Jogada10
·17 de dezembro de 2025
Presidente do Conselho envia caso de camarote para investigação no São Paulo

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O presidente do Conselho Deliberativo do São Paulo, Olten Ayres, encaminhou na manhã desta quarta-feira (17/12) o caso envolvendo a exploração clandestina de um camarote do Morumbis, em dias de shows, para a Comissão de Ética do clube. A iniciativa ocorre após a revelação de áudios que envolvem dois diretores tricolores, Douglas Schwartzmann e Mara Casares, que já pediram licença de seus cargos.
Em entrevista ao ”ge”, Olten explicou que anexou ao pedido a informação de que o São Paulo instaurou duas sindicâncias, uma interna e outra externa, para apurar os fatos. Além disso, sugeriu que a Comissão de Ética aguarde a conclusão desses trabalhos antes de qualquer deliberação.
“Eu pedi o processo de abertura de um procedimento na Comissão de Ética. Anexando a informação do presidente do clube de que ele estabeleceu uma série de sindicâncias. A Comissão pode fazer o que bem entender, mas no meu requerimento, eu sugiro que aguarde as sindicâncias. As empresas contratam escritórios externos para que não haja nenhuma influência externa. Eu mesmo representei hoje de manhã cedo junto à Comissão de Ética para que haja essa apuração”, afirmou Olten.
A Comissão de Ética do São Paulo é composta por cinco integrantes: Antônio Maria Patiño Zorz, que preside o órgão, além de José Edgard Galvão Machado, Luiz Augusto Lia Braga, Marcelo Felipe Nelli Soares e Milton José Neves Junior.
Questionado sobre possíveis críticas quanto à imparcialidade do colegiado, Olten defendeu os membros da comissão, que integram grupos políticos ligados à atual coalizão de situação do clube.
“Confia-se que todo mundo é imparcial. As pessoas que falam isso em rede social não conhecem as pessoas que estão na Comissão de Ética. Elas são absolutamente imparciais. O presidente é um juiz de direito de primeira linha. Foi juiz do DIPO, que controla toda a polícia de São Paulo. Juiz da primeira zona eleitoral de São Paulo. Tenho total confiança. Sei da imparcialidade e da capacidade técnica que tem para conduzir esse assunto”, completou.
Nos últimos dias, Olten recebeu pedidos formais de diferentes grupos políticos, tanto da situação quanto da oposição, solicitando que o caso fosse encaminhado à Comissão de Ética. Na noite de terça-feira, o grupo Participação, ligado ao presidente Julio Casares, protocolou um requerimento com questionamentos e pedido de investigação junto ao Conselho Deliberativo.

Áudio revelou esquema de diretores do São Paulo para venda ilegal de camarote – Foto: Reprodução/instagram
O São Paulo confirmou, na última segunda-feira, a abertura de duas sindicâncias para apurar os acontecimentos. A investigação interna está sendo conduzida pelos departamentos jurídico e de compliance do clube, enquanto a externa ficará a cargo de uma empresa independente. Todos os envolvidos serão ouvidos nos dois procedimentos.
No áudio Douglas Schwartzmann e Mara Casares admitem participação em um esquema de exploração irregular de camarote do Morumbis, ao menos durante o show da cantora Shakira, realizado em fevereiro deste ano. Na gravação, o então diretor adjunto das categorias de base afirma que houve ganho financeiro para os envolvidos.
“E vou repetir uma coisa. Você é uma pessoa que a Mara confiou. Eu só entrei nisso porque a Mara me garantiu que você era de total confiança. Desde o primeiro dia que eu te falava isso. Não podemos fazer coisa errada aqui. Então, teve negócio que você ganhou dinheiro, eu ganhei, todo mundo ganhou. Mas foi feito tudo na confiança. Coisa errada? Errou, tem que comer com farinha. Não tem jeito, querida”, diz Schwartzmann no áudio.
O Estatuto Social do São Paulo, em seu Artigo 34, prevê punições a sócios que cometam infrações, que vão de advertência e suspensão até indenização, perda de mandato, inelegibilidade temporária e eliminação do quadro social, de acordo com a gravidade da conduta.
Já o item Q do Artigo 10 do Regimento Interno estabelece que “causar dano à imagem do SPFC, em qualquer condição ou no exercício de qualquer cargo pertencente aos poderes do SPFC” pode resultar em suspensão de 90 a 270 dias, com aumento de um terço da pena caso o associado ocupe cargo em um dos poderes do clube.









































