Técnico do Corinthians comenta expectativas para a final do Brasileirão Feminino | OneFootball

Na tarde da última quinta-feira, 4 de setembro, o Corinthians visitou o RB Bragantino, no Estádio Cícero de Souza Marques, em partida válida pela oitava rodada da fase de classificação do Campeonato Paulista Feminino e venceu pelo placar de 3 x 2. Os gols do Alvinegro foram marcados pelas atacantes Letícia Monteiro, Ellen Cristine e Gisela Robledo.

Logo após a partida, o técnico Lucas Piccinato concedeu entrevista exclusiva à Rádio Coringão e foi questionado diversas pautas, dentre elas a importância do triunfo sobre o time de Bragança Paulista visando a final do Campeonato Brasileiro Feminino, pressão por títulos e possível favoritismo contra o Cruzeiro, sorteio da Conmebol Libertadores, questão defensiva, trajetória de Jhonson, Gisela Robledo e os gols de fora da área.

Foto: Rodrigo Gazzanel/Agência Corinthians

Confira abaixo a entrevista coletiva do técnico das Brabas, Lucas Piccinato:

Impacto da vitória antes da final contra o Cruzeiro

“Acho que o nível de confiança do elenco, do grupo, em seguir mais uma partida, são nove ou dez já desde o retorno do semestre. Depois da pausa da Copa América, a equipe consegue sair com um bom resultado. O último foi um empate, mas é uma classificação. Tudo isso dá um nível de confiança muito grande para quem tem mais minutos na temporada, para quem não tem tantos minutos como o grupo de hoje. Muito mérito de quem entrou em campo hoje e trabalha diariamente muito forte para buscar espaço. Tem muita jogadora que chegou hoje que mereceria muito mais minutos durante a temporada.”

“Isso fala muito sobre a qualidade do nosso grupo, a qualidade das trinta e duas atletas que estão participando do nosso elenco esse ano. Eu sinto que todo mundo está muito pronto para entrar e contribuir. Estou muito feliz por quem começou o jogo, por quem entrou. Estou muito feliz pela vitória. Acho que é uma vitória importante para nos manter a liderança do Campeonato Paulista e nos dar uma tranquilidade para poder fazer duas grandes finais. Sabe que vão ser dois ambientes bem diferentes e a gente precisa estar preparado para tudo o que vier. Primeiro comemorar bastante hoje porque foi uma vitória muito amigável.”

Pressão por títulos e favoritismo contra o Cruzeiro

“Sem dúvida nenhuma que, por tudo que o projeto já demonstrou anos e anos, chegar na final não é o bastante. Obviamente, a narrativa do nosso adversário já é um resultado, o maior resultado da história do nosso adversário. Isso não quer dizer que a gente tenha mais obrigação do que elas, pelo contrário, todo mundo vai entrar com a mesma mentalidade para vencer. Mas sim, a gente tem uma pressão muito forte para conquistar. A gente sabe o tamanho do adversário que a gente vai enfrentar nos dois finais de semana. É um adversário que foi o líder da fase de grupos, na primeira fase do Campeonato Brasileiro, com mérito e com justiça.”

“A gente vai ter que fazer dois grandes jogos para sair campeão, como sempre foi aqui. Por mais que são muitos títulos, nenhuma final veio de mão beijada, nenhum título veio com entrega do adversário. Muito pelo contrário, sempre foi uma guerra e não vai ser diferente. Tenho certeza que a gente vai encontrar um ambiente bem hostil na Independência, no primeiro jogo. A mentalidade é de, obviamente, sair de lá com uma vantagem para poder fechar em casa. Mas, hoje, ainda curtindo um pouquinho a vitória, um pouquinho dos minutos que nos restam para comemorar uma grande vitória de virada contra um grande adversário. A partir de amanhã, o foco total é em vencer o Cruzeiro.”

Sorteio da Libertadores e os possíveis adversários:

“A gente ainda não tem ideia dos dois adversários, ainda que precisam ser definidos, tanto do representante do Equador quanto do representante da Colômbia. Mas são duas escolas que, na última Libertadores, geraram muita dificuldade para os clubes brasileiros. Eu me lembro que a Ferroviária caiu no grupo com o representante do Equador e com o representante da Colômbia. Acabou até ficando de fora, o mata-mata. Então, provavelmente, a gente vai encontrar uma primeira fase extremamente complicada. Acredito o representante da Bolívia têm um nível um pouco abaixo dos outros três equipes. Mas se tratando de Libertadores, nada vem fácil.”

