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Uma classificação constrangedora. Daquelas que tu faz o 3 x 2 e tira um atacante para colocar um zagueiro pensando em fechar a casinha. Atuação de quem toma gol com minutos do primeiro tempo e minutos no segundo tempo. E que só consegue marcar gols com duas falhas do goleiro adversário. E, pra fechar, não sabe sequer segurar o resultado porque um lateral, sozinho, mete contra o próprio gol. Tem que ganhar nos pênaltis.
É preciso refletir. É preciso muita reflexão. Alguém vai ter que entender os rumos do que está acontecendo no Grêmio. Não dá pra ficar achando que vai ganhar na imortalidade contra São Raimundo e Atletic, por exemplo.
Galera, o Atletic teme 68% de posse de bola contra 32% do Grêmio. Foram 17 finalizações deles contra 12 gremista. Duro de aceitar, né?
E, não, não vamos simplificar o debate em raça e vontade. Aliás, eu detesto avaliar futebol como vontade ou falta de vontade. Não costumo fazer isso. E já vou avisando que não parece, nem de perto, ser o caso aqui. Os jogadores parecem querer. Eles só não conseguem. Tem coisa errada.
A coisa errada pode ser no jeito que o Quinteros tenta armar esse time ou até dos jogadores comprarem, ou não, a ideia dele. Mas algo ruim está impedindo esse time de deslanchar.
Se olharmos o primeiro gol, é uma jogada em ligação direta nas costas do lateral e do zagueiro. Ligação direta, nas costas do lateral, com a zaga correndo para trás. Eu sei, você lembrou, foi a mesma coisa do Gre-Nal. Os caras não aprenderam.
A insegurança da zaga gremista quando uma bola é cruzada chega ser assustadora. Tu nota que não há confiança ao bater na bola. Fica um olhando pro outro e quem afasta, faz de qualquer jeito, meio apavorado. Caramba, como dá nervoso assistir isso.
Gente, o Grêmio só conseguiu levar o jogo para os pênaltis contra o Atletic porque o goleiro deles cometeu duas grandiosas falhas. Aceitou um gol do meio da rua ao errar uma bola encaixada e, no segundo, saiu apavorado, furando na bola, facilitando as coisas para o Arezo.
O Grêmio tomou um gol que foi uma tabela entre o Torrão, o Gasolina e o Fumaça. Isso com míseros dois minutos do segundo tempo. Como desgraça pouca é bobagem, aos 4 minutos, o Torrão perdeu sem goleiro. Essa foi uma jogada que o Villa foi driblado com naturalidade e o Viery estava tão mal no lance que chegou a cogitar puxar o cara pelo braço e só não fez porque viu que seria expulso.
Pra fechar, quando consegue levar o jogo para os pênaltis, Jemerson e João Lucas convertem a penalidade e tiram onda da torcida do Atletic. Sim, do Atletic. É por isso que estou dizendo que será preciso refletir. Tem coisa estranha acontecendo. Jogadores do quilate do Jemerson, que já foi da Seleção, não estão conseguindo entender o tamanho de onde estão.
Villasanti é o símbolo de tudo. As falhas que está tendo são difíceis de explicar. No segundo gol dos caras, saiu para caça e foi driblado com uma facilidade. Entrou correndo no lance. Qualquer jogador sabe que não se faz isso. Depois, não consegue marcar, nem armar ou tão pouco ser o motorzinho do meio-campo. Está nítida a falta de entendimento do que o treinador espera dele. Se fosse o Quinteros, daria uma única função ao Villa e apostaria (ao menos por agora) apenas nisso. Ou só marca ou só ataca. Faz isso bem agora e depois vai se soltando.
Depois, tem o Luan Cândido. O cara começou bem, fazendo assistência para o Amuzu finalizar no primeiro gol. Achei que daria moral. E era a chance de ver um lateral mais protagonista do que o até agora discreto Lucas Esteves. O cidadão consegue ser expulso. Foi pouquíssimo inteligente ao dar um carrinho quando tinha amarelo. Até achei pesada a posição, mas como vou contestar o fato dele dar um carrinho no meio do campo que só pega o adversário? Tem amarelo, leva o segundo e tá na rua. Prejudica toda uma partida, ainda no final do primeiro tempo.
Pavón é outro símbolo de que as coisas não estão como deveriam. Ele começa o Gre-Nal pela esquerda, desta vez voltou para a direita, mas segue sem conseguir entregar seu jogo. Você acha o Pavón ruim? Ele jogou uma Copa pela Argentina. Não consigo aceitar que não é bom jogador. Está nítido pra mim que existe alguma coisa equivocada no Grêmio que impedem os bons jogadores de atuarem.
Arezo fez o gol da salvação, mas também perdeu um na cara do goleiro. Opa, ele é camisa 9. Foi pra imprensa uruguaia reclamar que não recebia chances. Quando ganha, tem que fazer o que diz na sua carteira de trabalho. Você pode até pensar: “poxa, é fácil dizer, difícil é fazer”. Gente, justamente por não ser fácil é que os atletas são bem remunerados. Pouca gente faz o que eles fazem. Agora, o centroavante do Grêmio não pode perder cara a cara com o goleiro em decisão de Copa do Brasil, não acha?
Como disse, o Grêmio precisa refletir. O que será essa “coisa” que impede todo mundo de fazer bons jogos? Pode ser o Quinteros que não conseguiu convencer os jogadores, o jeito dele que não é ideal para estes atletas ou até o fato de ser um elenco montado em meio aos jogos e agora não tem entrosamento e tempo de treino necessário para jogos eliminatórios e tudo mais. O fato é que as más atuações estão escancaradas e ninguém tem uma resposta com 100% de certeza do que tá acontecendo.
Todo gremista deve torcer para a direção não repetir o pensando do Gre-Nal e dizer que tá tudo bem. Porque não está tudo bem!