Tensão étnica nos Bálcãs apimenta duelo entre Sérvia e Suíça | OneFootball

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·02 de dezembro de 2022

Tensão étnica nos Bálcãs apimenta duelo entre Sérvia e Suíça

Imagem do artigo:Tensão étnica nos Bálcãs apimenta duelo entre Sérvia e Suíça

Sérvia x Suíça, nesta sexta-feira (2), terá um componente ainda mais importante que a classificação às oitavas de final da Copa do Mundo. As tensões étnicas nos Bálcãs apimentam o embate, já que os suíços têm jogadores cujas origens vêm da Albânia, do Kosovo e da Macedônia do Norte, que estiveram em guerra com os sérvios nas últimas décadas.

Na seleção suíça, os zagueiros Elvedi, os volantes Xhaka e Jashari, e o meia Shaqiri são descendentes de albaneses vindos do Kosovo e da Macedônia. Embora todos tenham nascido na Suíça, são em geral filhos de refugiados. O pai de Xhaka, por exemplo, ficou preso por três anos e meio, já que apoiava a independência kosovar.


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Pai de Xhaka, camisa 10 da Suíça, ficou preso na Sérvia: em 2018, ele provocou rivais – Clive Rose/Getty Images

Após a dissolução da Iugoslávia, os sérvios não admitiram perder o Kosovo, de maioria étnica albanesa. Assim, os países entraram em guerra por um ano e meio, com pelo menos 12 mil kosovares mortos e mais e um milhão sendo obrigados a emigrar, O Kosovo anunciou sua independência em 2008, mas os sérvios nunca reconheceram a autonomia do país.

A bem da verdade, o tenso encontro já aconteceu há quatro anos. No Mundial da Rússia, a Suíça venceu a Sérvia de virada e, aliás, o conflito ficou evidente nas comemorações suíças. Xhaka e Shaqiri, ambos de origem albanesa, cruzaram as mãos e fizeram o gesto da águia de duas cabeças, símbolo nacionalista da Albânia, numa provocação à Sérvia.

Do lado sérvio, provocações no vestiário

Obviamente, os sérvios se revoltaram. Os jornais chamaram os gestos de Xhaka e Shaqiri e “provocação brutal, que enfureceram todos os sérvios”. Mas a oportunidade de dar o troco veio há menos de uma semana. Antes do jogo contra Camarões, a seleção da Sérvia estendeu uma bandeira em seu vestiário. Nela, o mapa do Kosovo e a inscrição: “não haverá rendição”.

Do lado suíço, desta vez, houve silêncio. Embora diversas declarações duras tenham marcado o jogo de 2018, nem Xhaka e nem Shaqiri quiseram falar. Mas alguns jornais suíços consideram hipócrita a postura da FIFA em proibir manifestações políticas silenciar sobre o ato dos sérvios. Há quatro anos, a entidade multou os suíços pela comemoração provocativa.

O atacante Mitrovic chegou a provocar Shaqiri, também em 2018. O meia suíço jogou com uma bandeira do Kosovo na chuteira, mas o sérvio questionou o meia por não escolher jogar pela seleção kosovar. Agora, eles irão se enfrentar novamente e muitos outros sinais desta rivalidade prometem estar em campo.

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