Jogada10
·18 de maio de 2024
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Boa parte do público que compareceu ao Estádio Giulite Coutinho, na Baixada Fluminense, neste sábado, saiu frustrada. Isso porque existia a expectativa de que Romário, um dos ícones da conquista do tetracampeonato mundial pela Seleção Brasileira, há 30 anos, voltasse a jogar como profissional. No entanto, ele não saiu do banco de reservas na vitória por 2 a 0 do America, clube que ele é presidente, sobre o Petrópolis, na estreia das equipes na Série A 2 do Campeonato Carioca. Após o jogo, em longa entrevista, o Baixinho, de 58 anos, explicou a razão pela qual não entrou em campo.
“A gente vai sempre priorizar a parte técnica. O mais importante é o América conquistar os três pontos nesses jogos. Foi um jogo muito difícil, como a gente esperava. Existia a real possibilidade de que eu entrasse. Conversei com o treinador umas duas ou três vezes. Entendemos que hoje, infelizmente, não seria o dia. Sei que saíram orcedores tristes e frustrados. Eu também gostaria muito de ter dado uma alegria a todos que estiveram aqui ou vendo pela televisão. Mas a gente tem que ter a consciência e saber que tudo tem seu momento. Fico feliz, estreia positiva, 2 a 0. Mais uma vez quero agradecer a todos por terem vindo aqui dar essa força pro America”, afirmou.
O craque disse também que, a princípio, não deve estar no banco na segunda rodada, fora de casa, contra a Cabofriense: “A minha intenção e conversa com o departamento médico e ficar à disposição nos jogos em casa. Não vou te afirmar que vou ou não fora. Mas enquanto eu me sentir bem, em todos os jogos aqui eu estarei no banco.”
Durante sua carreira, por diversas vezes Romário se negou a ficar no banco de reservas. E quando ficou, jamais escondeu sua contrariedade. Desta vez, porém, o Baixinho disse que, mesmo desconfortável, aceitou bem a condição de suplente. E disse, em tom de brincadeira, que o presidente vai aliviar a barra do técnico Marcus Alexandre.
Romário ficou no banco durante todo o jogo do America contra o Petrópolis neste sábado (18) – Foto: Lucas Bayer/Jogada10
“Não é nem um pouco comum eu ficar no banco. Mas dessa vez não mandarei o treinador embora (risos). Estava tudo combinado, tudo certo. Por mais que fosse um minutinho, seria legal jogar. Mas a gente tem que entender principalmente que todos estamos fazendo um trabalho muito sério aqui no America. Prioriza o que é mais importante, a parte técnica. Isso prevaleceu hoje. Estreia interessante, torcida feliz, vamos seguir neste caminho”, projetou.
Em seguida, Romário avalizou o trabalho do treinador: “Brincadeiras à parte, claro que quem determina, escala, dá orientações é o nosso treinador. Um cara em quem eu confio muito. Que tem feito um trabalho de excelência. Estou acompanhando de perto nesses dois meses. E mais uma vez mostrou a competência fazendo as mexidas no time. Como presidente do America, to muito feliz. Como jogador, não muito, mas tudo bem, vou relevar isso (risos).”
Por fim, Romário, em tom emotivo, falou sobre o resgate do America. Após citar seu pai, o falecido Sr. Edevair, torcedor fanático do clube, disse que o sonho de atuar ao lado do seu filho Romarinho não acabou.
“O objetivo aqui é resgatar uma história de 120 anos. Vou sempre repetir. O America é um dos grandes times da história do futebol brasileiro. É o primeiro América de todo o Brasil. Passou momento difícil. Chegamos há quatro, cinco meses e estamos reestruturando. Meu pai, tenho certeza absoluta, está lá em cima muito feliz. Estou tendo a oportunidade como presidente, e neste momento como jogador de futebol, desse sonho que é jogar ao lado do meu filho. Infelizmente, de verdade, não foi dessa vez, mas tenho ciência, tranquilidade e muita certeza e fé que vai acontecer”, comentou, voltando a colocar o destino do América-RJ acima de sua vontade.
“Independente de qualquer coisa, do Romário, do Seu Edevair, do Romarinho, o que estamos fazendo aqui é pelo America. O América que merece voltar a ser o América que sempre foi. Por isso a gente está se esforçando, cada um está dando um pouquinho a mais do que poderia dar para que, juntos, consigamos de novo colocar o América no seu devido lugar. Isso é do coração que estou falando”, concluiu.
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