Jogada10
·21 de março de 2025
Ronaldo, sobre candidatura à presidência da CBF: ‘Eu sabia que era difícil, mas não impossível’

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·21 de março de 2025
O ex-atacante Ronaldo Fenômeno compartilhou, na tarde desta sexta-feira (21), alguns detalhes sobre sua tentativa de se candidatar à presidência da Confederação Brasileira de Futebol (CBF). Recentemente, o empresário se lançou como pré-candidato à liderança do futebol brasileiro, mas desistiu devido à falta de apoio.
Segundo Ronaldo, nem mesmo sua própria família apoiava sua decisão.
“As federações não queriam me receber. Simples assim. Preciso explicar o motivo de querer me candidatar. Eu sou apaixonado pelo futebol, faço tudo por ele, me senti na obrigação de tentar melhorar as coisas e contribuir com o que eu tenho a oferecer. Mas minha família, meus filhos, ninguém queria que eu entrasse nessa. Mesmo assim, pensei que eu precisava tentar. Alguns jornalistas, aparentemente contratados por figuras poderosas, disseram que minha pré-candidatura era uma jogada de marketing. Uma jogada de marketing retardada”, afirmou em conversa com o “Charla Podcast”.
Fenômeno explicou que, após tomar a decisão, iniciou seu trabalho político, mas não imaginava a dificuldade que enfrentaria.
“Decidi, convenci todo mundo, organizei minha equipe e falei para tentarmos. Eu sabia que seria difícil, mas não sabia que seria impossível. O sistema não deixa ninguém entrar, tanto que a CBF nunca teve uma eleição com mais de um candidato. Quem está no poder se reelege ou escolhe o sucessor. Foi muito interessante, falei com muita gente do futebol, conversei com presidentes de federações, expliquei algumas ideias, falei sobre os campeonatos estaduais. A CBF, por exemplo, deveria assumir os custos dos estaduais. Os únicos campeonatos que geram uma receita significativa são o Paulista e o Carioca. No Cruzeiro, até o ano passado, o valor era de R$ 4 milhões. Para um clube como o Cruzeiro, isso não é dinheiro. Eu tentei até mesmo transmitir isso no canal do clube, mas era insignificante no nosso orçamento”, acrescentou.
No entanto, o ex-jogador entendeu que o sistema dificultaria sua candidatura e, por isso, desistiu.
“Fizemos tudo o que era necessário, conversamos com muitos presidentes, com muita gente. Senti que a situação estava ficando apertada, então decidi sair de cena. Mandamos um e-mail, uma carta oficial, pedindo uma reunião para apresentar minhas ideias, meus planos de desenvolvimento para o futebol. Em dois dias, 20 federações responderam com uma carta padrão: ‘Olá, Ronaldo, ficamos felizes com seu interesse em ajudar o futebol, respeitamos sua trajetória, mas não podemos te receber porque estamos alinhados com a excelente gestão de Ednaldo Rodrigues’. Todos responderam assim. Ninguém está alinhado com nada. O que acontece é que, quando o poder determina os benefícios que envia para a federação, e de repente esses benefícios deixam de ser enviados, a porta se fecha. E assim as federações acabam sendo usadas. Eu não imaginava que o sistema fosse tão pesado”, concluiu.