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·20 de novembro de 2025

Raio-X: análise completa de Atlético e Lanús antes da final da Sul-Americana

Imagem do artigo:Raio-X: análise completa de Atlético e Lanús antes da final da Sul-Americana

Foto: Reprodução / Fala Galo

Por: Thiago Florêncio


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A final é logo ali! Atlético e Lanús fazem, neste sábado (22), às 17h a grande final da CONMEBOL Sul-Americana, no estádio Defensores del Chaco, em Assunção, no Paraguai. O estádio já foi palco de uma decisão envolvendo o Atlético. Em 2013, o Galo fez o primeiro jogo da final da Libertadores daquele ano, contra o Olímpia. Confira a partir de agora, todos os detalhes das equipes. Como chegam para esta final, quem são os principais jogadores, como jogam e outras curiosidades. 

Como chega o Atlético?

Em sua décima participação na Sul-Americana, o Atlético chega pela primeira vez à final. Antes, o melhor resultado havia sido a semifinal de 2019, quando caiu para o Colón. O ano de 2025 para o Galo vem sendo marcado por oscilações e retomada de rendimento desde a chegada do técnico Jorge Sampaoli. Antes da decisão, o time viveu uma semana de instabilidade, com sete gols sofridos em três jogos, e perdeu para o Bragantino por 2 a 0 pelo Brasileirão, em Bragança Paulista. Mesmo assim, ganhou consistência tática e física nos últimos meses, apesar das ausências de jogadores importantes como Lyanco e Cuello. 

Quem são os destaques alvinegros?

O elenco chega à final apoiado em líderes técnicos que influenciaram o desempenho ao longo da competição. A seguir, alguns dos principais nomes dessa caminhada.

Everson (Goleiro)

Everson, de 35 anos, completa cinco temporadas pelo Atlético e tornou-se referência na posição. A qualidade com os pés o transforma em peça relevante na construção das jogadas. Ele participa da saída de bola, acelera contra-ataques e orienta a defesa. Mantém regularidade e raramente fica fora de jogos. Na fase mata-mata, teve papel fundamental: defendeu dois pênaltis contra o Atlético Bucaramanga e converteu a última cobrança que levou o clube às oitavas. O desempenho consolidou sua importância na campanha.

Alan Franco (Meio-campo)

O equatoriano de 27 anos é um dos pilares de Sampaoli. Atua em várias funções. Pode ser primeiro volante, meia da direita ou até ala, de acordo com a necessidade. No Atlético, Franco trabalha mais recuado, dando sustentação à defesa e recuperando bolas. Consegue acelerar jogadas, conduz bem e tem leitura para cobrir espaços. O papel tático é “silencioso”, mas vital para a estrutura do time.

Gustavo Scarpa (Meio-campo)

Scarpa alternou altos e baixos na temporada, mas recuperou protagonismo com Sampaoli. Ele não é o meia clássico centralizado. Transita entre o corredor direito e o meio, participa da criação e acerta passes longos que quebram linhas. Como ala-direito, equilibra o sistema, ajuda na recomposição e organiza a saída em velocidade. Sua jogada mais comum é cortar da direita para dentro, finalizando colocado ou encontrando passes que abrem defesas. Nas bolas paradas, entrega cruzamentos precisos e mantém alto índice de acerto.

Dudu (Atacante)

Dudu chegou sob desconfiança por vir do maior rival. A suspensão no início da passagem dificultou a adaptação. Com Sampaoli, reencontrou espaço e sequência. Aos 33 anos, ainda apresenta velocidade e boa capacidade no um contra um. Atua pelos lados ou centralizado, como segundo atacante. Busca jogadas de infiltração, corta para o meio e finaliza. Cresceu nas partidas decisivas e tende a ser peça importante na final.

Hulk (Atacante)

Hulk mantém relevância mesmo após o primeiro período de oscilação desde que chegou ao clube. Chegou a ser reserva, mas recuperou confiança com o gol marcado na semifinal contra o Independiente del Valle. Desde então, voltou a atuar com intensidade. Aos 39 anos, ainda mostra força física e participa das construções quando recua para ajudar. Continua com um dos chutes mais potentes do futebol brasileiro. É o maior artilheiro do clube no século XXI e o nono da história, com 134 gols. Na Sul-Americana, lidera o time com quatro gols.

