Técnico e ídolo do Corinthians Futsal comentam classificação no Campeonato Paulista e clássico na LNF | OneFootball

Com gols de Rick, Caio Barros, Maicon e Deives, o Corinthians se classificou para as semifinais do Campeonato Paulista de Futsal na noite da última terça-feira, 28 de outubro, ao vencer o Pulo Campinas por 4 x 1, no Ginásio Wlamir Marques. O adversário na próxima fase do estadual será o Ferroviária Pinda, com datas e horários a serem definidos.

Instantes após o apito final, o técnico Fernando Malafaia e o ídolo/pivô Deives concederam entrevista aos jornalistas presentes e comentaram sobre a classificação para a próxima fase do Campeonato Paulista, clássico nas quartas de final da Liga Nacional, último encontro entre lendas do futsal e a relação de ambos.

Foto: Beto Miller/Agência Corinthians

Deives

Últimos momentos em quadra com outra lenda do futsal – Rodrigo – do Magnus – nas quartas da Liga Nacional:

“Sem dúvida, o Rodrigo é um grande jogador. O Magnus também é uma grande equipe, assim como o Corinthians, que tem uma história incrível nos últimos dez anos. Sempre lutamos para disputar títulos e estar entre os melhores. Foram muitos duelos marcantes, tanto aqui no Parque São Jorge quanto em Sorocaba. Se não me engano, são dez finais entre nós: sete vencidas pelo Corinthians e três pelo adversário. Espero que a gente consiga manter essa vantagem nesse novo capítulo. É uma pena não ser uma final de Liga Nacional, mas mesmo sendo quartas de final, vamos lutar muito para honrar a camisa do Corinthians e, se Deus quiser, conquistar mais duas partidas pela frente””

Trajetória no Corinthians e carreira + sonho de criança:

“Fico muito emotivo, e eu sou uma pessoa de muita emoção. Abdiquei boa parte da minha infância e adolescência para, hoje, poder aproveitar cada momento no futsal. Ainda mantenho meu lado criança, procuro me divertir no dia a dia e criar um ambiente tranquilo ao redor. Se pudesse resumir em uma palavra, diria que valeu a pena. Todo esforço daquela criança e daquele adolescente que eu fui atrás valeu a pena para vestir uma camisa como essa por 10 anos. Aquela criança lá atrás sonhou, mas jamais imaginou algo assim. Sou eternamente grato a Deus, de joelhos, pela minha trajetória e, principalmente, por ter construído um caminho tão bonito com o Corinthians, um clube que eu amo e que levarei no coração para o resto da minha vida.”

Relação com Fernando Malafaia e classificação para as semifinais do Campeonato Paulista:

“Acho que o principal hoje era garantir a classificação e terminar com todo mundo saudável para a reta final. Graças a Deus, ninguém se lesionou e conseguimos avançar, o que nos dá ainda mais força para os momentos decisivos que vêm pela frente. A gente já tinha conversado antes, e o Malafaia é um cara que sabe conduzir muito bem as situações. Eu entendi perfeitamente e acho que a decisão foi benéfica para a equipe. Eu mesmo não estava num dia muito bom, então foi até melhor não jogar tantos minutos. O importante é poder ajudar e aproveitar essa reta final. Afinal, estamos chegando às finais das duas competições, restam menos de dez jogos para encerrar esse ciclo tão bonito. Fico feliz porque, mesmo com menos tempo em quadra, o grupo deu conta do recado – e isso vem acontecendo em todas as partidas””

Projeção da partida de ida das quartas da LNF diante do Magnus:

“Agora, temos uma decisão importante na terça-feira, em casa, pela Liga Nacional. Aproveito para convocar o torcedor a comparecer e lotar o porque o apoio será fundamental. Estou feliz por marcar mais um gol e ajudar o time a se classificar – agora é focar totalmente na Liga Nacional.”

