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·30 de outubro de 2025

SAF encontra resistência no Corinthians e conselheiros freiam debate sobre transformação

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Mesmo com a dívida estimada em R$ 2,7 bilhões e a recente apresentação do projeto SAFiel, a ideia de transformar o Corinthians em uma Sociedade Anônima do Futebol (SAF) enfrenta forte resistência interna. No Conselho Deliberativo, instância que teria de aprovar qualquer alteração estrutural, a maioria dos membros se posiciona contra a proposta.

O clube conta hoje com 200 conselheiros trienais e 99 vitalícios, e o sentimento predominante entre eles é de rejeição à SAF. A oposição ao modelo não se baseia apenas em questões econômicas, mas também em valores históricos e identitários. Muitos conselheiros consideram que o Corinthians, fundado como um clube popular, “não pode ser colocado à venda”, como definem alguns deles.


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Entre os que se opõem à ideia, há quem defenda que a crise deve ser enfrentada com melhor gestão, austeridade e eficiência administrativa, sem recorrer à transformação societária. Outros acreditam que a SAF não é necessária neste momento, e que o clube pode superar o cenário financeiro atual mantendo sua estrutura associativa.

Além disso, há o temor político de que a adoção de uma SAF reduza o poder de decisão de grupos tradicionais dentro do Parque São Jorge.

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Idealizadores apresentam projeto da ”SAFiel” para o Corinthians – Foto: Reprodução

Reforma do estatuto diminui chances de SAF no Corinthians

Essa resistência está refletida inclusive na minuta da reforma do estatuto. O novo texto, embora abra caminho para uma futura conversão em SAF, impede que investidores externos assumam o controle majoritário da entidade. Assim, preservando a administração sob responsabilidade dos associados. Para os criadores da SAFiel, essa trava praticamente inviabiliza a execução do projeto.

Os idealizadores reconhecem a dificuldade de avançar com a discussão, mesmo com o modelo prevendo a participação de torcedores como acionistas, sem a figura de um “dono”.

“Se há novas travas, uma maior dificuldade, eu lamento se isso acontecer. A única certeza de todos nós aqui é que, do jeito que está, nós não sobrevivemos mais um ou dois anos”, afirmou Eduardo Salousse, advogado e um dos quatro criadores do projeto.

Na quarta-feira, representantes da SAFiel estiveram no Parque São Jorge e entregaram uma carta de intenções aos presidentes Osmar Stabile (diretoria) e Romeu Tuma Jr. (Conselho Deliberativo). O encontro durou cerca de três horas e serviu para que os dirigentes tirassem dúvidas e prometessem novas reuniões internas com associados.

A ausência de Stabile no lançamento oficial do projeto, realizado um dia antes, acabou sendo criticada pela conselheira Miriam Athie. Ela, aliás, é uma das poucas defensoras da SAFiel no Conselho.

“Estou muito triste pelo fato de o presidente não estar aqui. Aqueles que criticam este projeto não têm nada melhor a oferecer. Eu gostaria que viesse uma contraproposta. Para que a gente dissesse que nós não temos que aderir à SAFiel”, declarou Miriam, que compareceu ao evento ao lado do conselheiro vitalício Manoel Cintra.

Por enquanto, o projeto SAFiel segue como uma proposta simbólica, que busca abrir debate, mas ainda sem perspectiva concreta de aprovação dentro do clube.

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