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·24 de outubro de 2019

Quem são os piores donos de clubes na Inglaterra?

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Apesar das altas cifras que envolvem o futebol inglês na era moderna, alguns clubes sofrem por conta de um péssimo gerenciamento de seus mandachuvas, seja pelo acúmulo de dívidas ou pelo total descaso em realizar gastos que são fundamentais para a melhoria de um clube.

Nos tempos atuais, tivemos clubes que perderam pontos em suas ligas por problemas financeiros, jogos cancelados por falta de stewards (guardas) e clubes tradicionais sucumbindo ao rebaixamento para as mais diversas ligas inferiores da Inglaterra.


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Separamos alguns exemplos de clubes que vivem/viveram crises por conta do total descaso de seus respectivos donos e que agora lutam para sobreviver em variadas divisões do futebol inglês.

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Quem são os piores donos de clubes na Inglaterra?

Mike Ashley (Newcastle)

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Dono do Newcastle desde 2007, o empresário Mike Ashley é dono de uma famosa rede de artigos esportivos no Reino Unido. Chegando ao clube, Ashley tornou o Newcastle um dos clubes mais estáveis de toda a Inglaterra após baixar as dividas e nomear a lenda Kevin Keegan como técnico em 2008.

No entanto, Keegan deixou o cargo de técnico do clube apenas oito meses após ser contratado, alegando ter problemas pessoais com os dirigentes do clube. A partir daí, as coisas foram de mal a pior para o Newcastle.

Nos 11 anos seguintes da era Mike Ashley, o Newcastle acabou sendo rebaixado duas vezes para a Championship, o que faz o empresário ser o dono com mais rebaixamentos na história do clube.

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Os protestos aos arredores de St James’ Park e nas ruas são cada vez mais frequentes. A não renovação do então treinador, Rafael Benitez, e a contratação do técnico Steve Bruce, acabaram sendo o estopim para a paciência da torcida acabar de vez e isso já se reflete nas arquibancadas.

Conhecido por ter uma das maiores taxas de ocupação de estádio em toda a Europa, o Newcastle acumula um recorde negativo nessa temporada: a pior taxa de ocupação nos estádios da Premier League, com 89%.

Mike Ashley já colocou o clube à venda, mas nenhum comprador apresentou garantias suficientes de que terá condições de assumir o Newcastle, então, o torcedor dos Magpies terá de aguardar e esperar por dias melhores para o clube.

Ellis Short (Sunderland)

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Empresário do ramo imobiliário, o norte-americano Ellis Short adquiriu o Sunderland no ano de 2008, mas acabou assumindo o cargo em maio de 2009.

Durante o seu período no clube, Short quitou, com seu próprio patrimônio, dívidas que chegaram a totalizar cerca de 150 milhões de libras. No entanto, as campanhas do Sunderland durante o seu comando eram muito abaixo das expectativas dos torcedores.

Com o empresário, o time permaneceu na elite do futebol inglês por 10 anos seguidos, mas sempre lutando contra o rebaixamento nas últimas rodadas e com uma constante troca de técnicos durante todas as temporadas.

O calvário do clube é mostrado na série “Sunderland até morrer”, que está disponibilizado na Netflix. A série mostra uma tremenda indignação da torcida com o norte-americano, em que a grande maioria reclama dos gastos desnecessários do clube sob a gestão de Ellis Short.

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Na temporada 2016/17, o Sunderland acabou sendo rebaixado para a Championship e os gastos acabaram sendo extremamente reduzidos, com o clube tendo que recorrer a vários empréstimos durante ao longo da campanha na 2ª divisão.

Com isso, os Black Cats acumularam o seu segundo rebaixamento seguido, dessa vez para a 3ª divisão inglesa, competição que o clube tinha disputado apenas uma vez em toda a sua história.

No dia 29 de abril de 2018, o norte-americano acabou vendendo o clube para um consórcio administrado por Stewart Donald e encerrou a sua melancólica passagem por Wearside. Nos dias atuais, o Sunderland permanece na League One e é um dos candidatos ao acesso para a Championship.

Steve Dale (Bury)

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Steve Dale assumiu o Bury em dezembro de 2018 e sempre enfrentou dificuldades financeiras durante todo o seu período pelo clube. No entanto, o time superou essas dificuldades e se tornou o vice-campeão da League Two na temporada de 2018/19, conseguindo assim o acesso para a League One.

No entanto, os problemas do clube eram, segundo Dale, maiores do que ele pensava quando tomou posse. No início do ano, jogadores e funcionários ficaram sem receber os seus salários, o que chamou a atenção da EFL (entidade que organiza a segunda, terceira e quarta divisões do futebol inglês), que queria garantias de que o Bury iria arcar com os seus compromissos, o que não foi oferecido por Dale.

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O dono do clube não teve outra opção a não ser vender o time de Manchester, o que acabou não ocorrendo pelo fato de não surgir um comprador interessado em adquirir o Bury. Isso fez com que o time fosse expulso da League One.

Dale acabou deixando o clube sem divisão e sem a perspectiva de volta em um futuro próximo. O destino do Bury pode ser decidido em uma assembleia geral entre todos os clubes da EFL, que poderão votar a favor da volta do clube para a liga.