“Então, a gente vai ter que entender quem são os adversários de fato, quem são os adversários que vão sair dos chaveamentos dos mata-mata, dos campeonatos nacionais, para a gente poder se preparar. Mas hoje foi o sorteio, a gente parou um pouquinho para assistir, mas com dois campeonatos, três rolando ao mesmo tempo. A gente tem a Copa do Brasil, dia 17 de setembro, duas finais do Brasileiro, que era 7 de agosto, e mais duas rodadas do Paulista até chegar à Libertadores. Então, a Libertadores está muito à frente. O foco, agora, nesse momento, tem sido em preparar a equipe para o próximo desafio, e o próximo desafio é o Cruzeiro. Então, a gente vai chegar muito pronto para fazer uma boa partida.”

Gols sofridos recentemente

“Eu acho que o que preocupa um pouco é a gente, obviamente, sentir que a gente está sendo ferido pelos adversários. Isso não vinha acontecendo nos jogos anteriores, então, óbvio, cria uma preocupação. A gente teve diversos vídeo treinos essa semana pensando bastante nisso, mas tem, também, óbvio, muito mérito pelos adversários que a gente está enfrentando. O São Paulo, para mim, é uma equipe extremamente qualificada e uma das principais equipes do Brasil, talvez uma das três ou quatro melhores equipes do país nesse momento e que, naturalmente, vai gerar as oportunidades dentro do jogo, principalmente com o jogo, no caso, na característica mental que o jogo se apresentava, a gente com vantagem.”

“E o RB Bragantino, bom time, de G8 do Brasileiro, um time que também tem muitas peças, acho que a gente, nesses dois jogos, os quatro gols sofridos, tem muito de erros nossos e a gente precisa corrigir, mas também tem muito de mérito de quem a gente está enfrentando. Mas a gente sabe, obviamente, que em uma final, sofrer tantos gols não vai nos levar à vitória, não vai nos levar ao título. Então, um dos focos tem sido nisso, para a gente se preparar bem e chegar lá em Minas e fazer um gol.”

Jhonson

“Ela subiu para o profissional no momento que eu chego no clube, em 2024, início da temporada. Ela fez uma pré-temporada muito forte em 2024, provavelmente ela teria muitos minutos já na temporada passada, mas infelizmente durante o Mundial da FIFA Sub-20 ela acabou se lesionando, uma lesão de menisco, onde a gente preferiu fazer um tratamento mais conservador de seis meses para que ela pudesse se recuperar e não prejudicar o fim da carreira dela. A gente podia fazer uma cirurgia que fosse mais rápida e ela estivesse em campo, mas prejudicaria o restante da carreira dela. E foi frustrante porque a gente via no dia-a-dia de treinamento ela ganhando duelo contra jogadoras da nossa equipe titular, como Mariza.”

“A gente já sentia que ela era lá pronta para viver aquilo. Ela passou a temporada fora, voltou em setembro ou outubro, se não me engano. A estreia dela com a gente foi contra o Maria, em 2024, em que ela faz três gols e ali já dava para ver que era uma atleta muito condicionada. Nós perdemos atletas importantes no setor ofensivo de uma temporada para outra e a gente confiou que ela teria uma minutagem alta com uma responsabilidade alta. E ela correspondeu. Ela tem tido uma temporada muito boa. Além do mês de maio, que foi o mês mais goleador dela, que fez mais gols do que jogos, ela gera muita incômodo para muitas atletas adversárias. E fico muito feliz pelo crescimento dela, ainda uma atleta muito jovem, ainda uma atleta a ser lapidada. Eu não acho que ela está pronta, mas é uma atleta que vem fazendo bastante diferença, assim como outros. Espero que ela possa voltar a marcar gols nessas finais.”

Gol de Gisela Robledo e os chutes de fora da área:

“Feliz demais pelos três gols. A Letícia fez um gol de uma atleta veterana, mesmo sendo uma atleta muito jovem, ainda sendo a cavada que é a característica da Letícia. Ela é muito diferente nesse sentido. Muito feliz pelo segundo gol. A Ellen trabalha muito. Uma atleta que, infelizmente, tem sofrido bastante com lesões durante esses anos que estou aqui e até anteriormente, mas sempre que tenho oportunidade, é uma atleta que é muito presença de área e fico feliz por ela ter entrado. Acho que são os primeiros minutos dela da temporada. Se não me engano, o segundo jogo que ela joga na temporada, segundo que conseguiu contribuir com o gol.”

“E a Robledo treina muito, trabalha bastante. É uma das atletas mais profissionais com quem eu já trabalhei. E a guia dela é muito forte, muito pegada, com muita estraga. E ela merecia muito esse momento de marcar um gol nessa importância. A gente trabalha bastante para melhorar a nossa finalização em todos os setores do campo, seja no momento da área, seja no momento de uma distância um pouco maior, seja no momento de cabeceio. Então, é mérito e fruto do trabalho dela ser muito contente pelo que as três puderam entregar hoje. Muito contente pelo que o grupo puder entregar hoje, porque acho que hoje foi uma lutaria muito mais de grupo do que individual.”

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