O treinador

Foto: Pedro Souza / Atlético

Jorge Sampaoli assumiu o Atlético em momento de instabilidade e, em poucas semanas, reorganizou o time. O treinador construiu carreira influenciado por Marcelo Bielsa e ganhou projeção sendo treinador da Universidad de Chile, levando a LaU à conquista da Sul-Americana de 2011. Além disso, comandou a seleção chilena, campeã da Copa América de 2015. Depois disso, passou por Sevilla, Seleção Argentina, Santos, Olympique de Marseille, Rennes e Flamengo, sempre com propostas de jogo marcadas pela pressão alta, triangulações rápidas e domínio territorial.

O sistema de jogo atleticano

Com a bola, Sampaoli organiza o time em um 3-4-2-1 que, em muitos momentos, se transforma em um 3-2-5. Os alas avançam e ocupam os lados do campo, enquanto os meias atacam os espaços entre as linhas. A equipe dá amplitude e acelera as ações ofensivas.

Sem a bola, recua para um 5-4-1, com blocos compactos e pressão sobre o portador da bola. Os alas retornam e formam linha de cinco, deixando o time mais sólido. A marcação alta é característica marcante desde a chegada de Sampaoli. Os defensores atuam adiantados, próximos à intermediária adversária, para recuperar a posse ainda no campo ofensivo.

Esse “novo” estilo do técnico argentino leva o time a transições mais rápidas e maior verticalidade. O Atlético cria chances com intensidade e tenta sempre recuperar a bola em poucos segundos.

A campanha até a final

Na fase de grupos, o time esteve no Grupo H, ao lado de Cienciano, Caracas e Deportes Iquique. Fez campanha irregular, com duas vitórias, três empates e uma derrota. Somou nove pontos e terminou em segundo lugar, o que levou o clube aos playoffs.

Nos playoffs, enfrentou o Atlético Bucaramanga. Venceu por 1 a 0 fora e perdeu pelo mesmo placar em casa. A classificação veio nos pênaltis, com protagonismo de Everson. Nas oitavas, encarou o Godoy Cruz e venceu ambos os jogos. Nas quartas, enfrentou o Bolívar na altitude de La Paz, empatou fora e venceu por 1 a 0 em Belo Horizonte.

A semifinal foi contra o Independiente del Valle, bicampeão do torneio. No Equador, empate por 1 a 1. Na Arena MRV, vitória por 3 a 1, na melhor atuação da equipe na competição. No total, o Atlético marcou 22 gols e sofreu 12. Hulk é o artilheiro do time no torneio.

Como chega o Lanús?

O Lanús chega à final com elenco experiente, liderado por nomes conhecidos no continente. A equipe mantém uma base sólida desde o início do ano. No campeonato argentino, está na segunda colocação do grupo B, no Clausura, com 30 pontos. Vem de vitória na sexta-feira passada, por 3 a 1, em casa, contra o Atlético Tucumán. O fator casa, inclusive, tem sido fator determinante. A última vez que os Granate foram derrotados no La Fortaleza foi no dia 19 de julho, no confronto contra o Rosário Central. De lá para cá foram 10 vitórias e 1 empate. 

Quais são os destaques do elenco Granate?

O time argentino tem boas peças em seu elenco, mas depende bastante dos jogadores mais experientes. Confira quem são os destaque deste elenco. 

Carlos Izquierdoz (Zagueiro)

O capitão da equipe. Aos 37 anos, Izquierdoz soma 195 partidas pelo clube, com dez gols e duas assistências. A trajetória inclui passagens por Boca Juniors, Real Sporting e futebol mexicano. No Lanús, exerce papel central na defesa e nas bolas paradas. A experiência compensa a perda de velocidade, ponto explorado por adversários, mas ainda se destaca pelo jogo aéreo e pela liderança em campo.

