Calciopédia
·10 de agosto de 2020
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·10 de agosto de 2020
No primeiro fim de semana de agosto, chegou ao fim uma das mais interessantes temporadas da Serie A dos últimos tempos, com futebol bem jogado da ponta ao fundo da tabela. Com 3,03 gols por jogo, o Campeonato Italiano só teve média inferior à da Bundesliga alemã. A edição 2019-20 do torneio foi, ainda, a quarta mais prolífica de sua história, com 1154 tentos anotados.
Como é habitual, a temporada só acaba para a Calciopédia depois da nossa tradicional retrospectiva. Na semana passada, publicamos a lista das revelações de 2019-20 e, agora, iniciamos a análise da campanha de cada um dos clubes participantes da última Serie A. Na primeira parte do nosso balanço, tratamos da turma que brigou contra o rebaixamento, de algumas decepções e de times que foram bem no campeonato, como Bologna e Parma. Confira!
Publicado também na Trivela.
A campanha: 20ª colocação, 20 pontos. 5 vitórias, 5 empates e 28 derrotas. Rebaixada. No primeiro turno: 20ª posição, 12 pontos. Ataque e defesa: 27 gols marcados (o pior) e 77 sofridos (a terceira pior) Time-base: Berisha; Cionek, Vicari, Tomovic (Felipe, Bonifazi); Strefezza, Murgia (Valdifiori), Missiroli, Valoti (Kurtic, Dabo), Reca (Igor); Petagna, Di Francesco (Floccari). Artilheiros: Andrea Petagna (12 gols) e Mattia Valoti (3) Garçom: Bryan Dabo (4 assistências) Técnicos: Leonardo Semplici (até a 23ª rodada) e Luigi Di Biagio (entre a 24ª e a 38ª) Os destaques: Andrea Petagna, Gabriel Strefezza e Alessandro Murgia A decepção: Kevin Bonifazi A revelação: Gabriel Strefezza Quem mais jogou: Andrea Petagna (36 jogos), Francesco Vicari e Simone Missiroli (ambos com 34) O sumido: Ervin Zukanovic Melhor contratação: Igor Pior contratação: Ervin Zukanovic
Depois de três anos de sonho, que compreenderam uma campanha de retorno à elite e duas comemoradas permanências, a Spal caiu para a Serie B de forma categórica, sendo rebaixada com quatro rodadas de antecedência. Como era de se esperar, o time emiliano sofreu para se adaptar à ausência de Lazzari, negociado com a Lazio, e ainda teve azar por conta da grave lesão que afastou o ala esquerdo Fares de quase toda a temporada. Os brasileiros Strefezza e Igor, que desempenharam as funções dos atletas acima citados por parte de 2019-20, tiveram um bom rendimento. Porém, não conseguiram evitar o pior para os estensi.
Um dos grandes erros da campanha spallina foi a demissão do técnico Semplici, que tinha mais de cinco anos de casa. Nessa temporada, o comandante vinha enfrentando dificuldades de fazer o time render, é verdade: o sistema defensivo já não apresentava a solidez de outrora e a dependência de Petagna, cada vez menos abastecido, preocupava. Mas, ainda que a Spal se encontrasse na zona de rebaixamento, era capaz de competir – empatou com o Napoli e venceu Lazio e Atalanta, por exemplo. O mesmo não ocorreu após a contratação do ex-volante Di Biagio, que não tinha trabalhos anteriores em clubes. Com ele, todos os índices da formação de Ferrara pioraram e os biancazzurri somaram apenas cinco pontos em 14 partidas, afundando melancolicamente.
