RETROSPECTIVA 2024: Lesões marcam ano turbulento de Rafinha, Igor Vinícius e Moreira, que têm futuro incerto no São Paulo | OneFootball

Rafinha, Igor Vinícius e Moreira tiveram ano complicado no Tricolor (Foto: Montagem AMT)

MARCIO MONTEIRO

Para a lateral direita em 2024, o São Paulo se estruturou mantendo o equilíbrio na posição, com um nome extremamente experiente, o capitão Rafinha, de 39 anos, um atleta em seu ‘auge’ físico, Igor Vinícius, de 27, e uma jovem promessa, Moreira, ainda com 20 anos de idade.

É bom ter um planejamento equilibrado para os obstáculos que por ventura apareçam no meio do caminho. E para o Tricolor, eles vieram cedo. Os três laterais sofreram contusões que atrapalharam bastante a equipe.

Já no início de fevereiro, Rafinha sofreu lesão no tendão semitendíneo da perna esquerda, e perdeu sete jogos até a recuperação. Porém, a má sorte acompanhou o veterano também em seu retorno.

Logo nos primeiros minutos da estreia do São Paulo na Libertadores, em abril, contra o Talleres, na Argentina, o lateral-direito dividiu bola com um adversário e levou a pior. Pouco depois, sentou no gramado e, com dores na região do pé esquerdo, pediu para ser substituído.

Além dele, o Tricolor perdeu também naquele jogo outros dois titulares do então técnico Thiago Carpini, Lucas e Wellington Rato. A lesão de Rafinha, no entanto, foi a mais grave entre os três.

O experiente jogador sofreu fratura na fíbula esquerda que o tirou de 21 partidas pelo São Paulo e, consequentemente, todo o primeiro semestre do Tricolor.

Apesar do ano com lesões, Rafinha teve momento de glória ao erguer taça da Supercopa (Foto: Pedro Vilela/Getty Images)

ESPAÇO PARA SE FIRMAR

Quem se aproveitou para se firmar como titular foi Igor Vinícius, que terminou o ano com 47 partidas disputadas, 40 delas saindo jogando. Ele foi o sétimo atleta que mais atuou pelo clube em 2024.

A maré do Tricolor no início do ano, no entanto, era péssima. Igor teve um edema na coxa direita ainda em janeiro que o afastou de seis jogos do time. Pouco depois veio a já citada primeira contusão de Rafinha, e também uma lesão no músculo da coxa do terceiro nome da posição, Moreira.

O São Paulo chegou a ficar sem nenhum lateral direito a disposição, que obrigou Carpini a relacionar pela primeira vez Igor Felisberto, então ainda com só 16 anos, que se destacava na equipe sub-20. Ele esteve no banco de reservas quatro vezes, mas não chegou a fazer sua estreia.

Igor Vinícius não demorou a retornar, no entanto, e assumiu de vez a titularidade na posição com as ausências de Rafinha e Moreira. O lateral não fez uma temporada de destaque, mas não comprometeu.

Alternou alguns bons jogos, apoiando bastante o ataque e criando lances de perigo pela direita. Porém, teve alguns vacilos defensivos durante o ano, como quando acabou quebrando a perna de um rival após entrada forte em jogo pela Libertadores.

DESEQUILÍBRIO E PERDÃO

No duelo entre São Paulo e Barcelona-EQU no Morumbi, Vinícius atingiu com força desproporcional o atacante Joao Rojas, que teve fratura na fíbula da perna direita e precisou passar por cirurgia. O tricolor recebeu apenas cartão amarelo pelo lance.

“Infelizmente, na minha carreira, há dias bons e ruins. Ontem, tive um dia ruim por lesionar um colega de trabalho, em uma entrada em que perdi o timing. Porém, nunca foi minha intenção machucar o atleta Joao Rojas. Estou aqui para pedir perdão pelo lance, Joao Rojas. Espero que você tenha muita força nesse momento. Desejo que se recupere o mais rápido possível e que possamos nos encontrar e jogar de forma sadia. Um abraço pra você e sua família. Fique com Deus! Desculpe-me”, postou o lateral tricolor em suas redes sociais à época.

Com o retorno de Rafinha já no segundo semestre, Igor se revezou com o veterano como titular, mas normalmente era o reserva de Zubeldía que entrava para dar mais gás ao São Paulo na parte final dos jogos. Neste ano, ultrapassou a marca de 200 partidas com a camisa do Tricolor.

LESÕES E POLÊMICA

Já Moreira, apesar de ser apenas o terceiro nome da posição, teve uma temporada bastante agitada. O jovem lateral não teve grande ano no Tricolor. Foram apenas 13 jogos, sete como titular, especialmente no começo de 2024, e uma assistência conferida. Com Zubeldía no comando, entrou em campo apenas em oito oportunidades.

Moreira foi baixa por diversas vezes no São Paulo por contusão em 2024. Em 14 de fevereiro, teve diagnosticada sua primeira lesão, no músculo da coxa, e perdeu quatro partidas.

Pouco depois, em 17 de março, nova lesão apontada no mesmo local, que o afastou do campo, desta vez por sete jogos. Em 19 de junho, mais uma contusão na mesma coxa direita. Mais sete partidas de ausência.

Enfim, em 22 de agosto, o jovem lateral se machucou novamente, agora na coxa esquerda. Desta vez foram quatro jogos de fora pelo Tricolor. Depois disso, teve pouquíssimas chances com Luis Zubeldía e viu seu nome envolvido em uma grande polêmica no final do ano.

Era uma tranquila manhã de segunda-feira de folga do Tricolor no fim de novembro, quando o empresário Wagner Ribeiro, que nem é o representante de Moreira, resolveu agitar as redes sociais.

"Todo o meu apoio à comissão técnica e ao São Paulo", escreveu Moreira em suas redes sociais, esclarecendo também que não é representado por Wagner Ribeiro.

FUTURO DO TRIO NO TRICOLOR

Cada um dos laterais tem situação completamente diferentes no clube. Rafinha havia definido que 2024 seria seu último ano no futebol, mas as lesões fizeram com que ele adiasse sua decisão.

Com contrato vigente até o fim deste ano, já avisou que irá renovar apenas mais um pouco, até o final da participação do São Paulo no Paulistão 2025.

Igor Vinícius tem contrato com vínculo de mais uma temporada, até o fim de 25. O plano do Tricolor é prorrogar por mais dois anos. Chegou-se a um acordo financeiro e a situação foi explicada ao estafe do jogador.

Provavelmente titular absoluto no ano que vem, ele tem sondagens do futebol asiático e uma proposta deve chegar na janela de transferências, o que forçará o clube a recalcular sua rota.

Já Moreira é o que está mais próximo de deixar o clube. Com cidadania portuguesa e até algumas convocações na base da seleção lusitana, a promessa é monitorada há tempos pelo Porto.

Comoo São Paulo está nas negociações finais com o clube português por outro lateral, o já experiente Wendell, Moreira deve ser envolvido neste trâmite internacional. É o ponto que, aliás, está atrasando a conclusão do acordo entre as equipes.

Os portistas já sinalizaram ao Tricolor que pretendem gastar 4 milhões de euros (cerca de R$ 26 milhões na cotação atual) para ter Moreira, sem espaço com Luis Zubeldía e na lista de nomes negociáveis do clube do Morumbi.