Sem elenco e sem funcionários, o Bury terá de recomeçar a sua história do zero e ainda não se sabe em qual divisão a equipe vai atuar no futuro.

Francesco Becchetti (Leyton Orient)

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O ano era 2014. O Leyton Orient conseguiu superar clubes como o Wolverhampton e o Brentford para conseguir chegar à final dos playoffs da League One. No entanto, o clube acabou sendo derrotado na final para o Rotherham e teria de continuar mais um ano na 3ª divisão.

No verão, o clube acabou sendo adquirido pelo italiano Francesco Becchetti, que prometeu muitos investimentos em sua chegada ao Leyton, mas o seu mandato foi literalmente de dias sombrios para o time de Londres.

No momento em que comprou o clube, Becchetti realizou cerca de nove mudanças administrativas e enfrentou inúmeras críticas por essas interferências no setor. Em 2015, ele acabou recebendo uma punição de seis partidas após chutar o assistente técnico da equipe, Andy Hessenthatler, durante uma vitória sobre o Portsmouth.

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A sua saída do clube só acabou sendo definida nos tribunais, quando em 12 de junho de 2017, foi dada a sentença de que Becchetti teria que vender o clube ou pagar as suas dividas, se não, o Leyton Orient, que se encontrava em último na League Two, poderia deixar de existir.

Com Bechetti no comando, o Leyton Orient saiu da Championship para a 5ª divisão inglesa em um curto período de 2 anos e meio que o italiano esteve no clube.

Nos dias atuais, o time de Londres foi promovido para a League Two após se tornar o grande campeão da 5ª divisão, mas passa por problemas desde a chocante morte do seu então treinador, Justin Edinburgh, que faleceu aos 49 após sofrer uma parada cardíaca.

Família Oyston (Blackpool)

Com graves problemas financeiros e o risco de uma possível extinção, o Blackpool acabou sendo adquirido pela pequena quantia de uma libra pelo empresário Owen Oyston no ano de 1986. Durante seu mandato, o Blackpool não se destacava no cenário inglês e alternava entre quedas e acessos na 3ª divisão.

Em 1996, Owen acabou sendo julgado e condenado a seis anos de prisão por estupro e agressão a uma menina de apenas 16 anos. O empresário acabou cumprindo pouco mais que a metade de sua pena na cadeia.

Enquanto isso, a sua esposa Vicki Oyston assumiu a presidência do clube enquanto o seu marido estava na cadeia, mas ainda assim, as coisas não andavam muito bem para os Tangerines.

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Com isso, em 1999, o filho mais velho do casal, Karl Oyston, acabou assumindo a presidência do clube, mas o Blackpool foi rebaixado na primeira temporada de Karl e retornou para a League One na temporada seguinte.

Com Karl no comando, o clube até conseguiu a sua primeira participação em 30 anos na Premier League, quando os Tangerines disputaram a competição na temporada de 2010/11, mas acabou sendo rebaixado imediatamente para a Championship.

Em fevereiro de 2018, Karl deixou o comando do clube e passou o bastão para a sua irmã mais nova Natalie Oyston. Ela ficou apenas um ano no comando do Blackpool, quando em fevereiro de 2019, a família Oyston acabou sendo removida do clube pela EFL e com dívidas acumuladas para o pagamento de diretores e funcionários.

Ken Anderson (Bolton)

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O empresário Ken Anderson assumiu o Bolton com o clube vivendo momentos distintos em sua história. Em campo, os Trotters haviam acabado de ter garantido a sua permanência na Championship após um milagre na rodada final, mas fora dele, as dividas vinham se acumulando.

Tudo começou quando o empresário adquiriu o clube das mãos de Dean Holdsworth, líder de um consorcio que administrava o clube e ex-atacante do Bolton no final dos anos 1990. Nesse momento, o clube já passava por um período conturbado após ser descoberto que o Bolton devia cerca de cinco milhões de libras em empréstimos.

Em sua primeira pré-temporada no clube, um dos amistosos do Bolton contra o time escocês do St.Mirren acabou sendo cancelado, pelo fato de que os jogadores se recusaram a entrar em campo por conta dos salários atrasados.

O time acabou sendo rebaixado na temporada passada para a League One e a crise só se agravou quando Ken Anderson não conseguiu mostrar garantias a EFL de que poderia arcar com suas dívidas e tornar o clube sustentável novamente.

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Com isso, Ken teve um determinado prazo para encontrar um comprador para o clube. Caso não encontrasse, o clube poderia entrar em administração, perder 12 pontos na tabela e correr o risco de ser expulso da liga.

O comprador não apareceu, então o Bolton que já estava com vários confrontos adiados na liga, acabou perdendo 12 pontos, mas teve um prazo de duas semanas para encontrar um novo comprador e não ser expulso da liga.

Nesse período, a empresa Football Ventures (Whites) Limited conseguiu assegurar a compra do Bolton Wanderers e permitir com que o clube continue na disputa da League One. Os Trotters estão em último com -5 pontos e estão a 18 do primeiro time fora da zona de rebaixamento.

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