A campanha: 19ª colocação, 25 pontos. 6 vitórias, 7 empates e 25 derrotas. Rebaixado. No primeiro turno: 19ª posição, 14 pontos. Ataque e defesa: 35 gols marcados (o segundo pior) e 79 sofridos (a segunda pior) Time-base: Joronen; Sabelli, Chancellor, Cistana (Martella), Mateju; Bisoli, Tonali, Dessena (Rômulo); Spalek (Zmrhal); Donnarumma (Balotelli), Torregrossa (Ayé). Artilheiros: Ernesto Torregrossa (7 gols), Alfredo Donnarumma (7) e Mario Balotelli (5) Garçom: Sandro Tonali (7 assistências) Técnicos: Eugenio Corini (até a 11ª rodada e entre a 15ª e a 22ª), Fabio Grosso (entre a 12ª e a 14ª) e Diego López (entre a 23ª a 38ª) Os destaques: Sandro Tonali, Andrea Cistana e Jesse Joronen A decepção: Jaromír Zmrhal A revelação: Andrea Papetti Quem mais jogou: Stefano Sabelli (36 jogos), Sandro Tonali (35), Alfredo Donnarumma e Ales Mateju (ambos com 31) O sumido: Alessandro Matri Melhor contratação: Jesse Joronen Pior contratação: Florian Ayé
O Brescia retornou à elite com o melhor material humano entre os promovidos, mas sucumbiu a erros de uma diretoria errática e que pouco colaborou para manter a serenidade nos bastidores. Ao contrário: verdadeira bomba-relógio, o presidente Massimo Cellino manteve seu histórico de não dar estabilidade a treinadores e efetuou três trocas no comando técnico, as quais só prejudicaram o acerto do Brescia em campo. Além disso, o cartola adicionou mais uma encardida pérola à sua coleção de disparates ao proferir palavras racistas sobre Balotelli, principal reforço para 2019-20. Não à toa, Mario entrou em rota de colisão com o clube e decidiu não comparecer aos treinamentos pós-lockdown, o que desencadeou uma batalha nos tribunais.
A equipe produziu um melhor futebol quando foi treinada por Corini, comandante na campanha de acesso à elite. Com o ex-meia, os andorinhas – embalados por Joronen, Chancellor, Cistana, Papetti, Tonali, Rômulo, Donnarumma, Torregrossa e Balotelli – somaram 14 pontos em 19 jogos. Mais: demonstravam uma margem de melhora que sumiu tanto na breve passagem de Grosso quanto sob as ordens de López, período em que até mesmo a qualidade de performance de Tonali decaiu. Apesar do descenso, os lombardos entram na próxima Serie B com o favoritismo a seu lado, uma vez que o elenco tende a se manter forte, por conta da permanência de algumas peças e do retorno financeiro pela venda de atletas valorizados.
A campanha: 18ª colocação, 35 pontos. 9 vitórias, 8 empates e 21 derrotas. Rebaixado. No primeiro turno: 17ª posição, 15 pontos. Ataque e defesa: 52 gols marcados e 85 sofridos (a pior) Time-base: Gabriel; Rispoli (Donati), Rossettini, Lucioni, Calderoni; Tachtsidis (Shakhov), Petriccione, Majer (Barák, Saponara); Mancosu, Falco; Lapadula (Babacar). Artilheiros: Marco Mancosu (14 gols), Gianluca Lapadula (11) e Filippo Falco (4) Garçom: Filippo Falco (6 assistências) Técnico: Fabio Liverani Os destaques: Filippo Falco, Marco Mancosu e Jacopo Petriccione A decepção: Yevhen Shakhov A revelação: Brayan Vera Quem mais jogou: Fabio Lucioni (36 jogos), Gabriel (34) e Marco Mancosu (33) O sumido: Gianelli Imbula Melhor contratação: Gianluca Lapadula Pior contratação: Gianelli Imbula
O Lecce foi um time de extremos em toda a temporada. De um lado, foi capaz de incomodar os grandes com a força de seu ataque insinuante e chegou a tirar pontos de Juventus, Inter e Milan, além de bater Lazio e Napoli. Estes resultados foram surpreendentes para uma equipe candidata a ocupar a lanterna quando o campeonato começou, mas a fragilidade defensiva dos salentinos falou mais alto e, pela primeira vez desde 1994, quando uma vitória passou a valer três pontos, um clube foi rebaixado após marcar 52 gols no campeonato. A retaguarda giallorossa foi vazada 85 vezes: é a pior no período supracitado e a quinta mais fraca da história dos pontos corridos.
Apesar do rebaixamento, a diretoria do Lecce – acertadamente – confiou no trabalho de Liverani até o final. O técnico fez bem em manter o padrão ofensivo do time, visto que a defesa não tinha mesmo qualidade e jogar por uma bola seria tão contraproducente quanto desrespeitoso com as características do elenco. O ex-volante teve respaldo para descartar ou deixar na reserva reforços caros e buscados no estrangeiro (Benzar, Imbulla e Shakhov), e continuar apostando em jogadores com pouca ou nenhuma experiência na elite. Foram justamente essas peças (Petriccione, Mancosu e Falco) que compuseram o pilar de uma formação valente e mais competitiva do que se esperava.
