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·21 de janeiro de 2025

Presidente do Corinthians detona Romeu Tuma após suspensão da votação de impeachment: “Ditador”

Imagem do artigo:Presidente do Corinthians detona Romeu Tuma após suspensão da votação de impeachment: “Ditador”

O clima esquentou após a suspensão da votação de impeachment do presidente do Corinthians, Augusto Melo. Ao término da reunião, que terminou com tumulto entre torcedores e conselheiros no Parque São Jorge, o atual mandatário detonou o presidente do Conselho Deliberativo, Romeu Tuma Júnior, e o chamou de “ditador”.

Augusto alegou que Romeu “advoga em causa própria” e disse que o mesmo não reúne condições de presidir o CD do Corinthians. Segundo o atual presidente, o líder do órgão fiscalizador não permitiu que Melo e seus aliados se defendessem.


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“O que prejudica é ter um presidente do Conselho igual o Romeu Tuma, um cara totalmente imparcial. Está trabalhando para eles [oposição], advogando em causa própria. Um cara que não deixou a gente se defender, é um ditador. O Corinthians está nessa situação porque tem um cara desse presidindo o Conselho, não tem mais condição e moral nenhuma para presidir o Conselho”, declarou.

“Ele vai marcar uma nova data, acharam melhor por segurança. Essa política do Corinthians é suja, estamos nessa situação por pessoas desse tipo. Enquanto esses caras não forem banidos, nunca vamos sair disso”, acrescentou.

Augusto ainda confia em vitória política no próximo encontro que ocorrerá no Conselho Deliberativo, ainda sem data definida.

“Com certeza vamos reverter, ele [Romeu] não deu chance para um monte de coisa. Foi ditador em todo sentido. Houve confusão porque ele advogou por ele. Não deu direito da gente nem argumentar, aí virou um tumulto. Está sendo ditador. Não tem mais moral e nem condição nenhuma de dirigir o Conselho, temos que entrar com a destituição desse cara”, concluiu.

Antes de votar o impeachment de Augusto, os conselheiros deveriam participar de uma outra votação para definir se o processo de destituição seria levado adiante. Esta primeira parte do encontro durou mais de quatro horas e foi marcada por um clima quente, com momentos de tumulto entre opositores e aliados de Augusto Melo.

Foram, ao todo, 126 votos a favor e 114 contra, dando prosseguimento à votação de impeachment do mandatário. Contudo, devido ao horário, a reunião foi suspensa. Além disso, por conta da demora, alguns conselheiros foram embora. Agora, será convocado um novo encontro, quando os membros do Conselho votarão diretamente para o impeachment.

Caso a maioria simples no Conselho aprove o impeachment de Augusto, o presidente será afastado imediatamente do cargo, que será assumido de forma temporária por Osmar Stabile, primeiro vice-presidente do clube.

Além disso, se o Conselho der parecer positivo quanto ao impeachment de Augusto, Romeu terá de definir uma data para a Assembleia Geral, que é a última instância do processo de destituição, com a participação dos associados do clube.

Nesse cenário, Augusto permaneceria afastado de suas funções até a divulgação do resultado final da Assembleia Geral. Se os sócios endossarem que ele deve deixar o cargo, o mandatário será definitivamente destituído.

Se o impeachment não passar no Conselho Deliberativo, o caso será encerrado e Augusto Melo continuará normalmente no cargo de presidente. No entanto, vale lembrar, há um outro processo de destituição correndo paralelamente, este a pedido do Conselho de Orientação e motivado em dados técnicos e números apresentados no último relatório do órgão sobre as demonstrações financeiras do primeiro semestre da gestão, e que também pode vir a ser votado no Conselho Deliberativo.

A votação de impeachment de Augusto Melo no Corinthians teve forte policiamento no Parque São Jorge e protestos da torcida, que compareceu em menor número em comparação à última reunião, mas protestou contra a possível destituição do mandatário.

O encontro para definir o futuro de Augusto, inicialmente, iria acontecer no dia 28 de novembro do ano passado. Em cima da hora, com a reunião prestes a começar naquela ocasião, Augusto Melo apresentou uma decisão liminar da Justiça que refletiu no adiamento do pleito. Posteriormente, a liminar foi derrubada, mas os eventos de final de ano, como Natal e Réveillon, fizeram o Conselho aguardar até este primeiro mês de 2025 para retomar o assunto, principalmente após as novidades reveladas sobre o caso VaideBet, graças aos depoimentos do proprietário e do diretor finaneiro da empresa à Polícia, além da entrevista concedida por Toninho Duettos, com exclusividade, à Gazeta Esportiva.

Entenda os motivos

No dia 12 de agosto, a Comissão de Justiça do Corinthians entregou um relatório para o Conselho Deliberativo a respeito de investigações sobre alguns temas que envolvem a gestão de Augusto, como as negociações com a VaideBet (ex-patrocinadora máster) e a Gazin (empresa de colchões que tem espaço no uniforme de treino).

Posteriormente, Augusto e pessoas que são ou foram ligadas à gestão foram ouvidas pela Comissão de Ética. Além do presidente, Armando Mendonça (segundo vice-presidente), Rozallah Santoro (ex-diretor financeiro), Yun Ki Lee (ex-diretor jurídico), Fernando Perino (ex-integrante do departamento jurídico), Marcelo Mariano (diretor administrativo) e Rubens Gomes (ex-diretor de futebol) foram investigados internamente.

Augusto entregou sua defesa à Comissão de Ética no final de setembro. No dia 26 de agosto, de forma paralela à investigação, um grupo de conselheiros enviou ao Conselho um requerimento que solicita a destituição de Melo.

O documento, de autoria do “Movimento Reconstrução SCCP”, conteve mais de 50 assinaturas, número mínimo para que a solicitação fosse apreciada pelo presidente do CD.

O documento pede “tramitação sucinta” e se apega, principalmente, ao Artigo 106, “b” e “d”, do Estatuto do clube, além da Lei 14.597/23, referente a nova Lei Geral do Esporte, que dispõe sobre crimes de “Lavagem” ou ocultação de bens.

Art. 106 – São motivos para requerer a destituição do Presidente e/ou dos Vices:

b) ter ele acarretado, por ação ou omissão, prejuízo considerável ao patrimônio ou à imagem do Corinthians.

d) ter ele infringido, por ação ou omissão, expressa norma estatutária.

Em 19 páginas, que detalham acontecimentos recentes promovidos pela atual gestão, o requerimento se apoia em fundamentos que objetivam apontar eventuais problemas e condutas temerárias da gestão após avaliação dos seguintes casos:

-“Laranja” na intermediação da VaideBet.

-Depoimento de Cassundé à Polícia, refutando ter feito intermediação.

-Debandada de dirigentes, perda do patrocínio e prejuízo moral.

-Depoimento de Armando Mendonça à Polícia, apontando omissão dos gestores.

-Agressão de Augusto a um torcedor do Cruzeiro, em MG, com prejuízo a imagem da instituição.

No requerimento, conselheiros afirmam o Corinthians como “vítima de crimes cometidos pelos próprios dirigentes” e ainda reforçam a intenção de se obter para o clube o devido “ressarcimento do prejuízo em razão do pagamento errôneo à malfadada empresa que nunca intermediou a confecção do contrato com a antiga patrocinadora”.

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