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·16 de dezembro de 2025

Presidente do São Paulo se manifesta sobre esquema de ingressos e promete “rigor”

Imagem do artigo:Presidente do São Paulo se manifesta sobre esquema de ingressos e promete “rigor”

O presidente do São Paulo, Julio Casares, se manifestou nesta segunda-feira pela primeira vez sobre a polêmica envolvendo a comercialização supostamente irregular de ingressos e camarotes no Estádio do Morumbis, revelada após a divulgação de áudios pela imprensa. Em nota, o mandatário classificou o episódio como “um dia muito triste para a instituição” e afirmou que só decidiu falar publicamente após a adoção das primeiras medidas para apuração do caso.

Casares afirmou ter tomado conhecimento da gravação divulgada na segunda-feira e destacou que a prioridade do clube é o total esclarecimento dos fatos.


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“Só venho me manifestar agora, um dia inteiro após os fatos virem à luz, porque a prioridade é a de que tudo seja esclarecido e, se assim for necessário, as devidas medidas sejam tomadas”, declarou o presidente, ao reforçar que situações como essa não podem passar sem investigação rigorosa.

Segundo o cartola, o São Paulo instaurou imediatamente uma sindicância, estruturada em duas frentes. A principal delas é uma auditoria externa, justamente para evitar qualquer tipo de interferência política ou influência interna no processo. “Todos serão ouvidos e um relatório final dará ao clube suas considerações e orientações de eventuais próximos passos”, explicou. Paralelamente, uma apuração interna está sendo conduzida pelo departamento de compliance do Tricolor.

Julio Casares também adotou cautela ao tratar de responsabilidades individuais. Ele ressaltou que não compactua com prejulgamentos, mas deixou claro que eventuais irregularidades serão tratadas com rigor. “Não defendo e nem pratico condenação prévia. Acredito no amplo direito à defesa. Mas ressalto que, seja qual for o resultado da sindicância, vamos agir com rigor com quem quer que eventualmente seja apontado com conduta inadequada no clube”, afirmou. O presidente ainda fez questão de frisar que não haverá privilégios. “Não há e nem haverá favorecimento por proximidade, amizade, parentesco, função ou alinhamento político.”

Pressionado?

O posicionamento ocorre em meio a uma crise política crescente no São Paulo. Conselheiros ligados à oposição, reunidos no movimento “Salve o Tricolor Paulista”, divulgaram uma nota pedindo o afastamento cautelar de Julio Casares e de outros dirigentes citados nos áudios, sob o argumento de que a investigação precisa ocorrer de forma “plena, independente e imparcial”. O grupo sustenta que a localização do camarote envolvido, identificado como o espaço 3A, a chamada “sala da presidência”, no setor leste do Morumbis, dificulta afastar a hipótese de conhecimento prévio da cúpula do clube.

Entenda o caso

O caso veio à tona após a divulgação de uma gravação em que Douglas Schwartzmann, diretor adjunto das categorias de base, admite que ele, Mara Casares, diretora cultural e de eventos e ex-esposa do presidente, e outras pessoas teriam obtido ganhos financeiros com a exploração irregular do camarote durante shows realizados no estádio, entre eles o da cantora Shakira. Após a repercussão, ambos solicitaram licença de seus cargos.

Em meio à pressão política e institucional, Julio Casares reforçou que a condução do processo seguirá critérios técnicos e transparentes, com foco na preservação da imagem do clube. A expectativa interna é de que os relatórios das apurações tragam subsídios para a adoção de medidas administrativas e disciplinares, caso irregularidades sejam confirmadas, encerrando um dos episódios mais delicados da atual gestão no São Paulo.

Veja a nota de Casares na íntegra:

“Tomei conhecimento da lamentável conversa telefônica em áudio gravado divulgado pela imprensa nesta segunda-feira, um dia muito triste para a instituição.

Só venho me manifestar agora, um dia inteiro após os fatos virem à luz, porque a prioridade é a de que tudo seja esclarecido e, se assim for necessário, as devidas medidas sejam tomadas.

Casos como este não podem passar sem serem devidamente esclarecidos, e isso será feito por meio da sindicância que foi instaurada imediatamente após a revelação do episódio. Este trabalho, está sendo feito em duas frentes: a primeira e mais importante é a auditoria externa, para que não haja nenhuma possibilidade de interferência política ou de influência de poder. Todos serão ouvidos e um relatório final dará ao Clube suas considerações e orientações de eventuais próximos passos. Em paralelo, a sindicância interna será tocada pelo departamento de compliance.

Não defendo e nem pratico prejulgamento e condenação prévia. Acredito no amplo direito à defesa. Mas ressalto que, seja qual for o resultado da sindicância, vamos agir com rigor com quem quer que eventualmente seja apontado com conduta inadequada no Clube. Não há e nem haverá favorecimento por proximidade, amizade, parentesco, função ou alinhamento político.”

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