A campanha: 17ª colocação, 39 pontos. 10 vitórias, 9 empates e 19 derrotas. No primeiro turno: 18ª posição, 14 pontos. Ataque e defesa: 47 gols marcados e 73 sofridos Time-base: Perin (Radu); Biraschi (Masiello), Romero, Zapata (Barreca); Ghiglione (Ankersen), Lerager (Radovanovic, Behrami), Schöne, Cassata (Sturaro), Criscito, Pandev (Sanabria), Pinamonti. Artilheiros: Goran Pandev (9 gols), Domenico Criscito (8) e Antonio Sanabria (6) Garçom: Paolo Ghiglione (5 assistências) Técnicos: Aurelio Andreazzoli (até a 8ª rodada), Thiago Motta (entre a 9ª e a 17ª) e Davide Nicola (desde então) Os destaques: Goran Pandev, Domenico Criscito e Lasse Schöne A decepção: Cristian Romero A revelação: Kevin Agudelo Quem mais jogou: Goran Pandev (34 jogos), Lasse Schöne e Andrea Pinamonti (ambos com 32) O sumido: Sebastian Eriksson Melhor contratação: Lasse Schöne Pior contratação: Sinan Gümüs
Os anos passam e o Genoa continua flertando perigosamente com o rebaixamento. Muito embora tenha ganhado o status de “incaível”, o time da Ligúria quase sempre tem um elenco muito mais gabaritado do que a sua colocação final sugere. Em 2019-20 não foi diferente: uma equipe com folha salarial superior à da Atalanta tinha a obrigação de, no mínimo, não passar sufoco. Não é à toa que só cresce o descontentamento da torcida com a gestão errática e infame do presidente Preziosi.
O Genoa chegou a passar a virada de ano na lanterna do campeonato, o que levou a diretoria a fazer o que sempre faz: mudar grande parte do elenco e tomar decisões açodadas também no que diz respeito ao comando técnico. O Vecchio Balordo passou o segundo semestre de 2019 apostando em um futebol de estilo ofensivo, com Andreazzoli e Motta, cada um com suas especificidades, e quando o medo de ser rebaixado ficou grande, Preziosi deu uma guinada e optou pelo reativo Nicola. A decisão até surtiu efeito prático, já que o ex-jogador do clube somou 28 pontos e obteve a salvação. No entanto, ela veio no detalhe, graças ao aporte dado pelos jogadores mais experientes, como Perin, Criscito, Schöne, Pandev e Falque. Até quando será assim?
A campanha: 16ª colocação, 40 pontos. 11 vitórias, 7 empates e 20 derrotas. No primeiro turno: 8ª posição, 27 pontos. Ataque e defesa: 46 gols marcados e 68 sofridos Time-base: Sirigu; Izzo, Nkoulou, Bremer; De Silvestri, Lukic (Baselli, Berenguer), Rincón, Meïté, Aina (Ansaldi); Verdi (Zaza), Belotti. Artilheiros: Andrea Belotti (16 gols), Simone Zaza e Álex Berenguer (ambos com 6) Garçom: Simone Verdi (6 assistências) Técnicos: Walter Mazzarri (até a 22ª rodada) e Moreno Longo (entre a 23ª e a 38ª) Os destaques: Andrea Belotti, Salvatore Sirigu e Lorenzo De Silvestri A decepção: Soualiho Meïté A revelação: Wilfried Singo Quem mais jogou: Salvatore Sirigu (36 jogos), Andrea Belotti (36), Soualiho Meïté e Simone Verdi (ambos com 33) O sumido: Simone Edera Melhor contratação: Simone Verdi Pior contratação: Diego Laxalt
Assim como o Genoa, o Torino precisava ter um desempenho mais condizente com a sua folha salarial – a sétima maior, atrás apenas do trio de gigantes e de Roma, Napoli e Lazio. A torcida terminou o primeiro turno na bronca com a queda de rendimento em relação a 2019-20, e com críticas em abundância a Mazzarri e ao presidente Cairo. A sequência de 14 gols sofridos em três derrotas, incluindo um 7 a 0 para a Atalanta e um 4 a 0 para o Lecce, levou à troca no comando. Os torcedores, que estavam infelizes com a posição de meio de tabela, passaram a arrancar os cabelos por conta da briga pela permanência.
