MundoBola Flamengo
·30 de junho de 2025
Sem tempo pra chorar pela derrota de ontem, é hora de planejar as vitórias de amanhã

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·30 de junho de 2025
Não tem como fingir que a porrada não doeu. Por mais que o 4x2 diante do Bayern não tenha sido exatamente uma surpresa, diante da qualidade absurda dos bávaros, ela significou o fim do sonho do bicampeonato mundial e um lembrete de que, ainda que o abismo entre nós e os gigantes europeus não seja tão imenso quanto um dia pareceu, ele segue existindo.
Porque ainda que a derrota deste domingo não tenha sido vergonhosa e o Flamengo tenha conseguido em dados momentos brigar de igual pra igual com uma bilionária potência esportiva global, a maneira como a derrota se construiu expôs muitas das limitações e fragilidades da nossa equipe, com pontos que precisam ser melhorados não só pra no futuro encarar outros europeus, mas também pra conquistar títulos continentais.
Primeiro, a intensidade. Com uma proposta de jogo parecida com a do Flamengo, no sentido da marcação alta e pressão intensa, é visível que o Bayern exerce as ações com mais velocidade, ênfase e eficiência, conseguindo se aproveitar de absolutamente qualquer erro do adversário. Ainda que tenham sim se beneficiado de um adversário que entrou nervoso e errou mais do que o esperado, é inegável que a postura alemã de “pra cada vacilo seu eu vou meter um gol em você” serve sim de referência para o Flamengo no futuro.
E essa intensidade obviamente se reflete nos jogadores e mostra um problema da equipe rubro-negra, que é o fato dos jogadores mais intensos não serem exatamente inteligentes (Wesley, que errou várias jogadas, Luiz Araújo, que deu o quarto gol alemão) e os que são inteligentes e técnicos não primam pela intensidade (Arrascaeta precisa de mais espaço para jogar e Gérson mostrou grande dificuldade na recomposição). Boto precisa sim buscar os reforços pensando já nesse perfil.
Isso sem falar em questões de reposição de peças, já que Pedro precisa de um reserva pra quando estiver fora de forma, Gérson tende a estar de saída e precisamos de outras opções pela ponta além de Michael e Cebolinha, que vivem fases terríveis que não parecem ter previsão de acabar.
Mas além de qualquer coisa, a sensação que fica é a de que, por mais que pareça faltar bastante pra chegar no nível dos grandes europeus, estamos sim no caminho. Ainda não somos capazes da bater um Bayern, mas conseguimos derrubar um Chelsea. Ainda não brigamos pelo título mundial, mas tivemos uma campanha melhor do que diversas expectativas. Caímos, mas ao menos caímos com uma proposta de jogo e sentindo que temos a capacidade de, no futuro, chegar mais longe.
Porque mais do que lamentar a eliminação do Mundial, é preciso que a derrota de ontem sirva como motivação e lição pro próximo mundial, pro qual só vamos nos classificar ganhando mais uma Libertadores, nesta temporada onde, se conseguirmos jogar sempre como jogamos esses últimos jogos, e sem nenhum Bayern pela frente, podemos levar também o Brasileiro e a Copa do Brasil.
Se o Mundial mostrou que temos bola pra bater de frente com os maiores da Europa, ele também lembrou que esse Flamengo, jogando a bola que sabe, dificilmente vai ser batido na América ou no Brasil. O sonho de dominar o mundo pode ter sido adiado, mas o de ganhar o continente e o país de novo, segue mais vivo do que nunca.
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