Sasha Marcich (Lateral-esquerdo)

Marcich se tornou uma das surpresas da campanha dos Granate. Ele atua pelo lado esquerdo, avança com frequência e produz jogadas que resultam em cruzamentos perigosos. Também finaliza de média distância com consistência. Nesta edição do torneio, ganhou protagonismo técnico e deve encerrar a competição como o melhor lateral-esquerdo da Sul-Americana.

Marcelino Moreno (Meio-campo)

Marcelino Moreno, de 30 anos, teve passagem apagada no futebol brasileiro pelo Coritiba. Ele participa de várias fases da construção ofensiva. Soma 206 jogos pelo Lanús, com 27 gols e 39 assistências. Nesta Sul-Americana, marcou três gols e deu três passes decisivos em dez atuações. Atua aberto ou centralizado, circula pelo setor ofensivo e ajuda na recomposição quando a equipe sofre pressão. Tem visão de jogo e conduz a bola com facilidade, tornando-se uma alternativa para organizar contra-ataques.

Eduardo Salvio (Meio-campo / Ponta direita)

Eduardo Salvio é peça-chave pela direita. O meia-atacante, conhecido como Toto Salvio, tem 266 partidas pelo clube, com 62 gols e 56 assistências. Aos 35 anos, mantém intensidade, busca a finalização e assume o protagonismo em momentos decisivos. Já atuou no Atlético de Madrid, Benfica e Boca Juniors. Hoje, é quem dita o ritmo das jogadas pelo lado direito e uma das principais armas nas transições.

Rodrigo Castillo (Atacante)

O grandalhão Rodrigo Castillo, de 26 anos, atua na zona central e se movimenta entre os zagueiros. Não tem refinamento técnico, mas protege bem a bola e funciona como pivô. Pressiona a saída adversária e cria desconforto para defensores. Sua principal lacuna é a finalização, ponto que a equipe tenta suprir com aproximações de Salvio e Marcelino Moreno.

O treinador

               Foto:  Reprodução / Site Oficial Lanús

Mauricio Pellegrino conduz o Lanús em temporada de reconstrução. Ex-zagueiro, teve carreira marcada por passagens por Vélez Sarsfield, Barcelona, Valencia e Liverpool. Começou a trajetória como técnico no próprio Valencia, depois dirigiu Estudiantes, Independiente, Alavés, Southampton, Leganés, Vélez Sarsfield e Universidad de Chile. Tem por característica o estilo pragmático, com foco no encaixe defensivo e nas transições curtas.

Como joga o Lanús?

O sistema principal é o 4-2-3-1. A equipe abdica da posse e arma bloco baixo ou médio para reduzir espaços. A estrutura defensiva é rígida, com dois volantes alinhados à frente da zaga. As ações ofensivas surgem, sobretudo, pelo lado direito, quase sempre iniciadas por Salvio.

O contra-ataque é a principal estratégia. O time aproveita os erros dos adversários, acelera a transição e tenta concluir com poucos toques. Em vários momentos da competição, decidiu partidas nos minutos finais, sustentando fama de equipe resiliente. A execução depende de boas atuações de Marcelino Moreno e Toto Salvio, responsáveis por criar vantagem numérica no campo rival.

A campanha dos argentinos até a decisão

O clube argentino liderou o Grupo G, que tinha Vasco, Melgar e Academia Puerto Cabello. Somou 12 pontos e sofreu apenas quatro gols. Demonstrou solidez defensiva e eficiência ofensiva, com vitórias importantes em casa.

Nas oitavas, enfrentou o Central Córdoba. Perdeu o primeiro jogo, fora de casa, e avançou após decisão por pênaltis no duelo de volta. Nas quartas, encarou o Fluminense. Venceu em casa e segurou empate por 1 a 1 no Maracanã, garantindo vaga entre os quatro melhores.

A semifinal foi contra a Universidad de Chile. No primeiro confronto, em Santiago, houve empate. No jogo em La Fortaleza, o Lanús venceu por 1 a 0 em partida marcada por lances contestados e forte pressão da equipe chilena. O resultado confirmou a presença na final. Esta será a terceira decisão do clube na Sul-Americana. Em 2013, venceu a Ponte Preta, e em 2020, perdeu para o Defensa y Justicia.


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