Com Longo, o Torino piorou muito. A equipe somou apenas 13 pontos no returno e teve um aproveitamento de rebaixado, superior apenas ao de Brescia e Spal. Grande parte disso se deveu às pobres performances de Izzo, Nkoulou e Meïté, pilares que não mantiveram o nível mostrado anteriormente. Por sua vez, a defesa grená, que fora quase intransponível em 2019-20, perdeu solidez e atingiu um número negativo: não era tão vazada desde 1959, quando o Toro caiu. E isso porque Sirigu e Bremer evitaram um passivo pior para os grenás. Ademais, o que seria do time se não fosse o capitão Belotti? Fazendo das tripas coração, o camisa 9 terminou a temporada com média de um gol a cada dois jogos – fez 22 em 44 partidas, contando todas as competições. A ver se Il Gallo permanece para ser a estrela da companhia de Giampaolo, novo técnico do clube.
A campanha: 15ª colocação, 42 pontos. 12 vitórias, 6 empates e 20 derrotas. No primeiro turno: 16ª posição, 19 pontos. Ataque e defesa: 48 gols marcados e 65 sofridos Time-base: Audero; Berezsynki, Yoshida (Ferrari), Colley, Murru (Augello); Thorsby (Depaoli), Linetty (Vieira), Ekdal, Jankto; Gabbiadini (Ramírez), Quagliarella. Artilheiros: Fabio Quagliarella (11 gols), Manolo Gabbiadini (11) e Gastón Ramírez (7) Garçom: Jakub Jankto (4 assistências) Técnicos: Eusebio Di Francesco (até a 7ª rodada) e Claudio Ranieri (desde então) Os destaques: Fabio Quagliarella, Manolo Gabbiadini e Karol Linetty A decepção: Antonino La Gumina A revelação: Kristoffer Askildsen Quem mais jogou: Emil Audero (36 jogos), Manolo Gabbiadini (33) e Albin Ekdal (32) O sumido: Emiliano Rigoni Melhor contratação: Morten Thorsby Pior contratação: Emiliano Rigoni
A Sampdoria teve trajetória com contornos similares à do seu rival, o Genoa. A aposta inicial num técnico de futebol muito vertical, veloz e propositivo, com defesa alta, não deu nada certo – sobretudo do ponto de vista defensivo, por conta das características inadequadas dos jogadores para a estratégia. Sem conseguir impressionar, Di Francesco somou apenas uma vitória e acabou sendo demitido na parte inicial do campeonato. Vendo o quanto a equipe blucerchiata sofria pelas vendas do zagueiro Andersen e do meia Praet, a diretoria optou por um treinador tão rodado quanto conservador. O objetivo de 2019-20 tinha sido redefinido: não mais uma vaga na Liga Europa, mas sim a permanência na elite.
Especialista em fechar a casinha, Ranieri colocou em ação suas famosas linhas de quatro compactas e, mesmo assim, demorou a colher resultados. Na verdade, a melhor fase da Samp ocorreu apenas depois da retomada do campeonato, quando chegou a somar 15 pontos em 18 possíveis e escapou do rebaixamento com bastante antecedência. Em ano menos brilhante de Quagliarella, Gabbiadini assumiu parte do protagonismo, sobretudo no returno, quando fez sete gols. Destaque também para a organização de Linetty e Ekdal no meio-campo, com o apoio dos incansáveis Jankto e Thorsby.
A campanha: 14ª colocação, 45 pontos. 11 vitórias, 12 empates e 15 derrotas. No primeiro turno: 6ª posição, 29 pontos. Ataque e defesa: 52 gols marcados e 56 sofridos Time-base: Olsen (Cragno); Pisacane, Ceppitelli (Walukiewicz, Cacciatore), Klavan; Nández, Ionita (Cigarini), Rog, Pellegrini (Lykogiannis); Nainggolan; Simeone, João Pedro. Artilheiros: João Pedro (18 gols), Giovanni Simeone (12) e Radja Nainggolan (6) Garçom: Radja Nainggolan (6 assistências) Técnicos: Rolando Maran (até a 26ª rodada) e Walter Zenga (entre a 27ª e a 38ª) Os destaques: João Pedro, Radja Nainggolan e Nahitan Nández A decepção: Fabrizio Cacciatore A revelação: Sebastian Walukiewicz Quem mais jogou: Giovanni Simeone (37 jogos), João Pedro (36) e Nahitan Nández (35) O sumido: Leonardo Pavoletti Melhor contratação: Radja Nainggolan Pior contratação: Alberto Paloschi
Quando parecia que iria engrenar, o Cagliari não passou da terceira marcha. Giulini adquiriu o clube em 2014, mas ainda não conseguiu fazer os sardos concluírem um campeonato entre os 10 primeiros colocados. Dessa vez, as boas movimentações no mercado, com as contratações de Olsen, Nández, Pellegrini, Nainggolan, Rog e Simeone, e os esforços para manter a maior parte de seus pilares chegaram a fazer com que o sonhado salto de qualidade ficasse mais próximo de se concretizar. Os casteddu superaram as sérias lesões de Cragno e Pavoletti, tiveram 13 jogos de invencibilidade e fizeram um excelente primeiro turno.
