Jogada10
·08 de outubro de 2025
Rafa Mir é indiciado por agressão sexual com violência e deve prestar depoimento à Justiça

In partnership with
Yahoo sportsJogada10
·08 de outubro de 2025
O atacante Rafa Mir, emprestado pelo Sevilla ao Elche, foi formalmente indiciado pela polícia da Espanha por agressão sexual com uso de violência contra uma mulher de 21 anos. A decisão do juiz responsável pelo caso concluiu que há “fidelidades, não meras suspeitas” sobre o envolvimento do jogador no episódio ocorrido em setembro de 2024.
Os autos judiciais indicam que o crime teria acontecido na madrugada de 1º de setembro, na residência do atacante em Bétera, na Comunidade Valenciana, quando ele ainda atuava pelo Valencia. A vítima de 21 anos compareceu ao hospital após o encontro e formalizou a denúncia logo em seguida.
A vítima relatou em seu depoimento uma série de agressões sexuais com emprego de força. Há, ainda, uma segunda denúncia de crime envolvendo o mesmo episódio. Isso porque outra mulher, esta de 25 anos, apresentou queixa contra Pablo Jara, um amigo do jogador, pelo mesmo motivo, porém sem consumação e com lesões leves.
A audiência de Mir está marcada para a próxima segunda-feira, 13 de outubro.
A Justiça ouviu depoimentos das vítimas, dos acusados, vizinhos, seguranças do condomínio e policiais locais durante o inquérito. Um morador do prédio, por exemplo, relatou ter escutado “ruídos estranhos” e avistado “duas jovens seminuas andando desorientadas” pela propriedade ao amanhecer. A cena o motivou a acionar as autoridades.
Detido na ocasião, Mir passou duas noites preso e acabou liberado após argumentar que as jovens compareceram à residência por livre e espontânea vontade. O espanhol admitiu, em depoimento ao juiz, que manteve relações sexuais com a denunciante, mas sustentou o caso como ato consensual.
O juiz determinou o pagamento de uma fiança de 12.500 euros (cerca de R$ 78 mil na cotação atual) para garantir eventual responsabilidade civil. Neste contexto, a medida permite que o atleta aguarde o desenrolar do processo em liberdade. A investigação foi encerrada após a coleta de todos os elementos considerados necessários para a conclusão do inquérito.
Conforme noticiado pela imprensa espanhola, o magistrado baseou-se em indícios consistentes para formular o indiciamento, não apenas em suposições ou relatos isolados. Pablo Jara também responderá judicialmente pelas acusações relacionadas à segunda vítima.
O caso também gerou repercussões no ambiente esportivo e, no dia 09 de setembro, o Valencia, clube o qual o atacante mantém vínculo contratual, anunciou abertura de um processo disciplinar interno contra o atleta. A cúpula justificou a medida a partir do abalo indiscutível como impacto no “desempenho que se esperava dele como jogador do clube”.
“O Valencia deseja reiterar sua firme condenação a qualquer tipo de violência em qualquer de suas manifestações. O clube respeita a presunção de inocência que nosso ordenamento jurídico promulga”, destacou o comunicado oficial.
Rafa se manifestou publicamente no mesmo dia da nota do clube espanhol, em setembro. O réu negou categoricamente as acusações e e negou qualquer ato relacionado à agressão sexual. Ele também se desculpou com o clube por não ter cumprido integralmente os protocolos de conduta, mesmo em seu período de folga.
“Peço desculpas por não cumprir, mesmo em um dia de folga, o cronograma rigoroso esperado de um profissional. Ainda mais depois de um início de temporada que ficou aquém das nossas expectativas”, declarou o atacante.
De acordo com o jornalista Jorge García Abadía, que acompanha o caso de perto, os primeiros relatos colhidos pela polícia mencionavam uma briga entre Jara e uma das vítimas. Em contrapartida, não incluíam inicialmente indícios claros de agressões sexuais.
A versão da denunciante contou, porém, com bases sólidas a partir de exames realizados no hospital, além dos testemunhos prestados posteriormente.