Leonino
·13 de fevereiro de 2025
In partnership with
Yahoo sportsLeonino
·13 de fevereiro de 2025
Rui Dias, jornalista do diário desportivo Record, assinou um artigo de opinião onde falou sobre futebolista de Rui Borges no Sporting
|
Hidemasa Morita volta a ser ausência no Sporting de Rui Borges. O médio japonês está a contas com um novo problema físico que o vai afastar da competição durante os próximos encontros. No entanto, este contratempo parece não ter mudado a opinião de Rui Dias. Na publicação do seu artigo no espaço do diário Record, o jornalista mostrou-se rendido ao camisola 5 da turma verde e branca, tendo destacado a importância do futebolista nos leões.
"Não se perpetua na história por memórias avulsas de feitos parciais, que reduzem a um ou outro momento de inspiração a atividade de hora e meia; os holofotes raramente o apanham, mas ele combate essa dificuldade suplementar e aparece sempre, com e sem bola, a defender e a atacar, a equilibrar, a regular a temperatura e a marcar os tempos da circulação, sempre no sítio certo e com decisões corretas. Morita escapa assim a visões deturpadas de protagonismos instantâneos que se eternizam no tempo, mas que não correspondem, na maior parte dos casos, aos valores pelos quais deve ser avaliado. É um centrocampista abrangente, que conhece as regras dos terrenos que pisa e tem solução para cada dificuldade que o jogo levanta", começou por escrever o jornalista.
"Morita escapa ao crivo de pormenores de classe, golos, desperdícios, habilidades e até erros clamorosos; relativiza a importância de nobreza e grosseria; está para lá de felicidade e raiva, enfim, recusa toda a panóplia de argumentos que abreviam o caminho para a criação de ídolos, numa sociedade sempre pronta a descobri-los. A excelência do seu futebol é invisível aos olhares menos profundos, subverte os fundamentos que sustentam a ditadura da imagem e não cumpre os requisitos das perversas e muitas vezes incompreensíveis regras do marcado", prosseguiu Rui Dias sobre o internacional nipónico.
"Morita seduz pela inteligência da intervenção numa zona fulcral para o desenvolvimento do jogo; pelo modo como interpreta a força da causa coletiva a partir da defesa de elementos como equilíbrio, segurança, harmonia e intimidação. É um futebolista de fiabilidade absoluta, porque assimila o que os treinadores pedem, entende os seus fundamentos e aplica-os com rigor", acrescentou ainda o jornalista que falou sobre a importância do centrocampista na turma de Rui Borges.
"Com presença intermitente, sente melhor o consenso à volta da sua importância no futebol sportinguista, acumulando na mesma medida argumentos para a merecida admiração. Não foram as câmaras que resolveram apaixonar-se por ele, agora que atravessa momento delicado: foi a equipa a registar de modo mais claro a sua ausência e os adeptos a reconhecer-lhe méritos que, por leveza na apreciação, nem sempre lhe atribuíram. Pode ser mais ou menos influente, mais ou menos brilhante, mas atua a nível altíssimo ininterruptamente", disse ainda o jornalista que aproveitou para deixar uma certeza.
"Nunca será um jogador na moda, porque não vende antes e depois dos jogos; não tira coelhos da cartola, não polemiza, não decide com passos deslumbrantes de magia, mas harmoniza diferenças e revela um sentido simplificador que dá sentido ao resto. Em certa medida é o ponto de partida para a aventura de criar, um daqueles futebolistas de quem se pode elogiar a extraordinária capacidade para fazer tudo bem, sendo assombroso que o faça cada vez melhor", finalizou Rui Dias.