Apesar do flerte com uma vaga na Liga Europa por grande parte da Serie A, o Cagliari sofreu com uma enorme queda de rendimento no returno, mesmo que jogadores como Cragno (mantendo o nível de Olsen), Nández, Rog, Nainggolan, Simeone e João Pedro apresentassem bom futebol. Na etapa final do campeonato, a troca de Maran por Zenga não alterou o quadro: o time sardo somou 16 pontos e teve o quarto pior aproveitamento da categoria no período, o que lhe impediu de encerrar o torneio em melhor situação. Entre os destaques dos rossoblù, João Pedro, de 28 anos, teve a melhor temporada de sua carreira. Desde 1998-99, quando Amoroso foi artilheiro com 22 gols, um brasileiro não balançava tantas redes na elite italiana.
A campanha: 13ª colocação, 45 pontos. 12 vitórias, 9 empates e 17 derrotas. No primeiro turno: 12ª posição, 24 pontos. Ataque e defesa: 37 gols marcados (o terceiro pior) e 51 sofridos Time-base: Musso; Troost-Ekong, Nuytinck (De Maio), Rodrigo Becão (Samir); Stryger Larsen, De Paul, Mandragora (Jajalo, Walace), Fofana, Sema; Okaka, Lasagna. Artilheiros: Kevin Lasagna (10 gols), Stefano Okaka (8) e Rodrigo De Paul (7) Garçom: Seko Fofana (7 assistências) Técnicos: Igor Tudor (até a 10ª rodada) e Luca Gotti (desde então) Os destaques: Juan Musso, Rodrigo De Paul e Seko Fofana A decepção: Lukasz Teodorczyk A revelação: Martin Palumbo Quem mais jogou: Juan Musso (38 jogos), Kevin Lasagna (36) e Rodrigo De Paul (34) O sumido: Lukasz Teodorczyk Melhor contratação: Ken Sema Pior contratação: Marvin Zeegelaar
O básico: a Udinese só precisou fazer o mínimo, discretamente, para permanecer na Serie A de forma tranquila. Foi com essa fórmula pouco chamativa que Gotti entrou como interino após a demissão de Tudor, acalmou a situação no Friuli e terminou a temporada não só efetivado como de contrato estendido até 2021. O treinador apostou no 3-5-2 que consagrou os bianconeri no início da década e chegou a obter uma marca comparável à dos bons tempos: desde 2011-12, quando foi quinta colocada, a equipe não somava pelo menos 21 pontos como visitante.
Em 2019-20, o time de Údine teve bons coadjuvantes, como os intensos Sema e Stryger Larsen, mas se sustentou mesmo sobre quatro pilares – três deles fundamentais para os contra-ataques que renderam muitos pontos para os friulanos. Se Lasagna e Fofana recuperaram o bom futebol, De Paul manteve o nível que o faz ser cobiçado por grandes clubes e tirou coelhos da cartola ao longo de toda a temporada. Por fim, o goleiro Musso foi um dos principais nomes de sua posição no campeonato e vai começando a escrever uma bela história na Itália: destinado a ser uma das próximas vendas milionárias da Udinese, o ex-jogador do Racing também tende a assumir a titularidade na seleção argentina no decorrer de sua carreira.
