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·26 de maio de 2025

Terra Nostra. E de Ancelotti!

Imagem do artigo:Terra Nostra. E de Ancelotti!

A CBF acertou a mão na cerimônia, e Ancelotti correspondeu à altura: deu aula de sabedoria em sua apresentação. Carletto mostrou sua faceta alegre diante do vídeo com grandes campeões do futebol e disse que quer desfrutar do Rio.

Um dos técnicos mais vitoriosos da história do futebol, o italiano deixou claro que sabe dialogar com o presente. E não convocar Neymar foi a prova disso.


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O ex-Real Madrid mostrou sua autonomia diante da lista larga, a da pré-convocação, e que foi apresentada a ele por Rodrigo Caetano e Juan em Madri.

Diante dela, foi pragmático.

O atacante de 33 anos não aguenta jogar 45 minutos pelo Santos, então não há razão para arriscar. E incluí-lo entre os 25 convocados para deixá-lo sem jogar seria criar um problema desnecessário para o próprio treinador.

Diante de mais de 200 jornalistas na apresentação e primeira convocação do treinador italiano, o novo presidente da CBF, Samir Xaud, abreviou: “Você tem total autonomia”.

Então, mesmo com o desejo do novo mandatário em ter Neymar encabeçando o grupo que está sendo formado, Ancelotti usou sua postura firme.

Os nomes que compõem a convocação, aliás, revelam qualidades que vão além de um profundo conhecedor do futebol europeu. Enfatizam o perfil consolidado de equipe que o novo comandante valoriza.

E ouso até em esboçar um provável time: Alisson, Vanderson, Marquinhos, Beraldo e Carlos Augusto; Casemiro, Gerson, Bruno Guimarães e Raphinha; Vini Jr e Richarlison. Mas coloco Andrey Santos (não Andreas Pereira) e Matheus Cunha como forte concorrência a Gerson e Richarlison.

Carletto é um defensor incontestável do 4-4-2, com marcação intensa, agrupamento tático e velocidade no ataque com espaço para o poder de improviso. Enxergou Vini Jr nesta última definição? Pois bem. Optou, ainda, por jogadores que estão em seu melhor momento técnico. Mas físico também. Percebe agora por que a estrela do Santos não entrou?

Por outro lado, o italiano sabe bem o que Neymar representa para o Brasil. E, mesmo sem precisar, tratou de ligar e explicar para ele que estaria ausente desta primeira lista. E segundo as palavras do novo chefe ao se referir ao assunto, o jogador está de acordo.

As portas, desse modo, ficam abertas no futuro. Caberá ao ’10’, portanto, fazer a parte dele. Qualquer outro treinador da Canarinho chamaria Neymar, não tenho a menor dúvida.

Os problemas de lesão também se abrangem a Rodrygo, Gabriel Jesus, Militão, Éderson… Não é necessariamente o caso de Endrick! Mesmo lesionado, o atacante precisará provar evolução tática e física para ser aproveitado nesse futuro a que Neymar estaria incluído.

E não parou por aí. Na prática, o italiano fez o que poucos teriam coragem. Afinal, chamou cinco jogadores do Flamengo – algo que seria inimaginável nos últimos anos em decorrência da política na CBF diante da reclamação dos clubes.

Sem fugir de dar opinião, o colunista que vos escreve vai além e nomeia o grande candidato a capitão do Brasil neste novo ciclo. E ele atende pelo nome de Casemiro.

O retorno do volante do United já era esperado. Tanto que recebeu muitos elogios de Ancelotti, que o quer como líder da Canarinho: “No futebol moderno, é preciso acrescentar atitude, compromisso, sacrifício, e isso o Casemiro tem”, disse o comandante nesta segunda-feira.

Casemiro, aliás, nunca esteve totalmente fora da Seleção. Ele voltaria ao time tanto com Ancelotti quanto com o antecessor Dorival Júnior.

Calma que eu explico. Estive na cobertura dos amistosos do Brasil na Europa em março de 2024. Por lesão, o meio-campista do United foi cortado. Mesmo assim, ele não perdeu a oportunidade de manter proximidade com ambiente da Seleção. Assim, fez três horas de carro entre Manchester e Saint Albans, nos arredores da capital Londres, para encontrar com a delegação brasileira e conversar com a antiga comissão técnica, que também o via com bons olhos.

Em relação à grande surpresa da convocação, merecidamente o goleiro Hugo Souza, do Corinthians. Fruto da indicação de Taffarel, que seguirá como treinador de goleiros da Seleção. Inclusive, a disputa pela reserva de Alisson ganha concorrência, já que Bento até então era intocável.

Já Andrey Santos, cria do Vasco e que fez grande temporada pelo Strasbourg, da França, não passou despercebido aos olhos de Carletto. Outro estreante na Seleção é o zagueiro Alexsandro Ribeiro, que realizou ótima temporada no Lille. Versátil, pode jogar na lateral direita.

Ancelotti valorizou a trajetória de Beraldo, com boas atuações no PSG, e Antony, perdoado após acusações de agressão à namorada.

Por outro lado, Lucas Paquetá ficou fora. Ele encara acusação grave de envolvimento em apostas.

Ancelotti começou bem. Nas perguntas dos jornalistas durante sua apresentação e o anúncio da lista, não fugiu das respostas. Aliás, foi direto em todas as vezes em que se manifestou. E isso é um ótimo sinal.

Mostrou, portanto, respeito pelo cargo que passa a ocupar. E muito bem recebido, já entendeu o que a sociedade brasileira espera em troca: nada menos do que o HEXA!

Então, mãos à obra e boa sorte, Carletto!

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