Trivela
·16 de agosto de 2022
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·16 de agosto de 2022
Após anos improvisando na posição, o Manchester City contratou um lateral esquerdo. Nesta terça-feira, o espanhol Sergio Gómez, 21 anos, do Anderlecht, foi anunciado como o quinto reforço do bicampeão inglês para a temporada e parece ser um jogador muito bem talhado para o estilo de jogo de Pep Guardiola. A transferência custou € 13 milhões, mais variáveis, e Gómez assinou contrato até 2026.
Guardiola dispensou Aleksandr Kolarov e Gaël Clichy um ano depois de assumir o Manchester City. A sua principal aposta para a lateral esquerda foi Benjamin Mendy, que havia feito um grande temporada pelo Monaco. O francês sofreu uma séria lesão ao chegar e nunca conseguiu realmente ficar em forma, ou ter uma longa sequência de jogos. Está neste momento afastado do elenco, detido pela polícia e respondendo a múltiplas acusações de estupro.
Apesar do alto investimento nesses últimos cinco anos, a posição nunca foi uma prioridade para o City. O meia Fabian Delph quebrou o galho nas duas primeiras temporadas desse período. O jovem Oleksandr Zinchenko, que também era meia, foi praticamente fixado como um dos laterais esquerdos do elenco. O zagueiro Aymeric Laporte às vezes fechou por ali. O lateral direito Danilo também foi deslocado.
Mendy conseguiu jogar um pouco mais em 2019/20, mas João Cancelo, trocado por Danilo, passaria a ser cada vez mais usado na esquerda, a ponto de hoje parecer até sua principal posição. Mas com a saída de Zinchenko ao Arsenal, e com o afastamento provavelmente definitivo de Mendy, o City ficou muito desfalcado nas laterais. Tinha praticamente apenas o português e Kyle Walker como opções.
Não é tão fácil encontrar o jogador certo. Dentro da estratégia de Guardiola, os laterais entram muito por dentro, frequentemente atuando como meias. Foi uma função na qual Cancelo se encaixou muito bem, e também por isso o técnico não hesita em usar laterais de pé trocado ou improvisar meias. Um lateral de qualidade como Angeliño, por exemplo, não teve muitas chances porque é mais clássico, digamos assim.
Dentro dessa lógica, Sergio Gómez cai como uma luva. Ele chegou às categorias de base do Barcelona ainda criança, em 2010 (quando Guardiola treinava o time principal) e começou jogando mais avançando, inclusive como meia-atacante, antes de se fixar como um lateral esquerdo muito técnico. Depois de aprender a filosofia de La Masia, Gómez se mudou para o Borussia Dortmund, em 2018.
Teve algumas aparições especiais entre os adultos, mas passou a maior parte da temporada na base. Em 2019, começou o primeiro dos seus dois anos emprestado ao Huesca, o qual ajudou a conquistar a segunda divisão da Espanha. Depois, fez 29 jogos em La Liga (a maioria como reserva, entrando no fim), antes de acertar com o Anderlecht, na época treinado por Vincent Kompany, uma lenda do Manchester City. Fixado de vez como lateral esquerdo, foi um dos destaques da liga belga, com 11 assistências.
Gómez não foi a primeira opção do City, que não conseguiu fechar negócio com o Brighton por Marc Cucurella e foi atravessado pelo Chelsea. Mas é jovem, talentoso, com passagem pelas seleções de base da Espanha, e tem conhecimento para exercer funções de meia, mesmo saindo das laterais. Era o que Guardiola estava procurando, e agora é tentar desenvolver o garoto.
“Estou incrivelmente orgulhoso e feliz de ter me juntado ao Manchester City. O City é o melhor time da Inglaterra e com Pep Guardiola eu tenho a chance de aprender e me desenvolver com um dos melhores técnicos do mundo. Fazer parte deste clube é um sonho realizado e algo que todo jogador deveria almejar. A quantidade de troféus que o City venceu nos últimos anos foi incrível e o estilo de futebol que o time joga é o mais empolgante da Europa”, disse Gómez.
Gómez usará a camisa 21, que pertenceu a David Silva no passado e com a qual tem uma relação especial. “Desde que éramos crianças, meu irmão gostava muito do Manchester City. Ele me passou esse gosto pelo Manchester City. Quando fomos a uma viagem escolar para Londres, eu pedi para ele me comprar uma camisa do Manchester City com o nome e o número de David Silva. Na época, eu estava usando o número 21 também. Ele era um dos meus jogadores favoritos naquela posição porque quando eu era criança eu jogava na posição de Silva. Essa é a história da camisa e eu a usei desde então”, explicou.
O espanhol é o quinto reforço de um mercado bem movimentado do City – o que teve mais idas e vindas no time principal sob Guardiola desde 2017/18, quando ele conduziu a segunda etapa da sua reformulação do elenco. O bicampeão inglês também contratou Erling Haaland, Kalvin Phillips, o goleiro Stefan Ortega e Julián Álvarez.