Trivela
·16 de março de 2023
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·16 de março de 2023
Antonio Adán é experiente, mas talvez tenha tido a grande noite da sua carreira. Com a bola rolando, fez defesas excepcionais e cruciais para levar as oitavas de final para os pênaltis. E ainda barrou a cobrança de Gabriel Martinelli que decretou a classificação do Sporting e a eliminação do Arsenal, no norte de Londres. O empate por 1 a 1 foi alcançado com um golaço do meio-campo de Pedro Gonçalves, mas o mais decisivo foi o goleiro de 35 anos.
Como muitos formados nas categorias de base do Real Madrid, suas chances no time titular foram limitadas. Acabou sendo um involuntário personagens das rusgas entre Iker Casillas e José Mourinho, que promoveu Adán a titular por alguns jogos para provar um ponto. Saiu para o Cagliari ao fim do seu contrato e retornou à Espanha para ser titular do Betis por quatro temporadas. Fez outra tentativa em um clube grande ao assinar com o Atlético de Madrid, mas apareceu em apenas dois jogos em dois anos.
Em 2020, já veterano, chegou ao Sporting e logo de cara o ajudou a conquistar o Campeonato Português, quebrando um jejum de 19 anos. Se nem sempre é constante, ou seguro, mostrou que consegue ter atuações espetaculares para ajudar os Leões a derrotarem o líder do Campeonato Inglês na Liga Europa.
Seu desempenho exemplar até ofuscou o golaço de Pedro Gonçalves, quase do círculo central. Ele empatou a partida para um Sporting que havia feito um primeiro tempo muito apagado. O técnico Ruben Amorim conseguiu melhorar o seu time depois do intervalo e poderia até ter selado a classificação com bola rolando. Na prorrogação, porém, o domínio foi do Arsenal, e essas oscilações, também presentes em Alvalade semana passada, tornaram este confronto espetacular.
Gabriel Jesus foi titular pela primeira vez desde a Copa do Mundo e talvez tivesse ganhado mais alguns minutos além do intervalo, não fossem as lesões de Tomiyasu e Saliba no primeiro tempo. Mikel Arteta escalou um time titular meio misto, com Jorginho e Fábio Vieira no meio-campo e Reiss Nelson no ataque. Ruben Amorim entrou com Ousmane Diomande na defesa e Manuel Ugarte no meio-campo.
O Sporting até teve a primeira jogada mais perigosa, com uma batida colocada de Francisco Trincão para fora, mas o Arsenal foi melhor no primeiro tempo. Jesus foi pouco a pouco se sentindo mais à vontade. Ele havia feito apenas 13 minutos contra o Fulham no fim de semana desde a sua lesão. Aos 16, se esticou na segunda trave para completar o cruzamento de Nelson, e Adán fez boa defesa.
Jorginho ainda não brilhou com a camisa do Arsenal, mas foi responsável pelo belo lançamento à ponta esquerda, que terminou com o gol dos donos da casa. Martinelli invadiu a área, parou em Adán, e Granit Xhaka marcou no rebote. Martinelli outra vez foi frustrado pelo goleiro do Sporting, após uma cobrança ensaiada de escanteio, e Jesus exigiu outra defesa do melhor em campo. O segundo gol parecia maduro, e os portugueses mal conseguiam ameaçar.
A tentativa de fora da área de Ugarte nos acréscimos da etapa inicial, que passou perto da trave direita de Ramsdale, foi a chance mais perigosa. Tudo mudou no segundo tempo. O Sporting voltou com mais objetividade, o Arsenal começou a errar passes, e os visitantes assumiram a posse de bola. Aos 16 minutos, a pintura de Gonçalves. Os Leões recuperaram no círculo central e o craque do Sporting nem hesitou. Dali mesmo mandou por cobertura, pegou Ramsdale adiantado e empatou.
O Arsenal fez até uma reunião rápida entre os jogadores após o gol para se reagrupar, mas o Sporting quase conseguiu a virada em uma cabeçada de Paulinho, em cobrança de escanteio, e depois com Marcus Edwards se infiltrando pelo meio. A batida pegou bem no rosto de Ramsdale, que passou alguns minutos no chão para se recuperar. O Arsenal respondeu com uma cobrança de falta perigosa de Vieira, bem defendida por Adán.
O goleiro espanhol estava bem, mas brilhou de verdade na prorrogação. Dário Essugo deu um recuo muito ruim, aos seis minutos, e lançou Trossard entre os zagueiros. Adán saiu do gol e conseguiu o desvio para o pé da trave. O Arsenal foi melhor no tempo extra, especialmente na segunda etapa. Thomas Partey levou perigo da entrada da área, e Adán fez uma linda defesa em cabeceio firme de Gabriel Magalhães. Depois, no escanteio, Diomande cortou quase em cima da linha uma segunda tentativa do brasileiro.
Ugarte recebeu o segundo cartão amarelo por matar um contra-ataque que estava sendo puxado por Saka. O Arsenal continuou pressionando, sem encontrar o caminho, e os pênaltis foram inevitáveis. Em um primeiro momento, todo mundo cobrou bem. St. Juste fez 1 a 0 para o Sporting, e Odegaard empatou com elegância. Ricardo Esgaio e Saka converteram com tranquilidade, antes de Gonçalo Inácio quase vacilar. Ramsdale chegou a tocar na bola, mas não fez a defesa.
Leandro Torssard também não brilhou. Adán caiu no canto certo e viu o chute passar por baixo dele. Arthur Gomes fez 4 a 3 para o Sporting, e Martinelli tinha a chance de empatar. Ele telegrafou o lado e bateu mal. Aquele chute à meia altura que não chega perto do canto. Adán fez a defesa, e Nuno Santos selou uma noite especial para o Sporting, um dos quadrifinalistas da Liga Europa.
4-4-2
1
Aaron Ramsdale
18
Takehiro Tomiyasu
12
William Saliba
6
Gabriel Magalhaes
35
Oleksandr Zinchenko
24
Reiss Nelson
20
Jorginho
34
Granit Xhaka
21
Fabio Vieira
11
Gabriel Martinelli
9
Gabriel Jesus
Substitutos
4
Ben White
16
Rob Holding
15
Jakub Kiwior
19
Leandro Trossard
8
Martin Odegaard
3
Kieran Tierney
7
Bukayo Saka
5
Thomas Partey
30
Matt Turner
56
James Hillson
10
Emile Smith-Rowe
3-4-3
1
Antonio Adan
3
Jeremiah St. Juste
26
Ousmane Diomande
25
Goncalo Inacio
47
Ricardo Esgaio
28
Pedro Goncalves
15
Manuel Ugarte
2
Matheus Reis
10
Marcus Edwards
20
Paulinho
17
Francisco Trincao
18
Issahaku Fatawu
16
Rochinha
11
Nuno Santos
6
Sotirios Alexandropoulos
12
Franco Israel
77
Jovane Cabral
33
Arthur Gomes
84
Dario Essugo