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·28 de novembro de 2025

Pressão pela queda de Casares cresce após tropeço do São Paulo

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A sexta-feira (28) começou turbulenta no São Paulo. Um dia após a derrota avassaladora para o Fluminense por 6 a 0, no Maracanã, conselheiros da ala oposicionista oficializaram um abaixo-assinado para pedir a renúncia do presidente Julio Casares.

A iniciativa, inicialmente idealizada por pouco mais de 50 nomes da oposição, deve ganhar força também entre aliados, já que o grupo governista vive forte divisão interna.


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Entre os que podem engrossar o coro pela saída de Casares está o bloco liderado por Carlos Belmonte, que reúne cerca de 40 integrantes. O dirigente de futebol não tem comparecido a jogos recentes — incluindo a derrota histórica no Rio — e sua relação com o presidente chegou ao limite. O revés por 6 a 0 foi a maior goleada do Fluminense sobre o Tricolor em toda a história e poderia ter sido ainda mais elástico, dado o volume de chances dos cariocas.

Sucessão e articulações internas

Casares tem mais um ano de mandato e não pode concorrer novamente. Nos bastidores, ele tem trabalhado para emplacar Márcio Carlomagno, atual superintendente geral, como seu sucessor natural. Carlomagno passou a circular com mais força no departamento de futebol nas últimas semanas, ganhando espaço e influência.

A oposição, porém, articula outros nomes. Vinícius Pinotti — conhecido por transitar entre os dois lados políticos — surge como possível candidato, em uma chapa que pode ter Marco Aurélio Cunha como peça central, figura vista como esperança de reconstrução por muitos conselheiros.

“Já passamos do poço, chegamos na fossa”

Em uma reunião recente, oposicionistas chegaram ao consenso de que o clube atingiu seu pior momento. Um dirigente resumiu o sentimento: “Já passamos do poço, chegamos na fossa”, em crítica direta à gestão, que tem tratado a venda de jovens como solução emergencial para a crise.

Dívidas bilionárias e nova solicitação de empréstimo

Apesar da criação de um fundo destinado a aliviar a situação financeira, o São Paulo voltou a solicitar outro empréstimo — agora de R$ 25 milhões. A dívida geral do clube já ultrapassa a casa do bilhão. O clima político, naturalmente, ficou ainda mais tenso.

Salários atrasados e desabafo de Luiz Gustavo

Os jogadores também vivem instabilidade. Os direitos de imagem estão com dois meses de atraso, algo recorrente na atual administração.

Após a goleada, Luiz Gustavo — improvisado como zagueiro por causa de 16 desfalques, sendo 13 por lesão — cobrou publicamente que a diretoria apareça e assuma responsabilidades.

Rui Costa, diretor presente no Maracanã, limitou-se a dizer que o volante estava “de cabeça quente” e pediu desculpas aos torcedores, sem abordar os atrasos e demais problemas internos.

Vendas da base e elenco esvaziado

O Tricolor negociou diversas joias da base em 2024 por valores considerados abaixo do mercado. Contra o Fluminense, o técnico Hernán Crespo sequer conseguiu completar o banco de reservas, tamanha a falta de opções.

Casares ausente nos jogos, mas presente em eventos

Embora alegue questões médicas para não acompanhar as partidas no estádio, Casares esteve recentemente em eventos públicos — como a Fórmula 1 em Interlagos — e até palestrou em um momento recente na CBF sobre gestão de clubes. O fato gerou irritação na torcida, que também critica a decisão de mandar partidas fora do Morumbis em um momento tão delicado. Há rumores de que o jogo contra o Internacional, na próxima semana, será na Vila Belmiro para evitar protestos intensos.

Desde o início da gestão Casares, apenas um ano terminou sem déficit — impulsionado pela venda milionária de Antony do Ajax para o Manchester United.

Torcida perde a paciência

Casares costuma afirmar que o início de sua gestão foi focado em recuperar a conexão com o torcedor por meio de títulos, e que o momento atual exige prioridade às finanças. No entanto, o distanciamento entre presidente e arquibancada nunca foi tão evidente. A pressão cresceu nas ruas e nas redes sociais, com pedidos de renúncia se multiplicando.

Durante a madrugada após o massacre no Maracanã, os muros do Morumbis foram pichados com frases de protesto. Entre elas, uma mensagem resumiu o clima generalizado: “Acabou a paciência”.

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