajax e Munir El Haddadi foi liberado, para assinar com o Getafe. As reposições acontecem com o empréstimo de Kasper Dolberg junto ao Nice e a assinatura sem custos de Adnan Januzaj, que estava na Real Sociedad.
Dolberg é quem realmente parece ter condições de fazer a diferença para o Sevilla. O dinamarquês é um jogador bastante dinâmico e que pode contribuir de diferentes maneiras no ataque, embora geralmente entre na referência. Lapidado pelo Ajax, estourou em 2016/17 e depois seria um coadjuvante na marcante temporada de 2018/19, mas sem realmente deslanchar como uma aposta principal dos Godenzonen. Ganhou mais regularidade no Nice e teve bons momentos na Ligue 1, especialmente na primeira temporada. Mas não que seus números sejam tão espantosos, com 24 gols e sete assistências em 85 partidas, até inferiores aos com o Ajax.
Um atrativo em relação a Dolberg é seu protagonismo pela Dinamarca nos últimos anos. O atacante foi essencial no sucesso dos alvirrubros durante a Euro 2020, embora tenha se ausentado em parte importante das últimas Eliminatórias. Considerando os 24 anos de idade e o potencial que se acredita, o Sevilla representa um salto pelo nível competitivo em que o clube está inserido. Mas não deixa de ser também uma aposta dos andaluzes, pela maneira como o dinamarquês não desembarca como uma certeza. Vai ser importante por oferecer características distintas às de Rafa Mir ou Youssef En-Nesyri no elenco de Julen Lopetegui, podendo inclusive se combinar com eles.
Januzaj, por sua vez, passa longe de ser a promessa que um dia atraiu olhares no Manchester United. Chances não faltaram para o ponta se afirmar, incluindo ainda a decepcionante passagem pelo Borussia Dortmund e uma breve estadia no caótico Sunderland. O belga vem mais como o jogador que se estabeleceu em La Liga e defendeu a camisa da Real Sociedad por cinco temporadas consecutivas. Nunca conseguiu ser titular absoluto, mas deu mostras pontuais de seu talento e teve papel importante para sustentar os bascos na parte superior da tabela.
A aquisição de Januzaj sem custos não deixa de ser uma oportunidade de mercado ao Sevilla. O ponta de 27 anos continua com capacidade de render em alto nível e pode atuar de diferentes maneiras no setor ofensivo, em especial pela direita, onde saiu Ocampos e Tecatito Corona sofreu grave lesão. Apesar disso, é mais uma alternativa dentro da rotação do que um jogador que vem como solução. Até porque não se menospreza a influência que Ocampos teve no Nervión, em especial por sua primeira temporada, quando desequilibrou no time campeão da Liga Europa.
Se a tabela de La Liga não empolga o Sevilla, com apenas um ponto em três rodadas, o saldo geral do mercado é negativo. Koundé, Diego Carlos e Ocampos eram pilares do trabalho de Julen Lopetegui. Os ganhos de €91 milhões com vendas não animam, quando apenas €28 milhões acabam reinvestidos. Tanguy Nianzou e Marcão são alternativas interessantes para a zaga, mas deixam dúvidas se atingirão o nível dos negociados, ainda mais de imediato. Isco e Alex Telles garantem tarimba, mas precisam reencontrar o melhor futebol. Enquanto isso, Dolberg e Januzaj são atletas de talento que precisam dar um passo além em suas carreiras. Mais projeções do que certezas a um Sevilla que, aparentemente, vem num degrau abaixo nesta temporada.