A campanha: 12ª colocação, 47 pontos. 12 vitórias, 11 empates e 15 derrotas. No primeiro turno: 13ª posição, 23 pontos. Ataque e defesa: 52 gols marcados e 65 sofridos Time-base: Skorupski; Tomiyasu, Danilo, Bani (Mbaye), Denswil (Dijks, Krejci); Poli (Schouten), Medel (Svanberg); Orsolini, Soriano, Sansone (Barrow); Palacio. Artilheiros: Musa Barrow (9 gols), Riccardo Orsolini (8) e Rodrigo Palacio (7) Garçons: Musa Barrow e Riccardo Orsolini (6 assistências) Técnico: Sinisa Mihajlovic Os destaques: Musa Barrow, Takehiro Tomiyasu e Riccardo Orsolini A decepção: Federico Santander A revelação: Musa Juwara Quem mais jogou: Lukasz Skorupski (37 jogos), Riccardo Orsolini (37) e Rodrigo Palacio (35) O sumido: Mattia Destro Melhor contratação: Musa Barrow Pior contratação: Stefano Denswil
A temporada do Bologna terminou com um grande sopro de esperança. Primeiramente, porque o tratamento de Mihajlovic contra a leucemia tem surtido efeito e o técnico conseguiu trabalhar normalmente por três quartos do campeonato. Em segundo lugar, porque suas ideias estão sendo absorvidas pelo elenco e os felsinei se consolidam, ano após ano, como postulantes a vagas europeias – não disputam os principais torneios continentais desde 1999-2000. O grande problema da equipe nesta campanha, porém, foi a defesa: nunca a equipe havia sido tão vazada numa mesma edição da Serie A.
Embora o sistema defensivo tenha sido conivente com os ataques rivais, Mihajlovic conseguiu potencializar uma das boas aquisições do diretor Sabatini: o jovem japonês Tomiyasu foi um dos melhores laterais-direitos do campeonato ao oferecer consistência no setor e fazer uma boa dobradinha com o agudo e habilidoso Orsolini. O jogador da seleção italiana teve uma pequena queda de rendimento no pós-lockdown, mas o Bologna a compensou com a regularidade de Soriano e o precioso aporte de Barrow, que chegou à Emília-Romanha em janeiro, mas ainda assim conseguiu se tornar o artilheiro do time, com a média de um gol a cada dois jogos. Numa temporada completa, o garoto gambiano pode proporcionar resultados ainda mais gloriosos.
A campanha: 11ª colocação, 49 pontos. 14 vitórias, 7 empates e 17 derrotas. No primeiro turno: 7ª posição, 28 pontos. Ataque e defesa: 56 gols marcados e 57 sofridos Time-base: Sepe; Darmian, Iacoponi, Bruno Alves, Gagliolo; Kucka, Hernani (Brugman), Barillà (Kurtic); Kulusevski, Cornelius (Inglese), Gervinho. Artilheiros: Andreas Cornelius (12 gols), Dejan Kulusevski (10), Gervinho (7) Garçom: Dejan Kulusevski (8 assistências) Técnico: Roberto D’Aversa Os destaques: Dejan Kulusevski, Gervinho e Andreas Cornelius A decepção: Yann Karamoh A revelação: Dejan Kulusevski Quem mais jogou: Simone Iacoponi (36 jogos), Dejan Kulusevski (36) e Luigi Sepe (34) O sumido: Luca Siligardi Melhor contratação: Dejan Kulusevski Pior contratação: Vasco Regini
Dono da quinta menor folha salarial da Itália, o Parma conseguiu melhorar sua colocação em relação à temporada anterior e concluiu 2019-20 num dos postos destinados às sensações da Serie A. O sólido trabalho de D’Aversa teve essa evolução principalmente por causa de Kulusevski, que completou 20 anos em abril. O sueco foi o grande fenômeno jovem do campeonato e, mesmo inexperiente, conduziu o time em sua primeira campanha com chances reais como profissional. O jogador revelado pela Atalanta – e já negociado com a Juventus – roubou o protagonismo de nomes mais rodados, como Darmian, Kucka, Kurtic, Gervinho, Inglese e Cornelius, chamou a responsabilidade e fez os ducali brigarem por uma vaga na Liga Europa por três quartos do torneio.
Para fazer com que seu futebol reativo gerasse frutos, D’Aversa teve os jogadores ideais à disposição no ataque. O time, cuja fase ofensiva já era montada à feição dos contragolpes puxados por Gervinho, das ligações diretas e do trabalho de pivô de Inglese, ganhou um considerável aperfeiçoamento com a contratação dos nórdicos Kulusevski e Cornelius. O sistema defensivo, por sua vez, colapsou. A experiência dos atletas do setor funcionou por metade da competição, mas acabou indo ladeira abaixo nas rodadas de verão, disputadas após a retomada do futebol na Itália. O fraco rendimento no pós-lockdown, período em que a equipe somou apenas três triunfos, acabou sendo fundamental para que os crociati não terminassem a competição entre os 10 primeiros colocados.
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