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·18 de outubro de 2025

Sereias: Primeiras Bicampeãs da América

Imagem do artigo:Sereias: Primeiras Bicampeãs da América

Heloisa Helena, do Memorial das Conquistas

Há exatos 15 anos, no dia 17 de outubro de 2010, as Sereias da Vila se tornavam bicampeãs da Copa Libertadores da América, ao vencerem por 1 a 0 a equipe chilena Everton, na Arena Barueri. O time Alvinegro lutou até os últimos minutos de jogo e terminou a competição sem conhecer o gosto de uma derrota.


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O torneio manteve um formato bem parecido com o da edição anterior, em que dez equipes (uma de cada país) foram divididas em dois grupos, e a competição foi toda sediada no Brasil, com a exceção de que os jogos, dessa vez, aconteceram todos na Arena Barueri.

A passagem do Peixe na primeira fase foi marcada por goleadas, começando com um placar mais sucinto de 2 a 0 diante do Caracas, seguido por 9 a 0 contra o River Plate, 4 a 0 contra o Formas Íntimas e o encerramento dessa etapa por 7 a 0 contra o Deportivo Quito. Ao todo na primeira fase foram quatro jogos, quatro vitórias, 22 gols marcados e nenhum gol sofrido.

Thaisinha comentou que elas sempre se preparavam para fazer excelentes jogos: “Quando a gente veste o manto dos Santos, a gente sempre cria uma grande expectativa de fazer grandes jogos. E foi assim na Libertadores, foi assim em outros campeonatos na época, e é assim nos dias de hoje. A preparação sempre será dar o nosso melhor nos treinos e extrair o melhor de cada uma”.

As partidas da primeira fase foram disputadas entre 2 e 12 de outubro e as duas melhores equipes de cada grupo avançaram para as semifinais, sendo elas: Santos, Deportivo Quito, Everton e Boca Juniors.

Na semifinal, o Peixe enfrentou o time argentino Boca Juniors e precisou usar de sua técnica e disciplina para lidar com um jogo difícil. Mas então, aos 29 minutos do segundo tempo, Maurine realizou uma bela cobrança de falta e marcou o gol que colocou o Santos em vantagem na partida. Quatro minutos depois, Suzana se consagrou na história, ao marcar o gol que levou o Peixe à final daquela Libertadores.

Na finalíssima contra o Everton, o Santos entrou em campo com a seguinte escalação: Andréia Suntaque, Aline Pellegrino, Thorunn (depois Suzana) e Renata Costa; Ester, Maurine, Thaisinha e Joice (Dani); Pikena (Beatriz), Grazi e Cristiane. Comandadas por Kleiton Lima, as Sereias davam mais um passo rumo à conquista da América.

Em relação ao ambiente no vestiário antes da final, Thaisinha pontuou que era o melhor: “Estava todo mundo feliz, sabe? Preparadas e concentradas, óbvio, mas o ambiente era o melhor possível. A energia ali naquele vestiário estava muito boa. Tanto que eu lembro como se realmente estivesse lá agora. É uma sensação maravilhosa”.

Muito diferentemente dos outros jogos, nesse o gol parecia não querer vir. A melhor oportunidade da primeira etapa ocorreu aos 30 minutos, quando Thaisinha finalizou com força próximo à entrada da área. A goleira chilena Endler fez uma boa defesa e desviou a bola para escanteio.

Voltando do intervalo, Kleiton Lima realizou duas alterações: fez entrar a centroavante Suzana no lugar da zagueira Thorunn, e trocou as laterais: Joice por Dani Silva. O Santos continuava se impondo e tentando criar chances de gol, mas a marcação rígida do adversário impedia que o time Alvinegro balançasse as redes.

As circunstâncias do momento levavam as jogadoras a se prepararem para uma disputa de pênaltis, mas nos minutos finais, uma esperança apareceu: Suzana sofreu uma falta na entrada da área.

Três jogadoras se apresentaram para realizar a cobrança: Maurine, Ester e Dani Silva. A escolha foi por Maurine, que era a camisa 10 do time e já havia feito um gol de falta, na semifinal.  A atleta realizou a cobrança com maestria e acertou a bola no canto direito de Endler, concretizando o bicampeonato das Sereias da Vila.

Maurine comentou que os dois títulos da Libertadores foram especiais: “Ganhar a primeira edição com a Vila lotada foi lindo. Porém, aquele de 2010 teve um gostinho ainda maior. Foi um dos melhores momentos da minha carreira. Me lembro muito daquele gol de falta no último lance”.

Thaisinha também acrescentou que se sente honrada por ter participado das conquistas das duas Libertadores do Santos: “Eu nunca imaginaria que aos 14 anos, jogaria ao lado de Marta e Cristiane, fazendo gol ao lado delas e dando assistência. Eu era uma criança e dividia ali as quatro linhas com meninas que eu via pela TV, como a Maurine, a Fran, Ester, Pellegrino, Calandrini, Marta, Cristiane, Andreia Suntaque e várias outras meninas. Eu queria estar com elas, então poder dividir o dia-a-dia com elas foi incrível. Um momento mágico na minha vida, que vai ficar marcado para sempre, e que quero contar para os meus filhos e netos”.

Ao todo foram seis triunfos em seis jogos, 25 gols marcados e nenhum sofrido, terminando a competição de forma invicta e contando ainda com os títulos de melhor ataque e melhor defesa.

As Sereias da Vila reafirmavam então sua superioridade no futebol sul-americano e mostravam a garra de um time que lutou até o fim para ser declarado campeão.

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