Fernando Malafaia – técnico (entrevista ao Meu Timão)

Análise da classificação para as semifinais do Campeonato Paulista:

“O intuito era, eram duas vitórias. A gente não pode fugir dessa responsabilidade (de classificação), mas o grande legado dessas duas partidas é que foram duas partidas difíceis, que a nossa equipe se colocou muito dentro daquilo que é necessário para a gente chegar à final da Liga Nacional, para a gente chegar à final do Paulista. É nesses embates que a gente precisa ter algo mais, a gente precisa justificar a vitória através de uma defesa sólida, através de um comportamento competitivo que combate o tempo todo o adversário, que diminui a possibilidade da capacidade técnica do adversário, e principalmente, com a posse da bola. A gente foi bem nos dois jogos. Entendemos as dificuldades do jogo. Quando a defesa deles estava lá atrás, a gente estava meio ansioso para fazer, mas trouxe um a zero. E no segundo tempo, abrimos 3 a 0. A responsabilidade dos atletas foi interessante, a conduta dos atletas foram foi super condizente com aquilo que a gente tem como método e objetivo.”

Rodagem do elenco e oportunidades aos mais jovens:

“Ainda tenho o Caiozinho, né? E o Koji, que fazem parte do elenco, além dos atletas do sub-20 que iniciaram com a gente. A gente faz uma montagem legal com o Danielzinho. Cara, é importante você ser treinador, mas quem traduz a relação é o dia a dia de trabalho na quadra. Quem te dá oportunidade é você mesmo. Eu não tenho problema nenhum com ninguém, mas eles precisam me responder aqui dentro da quadra. Essa é a minha natureza de trabalho. Não tenho preferência por ninguém; eu tenho preferência por aqueles que estão em estágios melhores que os outros.”

Decidir em casa ou fora no clássico contra o Magnus na Liga Nacional?:

“Não existe peso (de não decidir em casa). O Corinthians joga em casa e joga fora com a mesma naturalidade e com a mesma responsabilidade. É um clássico de uma magnitude do estado de São Paulo, mas também, (um clássico) de tamanho da modalidade, um clássico nacional. Esse ano, nós tivemos dois embates, os dois jogos muito equilibrados. Ganhamos em casa e perdemos lá (em Sorocaba).”

Volta a falar sobre a classificação no estadual e relembra jogo de ida contra o Pulo Futsal:

“A gente perdeu lá nos detalhes que a gente tem evitado de acontecer. Hoje (na última terça), o gol deles (do Pulo) foi por desatenção, uma bola parada que a gente achou que era nossa. Isso não pode acontecer. Isso vai ser retratado. É um jogo que vai mexer com tudo. E o importante, quando se mexe com tudo, é você ter capacidade suficiente e equilíbrio emocional para traduzir o que você trabalha no dia a dia, colocar no jogo e, principalmente, entender que esse é um jogo que pune. Você tem que ter atenção especial em todos os detalhes. Então, ser lá ou aqui não tem problema; a gente vai trabalhar exatamente para sair com a vitória em casa e buscar vitória lá.”

Relação com Deives e gestão de minutagem do atleta:

“É uma pessoa que eu via de longe o tempo todo. Sinceramente, era muito fã da forma como ele atuava. Eu perdi uma semifinal aqui dentro com o Corinthians, num jogo mágico. Ele se doa. Ele é um atleta na concepção da palavra, literalmente. Não gosta de ficar de fora. Hoje, por exemplo, a minutagem dele foi baixa, entre 10 e 11 minutos. Mas porque estava elaborado isso para ele. É preciso que ele esteja 110% no jogo da Liga Nacional e ele vem com os jogadores. Assim, nós preferimos dessa forma, conversamos com ele.”

Ressalta trajetória de Deives e final de carreira do ídolo do Corinthians:

“Chega para todo mundo a questão do fim da carreira. Como você reage a isso é pessoal. Eu reajo o seguinte: agradeço tudo o que ele fez pela modalidade, que ele faz pelo Corinthians conosco, e tudo que ele representa. A modalidade tem que agradecer esses atletas, ressaltar esses atletas, que eles, além de trabalharem dentro da quadra, fazem parte de uma nova geração, trazendo as crianças para dentro da quadra. E isso é muito importante.”

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